Os video games portáteis sempre estiveram presentes, porém durante muito tempo ocuparam um mercado de nicho devido principalmente às limitações de hardware. No entanto, o sucesso sem precedentes do Nintendo Switch, com uma ampla gama de jogos AAA em sistemas ultra compactos, despertou o interesse de várias companhias, como Valve, ASUS e Lenovo.
Mesmo com sua APU NVIDIA ainda baseada na arquitetura Maxwell, o console proporcionou 7 anos — possivelmente 8 — muito frutíferos para a Nintendo, com um chip desenvolvido em 2015. A chegada de soluções ainda mais compactas e potentes, como os AMD Z1 Extreme e Intel Core Ultra 7, abriu caminho para a criação de todo um segmento focado na portabilidade sem sacrificar a qualidade.
Pensando nisso, o Canaltech listou cinco empresas que poderiam lançar um console portátil, algumas das quais provavelmente já estão trabalhando nisso e outras que são mais uma esperança do que possibilidades reais.
5. PlayStation (Sony)
Seria impensável elaborar uma lista de fabricantes em potencial de dispositivos portáteis sem começar pela Sony. A detentora do PlayStation 5 é, sem dúvida, uma forte candidata para explorar esse novo segmento, não tanto pelo hardware do PS5, mas por já ter se aventurado — e sido relativamente bem-sucedida — com o PSP e o PlayStation Vita.
O PSP, em particular, foi um sucesso, com uma extensa lista de jogos de renome, sendo considerado por muito tempo o paraíso dos JRPGs no ocidente, com títulos como Persona 3 Portable, Ys Seven e Final Fantasy Tactis: The War of the Lions. Infelizmente, o PS Vita não obteve o mesmo sucesso, entre outras razões, pelo preço tanto do console quanto dos jogos em mídia proprietária.
Diversos proprietários de PS Vita acabaram utilizando seus dispositivos mais para jogar títulos do PS3 e PS4 por meio do Remote Play do que os jogos nativos da plataforma. Por isso, o PlayStation Portal segue essa linha de raciocínio, porém com a vantagem de permitir a execução dos jogos em qualquer conexão de internet, e não apenas na mesma rede do PlayStation 5.
Antes mesmo dos relatórios de venda do PS5 indicarem que ele vendeu muito, porém menos do que a Sony previu, já havia rumores de que a empresa estaria investindo em um console portátil completo, e não apenas em uma plataforma de streaming. Caso isso se concretize, seria o cenário ideal para oferecer um hardware mais acessível, versátil e potente, juntamente com o diferencial do vasto catálogo de jogos exclusivos da Sony.
4. Xbox (Microsoft)
Evidentemente, a companhia liderada por Phil Spencer é outra forte candidata a ingressar na competição dos dispositivos portáteis, não tanto para enfrentar a Sony, mas pela estratégia atual da Microsoft para o seu segmento de jogos. Com o lema de “levar os jogos a todos os lugares”, a empresa investiu consideravelmente na aquisição de estúdios e nos serviços, como o Game Pass e o Xbox Cloud, transformando praticamente qualquer dispositivo com tela em um Xbox em potencial.
Por esse motivo, houve especulações iniciais de que a Microsoft seguiria os passos da SEGA e abandonaria a fabricação de consoles, focando apenas na publicação de suas propriedades intelectuais. No entanto, declarações do próprio Phil Spencer sugerem que, além de ainda não estar pronta para sair do setor, a empresa estaria desenvolvendo hardwares proprietários para ampliar o alcance dos seus jogos, o que inclui um possível Xbox portátil.
Apesar de parecer polêmico produzir consoles enquanto investe em uma política de publicação multiplataforma e com exclusividade reduzida, a iniciativa pode ser bem-sucedida. De acordo com Phil Spencer, mesmo transformando toda tela em um console,as equipes de programadores estão empenhadas em projetos inovadores e criativos para que a mais excelente vivência ainda seja em plataformas da casa, e um Xbox móvel seria perfeito nesse intuito.
3. Maçã
A Maçã é indiscutivelmente uma das maiores corporações de tecnologia do globo, e em termos de representação de mercado, está avaliada em US$ 2,8 trilhões, ficando em segundo lugar apenas atrás da Microsoft (dados de 02/2024). Embora o carro-chefe da organização seja o iPhone – ao menos em popularidade -, ela atua no segmento de PCs desde os primórdios da computação pessoal.
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Adicionalmente, ela foi uma das primeiras a apostar em dispositivos móveis de uso geral, com o Palm, tocadores de música, com o iPod, e, obviamente, foi responsável por popularizar os smartphones como conhecemos hoje. Ao aliar os investimentos da empresa em todos esses segmentos, nos deparamos com uma lista extensa de patentes de tecnologia com produtos comerciais, e tantas outras já registradas, mas ainda em desenvolvimento.
Vale enfatizar ainda que a Maçã já investe no segmento de jogos, com sua plataforma Apple Arcade, e lançou recentemente os iPhone 15 Pro Max com aptidão para rodar jogos AAA de consoles, como Resident Evil 4 Remake. Outra questão muito importante é que ela conta com um ecossistema extremamente bem integrado entre smartphones, dispositivos vestíveis, computadores, nuvem, que acaba sendo o maior atrativo para sua base fiel de usuários.
Dessa forma, dependendo de como o mercado de consoles portáteis evoluir ao longo do próximo ano, e como isso se converter em projeções de crescimento, a Maçã entrar também neste setor pode ser apenas uma questão de tempo. No mínimo, o movimento iria atrair toda uma fatia de consumidores que adotam todos os produtos da marca “porque sim”, popularizando ainda mais o universo gamer.
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2. Avell
Nem apenas de empresas estrangeiras vive o universo do hardware, e a Avell é, possivelmente, um exemplo típico de que a indústria brasileira de tecnologia só não é mais desenvolvida por carência de investimentos. Fundada em 2004 em Joinville (SC), a Avell já é uma das fabricantes de laptops mais populares do país, oferecendo produtos de padrão para competir com as gigantes do ramo, como Dell, ASUS e Lenovo.
A organização é quase sempre uma das primeiras a trazer os novos lançamentos de tecnologias embutidas em seus laptops, oferecendo modelos com processadores e GPUs recém-lançados consideravelmente antes que as marcas estrangeiras. Em termos de construção, os produtos da Avell evoluíram consideravelmente ao longo do último decênio e meio, e o acesso à tecnologia necessária para criar um portátil não seria um empecilho.
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O maior problema é que, justamente por depender diretamente da importação de quase todos os componentes, seus produtos acabam sendo relativamente dispendiosos, e com estoques limitados, geralmente produzindo conforme a demanda. Por essa razão, seria imprescindível um planejamento de marketing bem estruturado e uma boa análise de mercado para criar um console portátil brasileiro, de qualidade, sem prejudicar o caixa da organização.
1. Epic Games
A maior surpresa dessa lista nem é tanto a Epic Games estar aqui, mas o fato de ela ainda não ter demonstrado interesse em criar um hardware próprio – pelo menos publicamente. Desde que iniciou suas operações, a Epic vem focando na proposta de criar um ecossistema mais favorável tanto para jogadores quanto desenvolvedores de jogos, inclusive movendo processos contra Maçã e Google por práticas anticompetitivas em suas lojas de aplicativos.
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Enquanto editora e distribuidora, a organização gasta milhões de dólares por ano apenas em contratos de licenciamento para disponibilizar jogos gratuitos semanais a seus usuários. Paralelamente,ela também é proprietária dos motores gráficos Unreal Engine, que estão por trás da maioria dos grandes jogos.
Fortnite, seu título de maior êxito, e tranquilamente um dos jogos mais populares da atualidade, está cada vez mais próximo de se tornar o primeiro metaverso a ser, verdadeiramente, bem-sucedido. Tanto que apenas no princípio de 2024 o jogo recebeu três novos modos internos, um deles de corrida, um no estilo “Rock Band” e um terceiro em parceria com a LEGO, criando um modo sandbox no estilo Minecraft com a estética e licenciamento oficial da marca de brinquedos.
Isto sem mencionar o investimento recente da Disney para utilizar a plataforma do jogo para criar um universo temático da empresa em ambiente digital, com acesso a todas suas propriedades intelectuais, incluindo Star Wars e Marvel. Somando todos os fatores, seria extremamente interessante se alguma fabricante de hardware procurasse a empresa para uma colaboração e lançar um console “Fortnite Storm”.
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Menções de destaque: Acer e Gigabyte
Por fim, vale mencionar Acer e Gigabyte que são muito bem posicionadas no segmento de notebooks de games. Vale mencionar ainda que o Diretor Regional da Acer do Reino Unido afirmou que a empresa está “acompanhando o mercado de PC portáteis com interesse”, e não é exagero assumir que o mesmo ocorre do lado da Gigabyte.
Apesar de ainda não terem anunciado produtos para rivalizar com o ROG Ally, Claw, Legion GO e Steam Deck, é bem provável que ambas já estejam estudando a possibilidade para um futuro próximo de lançarem consoles seguindo suas linhas Nitro ou Predator, no caso da Acer, e AORUS da Gigabyte.
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