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Reportagem adaptada do inglês, originalmente veiculada pela principal filial americana do Epoch Times.
Diversas pessoas adquiriram o vírus da imunodeficiência humana (HIV) por meio de agulhas de beleza após passarem por tratamentos faciais em um spa não regulamentado no Novo México, conforme relatado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Três mulheres que realizaram tratamentos faciais com microagulhamento utilizando plasma rico em plaquetas (PRP), também conhecidos como tratamentos faciais de vampiro, no spa contraíram o HIV e uma pesquisa indicou os tratamentos faciais como forma de transmissão, conforme divulgado no novo estudo dos estudiosos do Estado e do CDC.
O estabelecimento em questão, VIP Salon, já encerrado, foi conhecido como sala de beleza A no periódico.
“Essa investigação é a primeira a relacionar a transmissão do HIV a serviços de injeção de produtos de beleza não esterilizados. Uma exposição comum entre os frequentadores da Sala de Beleza A que não apresentavam comportamentos ligados à aquisição do HIV ajudou a identificar uma possível ligação de agrupamento [ou seja, por meio da técnica de Clustering, foi detectado um padrão comum entre os frequentadores] e a análise dos dados adicionais sugere que a transmissão do HIV provavelmente ocorreu através da aplicação de PRP nos procedimentos faciais de microagulhamento”, afirmaram os estudiosos que colaboraram com as Autoridades de Saúde do Novo México.
A origem da contaminação permanece sem identificação.
Os tratamentos faciais com microagulhamento PRP consistem em retirar sangue do paciente e separar o PRP. Em seguida, uma microagulha faz perfurações na pele do indivíduo e o PRP é aplicado nos pontos de perfuração.
As autoridades do Novo México anunciaram em 2019 que estavam investigando o VIP Spa após indivíduos adquirirem o HIV após visitas ao estabelecimento. Testes gratuitos estavam sendo oferecidos para todos que passaram por tratamentos, incluindo tratamentos faciais com microagulhamento.
Uma vistoria realizada pelas autoridades resultou no fechamento do VIP Spa após a constatação de práticas inseguras.
Maria de Lourdes Ramos de Ruiz, ex-dona do spa, foi posteriormente acusada de delitos, incluindo exercício ilegal da medicina. Em 2022, ela se declarou culpada de cinco acusações.
“Isso serve de alerta para aqueles que priorizam o lucro sobre a saúde e segurança dos consumidores do Novo México. Estou extremamente preocupado com a falta de regulamentação desses procedimentos nos âmbitos estadual e federal”, alertou o procurador-geral do Novo México, Hector Balderas, à época.
Investigação
As autoridades do Novo México anteriormente relataram dois casos de HIV entre frequentadores de salas de beleza. Uma investigação mais ampla identificou pacientes adicionais, conforme informaram estudiosos do Estado e do CDC em novo artigo.
Por meio de telefonemas, questionários e outras abordagens, as autoridades encontraram cinco pessoas com HIV, sendo que quatro delas passaram por microagulhamento na sala de beleza em 2018.A profissional mantinha relações sexuais com um cliente do centro de estética. A verificação do sangue dos pacientes revelou que todos os casos estavam relacionados ao Spa.
Os quadros clínicos envolvendo homens e mulheres em uma relação sexual eram de estágio 3 ou HIV crônico, o que indica “que suas infecções provavelmente foram adquiridas antes de receberem os serviços de injeção estética”, de acordo com os pesquisadores.
No entanto, não foram encontradas explicações alternativas para as infecções entre as outras três pacientes mulheres.
“As outras três pacientes deste grupo não tinham interação social conhecida entre si e nenhum mecanismo específico de transmissão entre essas pacientes foi confirmado”, afirmaram os cientistas. “As evidências indicam que a contaminação de uma fonte desconhecida no spa durante a primavera e o verão de 2018 resultou na transmissão do HIV-1 para essas três pacientes.”
O HIV é um vírus que compromete o sistema imunológico e pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) se não for tratado. Os sintomas incluem inflamação na garganta, cansaço e lesões na boca. A maioria das pessoas que contraem a doença são homossexuais ou bissexuais. Apesar de não existir uma cura para o HIV, é possível controlá-lo por meio dos tratamentos disponíveis.
Quase 200 outros clientes do spa e seus parceiros sexuais foram testados até 2023 como parte da investigação, porém nenhum apresentou resultado positivo para HIV, hepatite B ou hepatite C, conforme relatado no jornal.
Essas descobertas ressaltam a importância de buscar “novas fontes de transmissão do VIH entre pessoas sem fatores de risco de HIV conhecidos”, destacaram os cientistas.
Eles também incentivaram os estabelecimentos a implantar medidas de controle de infecções para tentar evitar a propagação de agentes patogênicos transmitidos pelo sangue.
Resultados da inspeção
Durante a inspeção do spa em 2018, as autoridades constataram práticas alarmantes.
Na área da cozinha, por exemplo, havia uma centrífuga, um forno de esterilização a seco e uma bancada de tubos sem identificação contendo sangue.
Dentro de uma geladeira destinada a alimentos, as autoridades encontraram tubos de sangue sem rótulos, juntamente com injetáveis médicos, como Botox.
Seringas não esterilizadas estavam dispostas em vários locais, incluindo gavetas.
Não havia um autoclave e alguns itens supostamente descartáveis foram limpos e reutilizados pelos funcionários do spa, conforme informaram as autoridades.
A investigação foi prejudicada por registros bagunçados, incluindo a ausência de um sistema de agendamento de consultas, de acordo com o jornal. Esses sistemas frequentemente contêm informações de contato dos clientes. Os investigadores revisaram registros manuscritos e outros documentos para identificar indivíduos que poderiam ter sido submetidos ao procedimento de microagulhamento.
“Os registros incompletos dos clientes do spa representaram um desafio significativo durante esta investigação, exigindo uma abordagem ampla para identificar casos em potencial, em vez de uma comunicação direta com todos os clientes”, observaram os pesquisadores. “A exigência de manter registros dos clientes de forma a possibilitar um rastreamento adequado por parte de empresas regulamentadas que oferecem serviços de injeção poderia proporcionar as condições adequadas para conduzir o rastreamento.”
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