quinta-feira, 10 outubro, 2024
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    Casa Adocicada | Flick que inspirou Resident Evil pode ser visualizado de bandeja

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    Um renomado nome do cinematografia de pavor nipônico e uma das inspirações para a franquia Resident Evil, Casa Adocicada foi disponibilizado sem custos no YouTube. O longa lançado em 1989 foi restaurado e publicado na plataforma em resolução 4K, na íntegra e com legendas em inglês, proporcionando de volta o título que, até então, estava disponível oficialmente apenas em mídias analógicas. É a chance para os admiradores da icônica franquia dos jogos conhecerem um pouco das influências que deram vida aos zumbis de Raccoon City.

    O projeto foi realizado pelo Kineko Video, um grupo especializado em restaurações e publicações de obras japonesas sumidas, principalmente longas de animação. A versão restaurada de Casa Adocicada foi um projeto de oito meses, a partir de três cópias do filme em disco laser, em diferentes condições de preservação — apesar do título, o longa não tem nenhuma relação com a série de pavor sul-coreana lançada em 2020 pela Netflix.

    Os sinais do tempo nos discos originais, cedidos por fãs, levaram a equipe a editar o pic em cima dos trechos preservados de cada mídia. Trabalhos de melhoria de vídeo e áudio também foram efetuados, enquanto as novas legendas foram produzidas pelo grupo LonelyChaser Fansubs, também especializado na tradução de animes e outras obras japonesas sumidas.

    Na trama, um grupo de cineastas vai à mansão desocupada de um artista para filmar um documentário. A ideia é recuperar as obras e comentar sobre os trabalhos perdidos dele, porém a equipe acaba trancada dentro da residência, assombrada pelo espírito da esposa do pintor e as memórias dolorosas da perda de um filho, que caiu por acidente dentro do incinerador de lixo. Apesar de não possuir zumbis, é bem explícito como a trama de um grupo enclausurado em uma mansão suspeita influenciou o primeiro Resident Evil.

    A realidade é que Casa Adocicada estava disponível no YouTube há mais de 10 anos, porém em uma versão de baixa qualidade, extraída diretamente de uma fita VHS sem tratamento algum. A nova resolução traz mais detalhes de um filme que nunca chegou a ser lançado em versões digitais ou via streaming, nem mesmo no Japão, enquanto a nova legenda corrige erros de tradução da anterior e diálogos que não podiam ser entendidos devido à baixa qualidade da cópia.

    Batalha judicial impediu reedições oficiais

    Enquanto a versão divulgada pelo grupo Kineko Video é, de longe, a de superior qualidade disponível, disputas judiciais impediram reedições oficiais de Casa Adocicada. Segundo o que é relatado pelos próprios responsáveis por essa restauração, a questão envolve um confronto entre o diretor Kiyoshi Kurosawa (Pulse) e as produtoras Toho e Itami Productions em relação a pagamentos pelos relançamentos.

    A disputa, inclusive, engloba compensações relacionadas às versões em VHS e disco laser. Como dá para imaginar, o embate impediu novas versões de Casa Adocicada, tanto no Japão quanto fora dele, tornando as cópias originais bem incomuns — atualmente, por exemplo, um único VHS original do longa está disponível no site de leilões eBay e está sendo comercializado por US$ 400, aproximadamente R$ 1.980 em conversão direta.

    Longa foi adaptado em jogo e levou a Resident Evil

    As relações entre Casa Adocicada e Resident Evil começam ainda em 1989. O êxito do longa, lançado em janeiro, levou a uma adaptação para o NES, o primeiro console da Nintendo, em dezembro, produzida por um dos atores, Juzo Itami, e dirigida por Tokuro Fujiwara. O responsável por nomes de peso da empresa, como Ghosts‘n Duendes e Mandíbula Comando desenvolveu um clássico underground que talvez não tenha tido um bom desempenho nas vendas, mas conquistou a produtora.

    Ao assumir o projeto, o criador de Residente Maligno, Shinji Mikami, recebeu a proposta da Capcom de criar uma nova versão do Lar Doce Lar original. Durante quase três anos de desenvolvimento, de 1993 até o lançamento em 1996, ele incorporou elementos do jogo original, mas também de outras obras que já havia produzido, como os clássicos Turma do Pateta e a adaptação de Mágico de Oz para o Super Nintendo.

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    Assim como o filme, o jogo também acabou sendo esquecido no tempo. Disputas legais na época resultaram no abandono do projeto de renovação de Lar Doce Lar, que foi transformado em algo completamente novo, enquanto o título original continuou preso ao antigo Nintendinho.

    Do jogo de 1989, vieram as icônicas animações de abertura de portas – que se tornariam uma das marcas registradas de Residente Maligno – e a narrativa menos linear, entre outros elementos. O jogador tinha a liberdade de explorar áreas da mansão e coletar itens sem uma ordem específica, e as ações realizadas durante o jogo poderiam influenciar na vida ou morte dos personagens; a história continuava após esse ponto, com o desfecho mudando de acordo com os eventos do enredo.

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