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O Jornal Nacional conseguiu a transcrição do áudio retirado do gravador de voz da cabine da aeronave ATR-72, que se acidentou na sexta-feira (9), em Vinhedo (SP) e armazenado por um dos registradores de voo. Nele, há solicitação do co-piloto para “aumentar a potência”, gritos e mais.
Ao todo, são duas horas de gravação, 100% transcritas pelo laboratório de leitura e análise de dados do Centro de Investigação e Prevenção e Acidentes (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB).
Conforme o g1, os investigadores apontam, em análise preliminar, que a aeronave perdeu altitude subitamente, como dados de ferramentas de radar indicaram. Além disso, eles afirmam não ser possível afirmar causa clara para a queda apenas com a análise do áudio da cabine.
Gravação do áudio da cabine da aeronave
- Na transcrição do áudio do registrador de voo consta que, quando o co-piloto Humberto de Campos Alencar e Silva percebeu a redução de sustentação da aeronave, perguntou ao piloto o que estava ocorrendo;
- Afirmou, em seguida, que era necessário “aumentar a potência”, visando estabilizá-la e evitar a queda;
- Ocorreu um minuto entre a confirmação da diminuição de altitude e o impacto da aeronave com o solo;
- Nesse intervalo, o áudio confirma que a tripulação tentou reagir, segundo os investigadores;
- A gravação termina com gritos e o impacto da aeronave com o chão.
Ainda segundo os investigadores, como as hélices se localizam na parte superior da fuselagem e bem próxima da cabine de comando, houve muito barulho na gravação, dificultando o trabalho de transcrição.
Apesar disso, não houve, na análise preliminar, identificação de sons de alertas clássicos, como de presença de fogo, falha elétrica ou pane no motor, de forma que pudesse auxiliar na investigação das causas do acidente.
Além disso, os dados obtidos do registrador de voo, nesse primeiro momento, não podem confirmar ou descartar a hipótese mais aceita (até o momento) sobre o que provocou a queda da aeronave: a formação de gelo nas asas, seguida de estol (perda de estabilidade).
Para saber com certeza (pelo menos, é o que se espera) sobre o motivo causador do acidente, os investigadores precisarão analisar mais registros dos dois registradores de voo e combinar as informações obtidas. Lembrando que o relatório preliminar deve ser finalizado em 30 dias.
Engenheiros da fabricante francesa da aeronave, a ATR, da canadense Pratt&Whitney, que fabricou o motor, e de representantes da BEA e da TSB (órgãos que zelam pela segurança dos voos em ambos os países) também auxiliam nas investigações.
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