sábado, 5 outubro, 2024
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    Desfalques e instabilidades de energia ocasionam danos vultosos no campo, relata Faep

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    Agricultores em diferentes zonas do Paraná sofrem perdas relevantes devido a as quedas frequentes no abastecimento de eletricidade e flutuações na voltagem da rede. O Sistema Faep/Senar-PR, baseando-se nos depoimentos de mais de 50 sindicatos rurais, encaminhou 18 ofícios às autoridades, incluindo a Copel, o governo do Paraná e a Alep, requerendo providências imediatas.

    Os inconvenientes citados englobam a oscilação contínua de carga, resultando na queima de dispositivos como motores, bombas de irrigação e climatizadores. Em situações extremas, como a do avicultor Luiz Bertolassi, uma falha na rede ocasionou a queima de um disjuntor, ocasionando a morte de praticamente todo um lote de frangos.

    Além das instabilidades, as quedas de energia têm impactado a produção, com mais de 38 mil interrupções registradas no último quadrimestre de 2023, representando um aumento de 23,6% em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O tempo médio de permanência dessas interrupções também cresceu, atingindo quase seis horas.

    As perdas se estendem a diversas áreas, desde a perda de animais até a queima de dispositivos essenciais para a produção. Produtores relatam a necessidade de recorrer a caminhões-pipas para evitar a morte de animais por falta de água, além de impactos na produção leiteira e na fumicultura.

    O presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette, ressalta a urgência das medidas, afirmando que a eletricidade é um insumo crucial para a produção agropecuária, e os danos atuais podem comprometer o desenvolvimento do Paraná.

    Dificuldades após a privatização

    Agricultores apontam que os episódios de quedas e instabilidades aumentaram após a privatização da Copel. Alegam falta de manutenção nas redes, e o comprometimento das equipes terceirizadas não é equiparável aos funcionários de carreira. O presidente do sindicato rural de Guarapuava, Rodolpho Botelho, ressalta que os serviços pioraram em 100% desde a privatização.

    Os produtores enfrentam também dificuldades ao tentar acionar a Copel para manutenção ou restabelecimento de energia. Canais de atendimento robotizados e demora nas respostas têm gerado insatisfação. A Copel, por sua vez, alega enfrentar desafios devido a 24 temporais de grandes proporções em 2023, enfatizando a quebra de 5.637 postes e alocando bilhões a obras de melhoria do sistema elétrico.

    O setor agropecuário paranaense busca soluções urgentes para evitar prejuízos crescentes e garantir a competitividade da região. O investimento em infraestrutura e o compromisso das empresas do setor são cruciais para superar os desafios enfrentados pelos agricultores.

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