quarta-feira, 11 setembro, 2024
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    Decisão judicial mantém detenção de suspeitos de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência

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    O magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes resolveu nesta sexta-feira (12) manter as prisões cautelares de cinco investigados no alegado esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As audiências de custódia foram realizadas pela Corte nesta tarde por videoconferência.

    A medida afeta o ex-colaborador da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mateus de Carvalho Sposito; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influenciador digital Rogério Beraldo de Almeida; o agente federal Marcelo Araújo Bormevet; e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.

    A justificativa para a manutenção das prisões ainda não foi divulgada pela Corte. A Polícia Federal deteve os suspeitos nesta quinta-feira (11) durante a quarta fase da Operação Última Milha. A PF indicou que políticos, juízes do STF e jornalistas foram alvo de espionagem por uma “estrutura paralela” montada na Abin durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

    Além disso, os investigadores estão averiguando o suposto uso da agência para proteger os filhos do ex-chefe de Estado em investigações. Na época dos acontecimentos, o diretor-geral da Abin era Alexandre Ramagem (PL-RJ), que atualmente é deputado federal.

    Flávio e Carlos Bolsonaro negam ligação com “Abin paralela”

    Posteriormente à ação da PF, Flávio e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) negaram qualquer associação com a “Abin paralela”. O senador declarou ter sido “vítima de criminosos” que atuaram na Receita Federal para acessar seus dados.

    “Após documentos se tornarem públicos conclui-se que ter amizade comigo se tornou passível de ser crime e ser meu ex-assessor também”, expressou Carlos nas redes sociais.

    Ramagem refuta ter agido ilegalmente no comando da Abin

    Por meio de comunicado, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) negou ter agido ilegalmente durante sua administração na Abin, reportou a Agência Brasil. Ele afirmou que não houve monitoramento ilegal de autoridades.

    “Apresentam lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, porém na verdade não. Não se encontram em First Mile [programa de monitoramento] ou interceptação alguma. [Os nomes] Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, porém nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, relatou.

    O parlamentar negou ter favorecido o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Segundo a PF, três auditores da Receita Federal foram alvos de monitoramento clandestino. Os auditores eram os responsáveis pela investigação do suposto esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio, quando ele era deputado estadual.

    “Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial”, assegurou Ramagem.

    Quem foi detido na operação da PF

    O agente federal Marcelo Araújo Bormevet foi segurança de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. Logo após, ele foi designado por Ramagem para liderar o Centro de Inteligência Nacional (CIN), da Abin. Mateus de Carvalho Sposito, ex-assessor da Secom de Bolsonaro, chegou a ser investigado pela CPI da Covid-19.

    O militar Giancarlo Gomes Rodrigues foi cedido pelo Exército para assessorar Ramagem. Rodrigues teria monitorado o advogado Roberto Bertholdo, próximo dos ex-deputados federais Rodrigo Maia (PSDB-RJ) e Joice Hasselmann (PSDB-SP).

    Já Rogério Beraldo de Almeida, Mateus de Carvalho Sposito e Richards Dyer Pozzer, segundo a PF, eram os responsáveis por realizar ataques virtuais a oponentes políticos do governo Bolsonaro.

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