Estaremos vivenciando uma recessão? | economia global | bolsas de valores | baixa no mercado

Artigo traduzido e adaptado do inglês, publicado pela matriz americana do Epoch Times.

Na última semana, os mercados de ações em escala global sofreram fortes quedas. Além das bolsas dos EUA, por exemplo, a euforia especulativa no Japão diminuiu e todos os ganhos do mercado Nikkei de 2024 desapareceram. Uma combinação da expectativa de um corte nas taxas pelo Federal Reserve, resultados financeiros decepcionantes das grandes empresas de tecnologia no segundo trimestre de 2024 e um mercado de trabalho fragilizado resultou em um colapso de proporções não vistas desde a profunda correção de 2022.

Estaria a tão falada economia “Cachinhos Dourados” se revelando, em vez disso, uma recessão induzida pela dívida? É cedo demais para afirmar, mas com dois de cada três americanos vivendo de salário em salário, demissões e maior austeridade podem ser o estopim que levará muitos americanos a um ponto crítico. Se precisarmos apertar ainda mais o cinto, quais opções podemos considerar dependendo de nossa situação financeira individual?

Decisões econômicas mais complexas

Renda Satisfatória: Nesse cenário, a renda é suficiente para manter um padrão de vida confortável. Aqui se incluem:

• Moradia: As pessoas podem buscar por uma residência acessível para adquirir.
• Transporte: A aquisição de um carro novo é viável.
• Alimentação: Jantar em restaurantes é algo comum.
• Seguros: As pessoas conseguem arcar com seguros de vida, residencial, automotivo e de saúde com coberturas abrangentes.
• Despesas de Rotina: Podem pagar por internet de alta velocidade e manter o ambiente residencial a uma temperatura agradável.
• Viagens: As viagens internacionais são acessíveis.
• Presentes: Podem fazer presentes generosos e sem restrições.
• Saúde: Planos de saúde com baixos custos de coparticipação e franquias acessíveis.

Afetado pela Inflação: Nesse cenário, as pessoas estão ajustando suas despesas devido ao impacto da inflação:

• Moradia: Optam por aluguéis acessíveis em vez de comprar imóveis.
• Transporte: Escolhem comprar um carro usado em vez de um novo.
• Alimentação: Optam por refeições em delicatessens ou estabelecimentos mais econômicos.
• Seguros: Reduzem a abrangência dos seguros.
• Despesas de Rotina: Passam a controlar o uso de serviços básicos e procuram alternativas mais baratas.
• Viagens: As viagens ficam restringidas a destinos internos, como os Estados Unidos.
• Mimos: Os presentes são oferecidos em um orçamento limitado, e a quantidade ou os destinatários são restringidos.
• Bem-estar: As pessoas optam por planos de saúde HMO, que possuem franquias e coparticipações mais altas.

Austeridade em Período de Contração: Nesta coluna mais recente, as pessoas estão lidando com uma situação de contração econômica e precisam adotar medidas mais rígidas:

• Residência: É preciso compartilhar o lar com colegas de moradia para diminuir os gastos.
• Locomoção: As pessoas optam por motocicletas ou bicicletas ao invés de automóveis.
• Alimentação: As refeições são feitas com mantimentos congelados, que são mais econômicos.
• Proteção: A cobertura dos seguros é mínima, com franquias e coparticipações elevadas.
• Serviços Públicos: Para economizar, as pessoas ajustam o aquecimento em temperaturas mais baixas e restringem o uso do ar-condicionado.
• Viagens: As viagens são restringidas a destinos regionais como lagos, rios e acampamentos próximos.
• Mimos: Os presentes são trocados por cartões eletrônicos (ecards), que são mais acessíveis.

A tabela acima diz respeito a categorias amplas de gastos familiares. Para adicionar mais detalhes a essas categorias, precisamos considerar cada item separadamente:

1. Residência: a) Pagamento da hipoteca e juros b) Imposto sobre a propriedade c) Seguro d) Manutenção e) Aluguel de apartamento f) Serviços públicos
2. Locomoção: a) Veículo b) Seguro c) Combustível d) Manutenção e reparos e) Juros de empréstimos
3. Alimentação: a) Restaurantes b) Mercados c) Serviços de entrega de comida
4. Proteção: a) Residência e apartamento b) Seguro saúde, odontológico e visual c) Vida
5. Serviços Públicos: a) Aquecimento b) Ar condicionado c) Água d. Wi-Fi, TV a cabo
6. Viagens: a) Passagens aéreas, trem b) Custos relacionados ao veículo (ex.: combustível) c) Hospedagem d) Alimentação e) Entretenimento f) Outras despesas de viagem
7. Mimos: a) Feriados b) Aniversários c) Casamentos d) Funerais
8. Bem-estar a) Consultas médicas b) Medicamentos prescritos c) Internações hospitalares d) Cirurgias e) Prêmios e coparticipações de seguros f) Saúde, odontológico e visual.

Correção do mercado de ações

A queda do mercado de açõesNa sexta-feira passada, o índice Nasdaq, altamente focado em tecnologia, entrou em território de correção, caracterizado por uma queda de ao menos 10%, porém não superior a 20%, comparado a uma alta recente, de acordo com dados do Dow Jones Market Data. Uma baixa do mercado é registrada quando há uma diminuição de ao menos 20%. Investidores que desejam resguardar seus investimentos de um desaceleramento econômico devem ponderar a mudança para ações classificadas como defensivas e sair das empresas de tecnologia de Mega capitalização.

As ações defensivas costumam proporcionar dividendos regulares juntamente com ganhos estáveis, independentemente da condição da economia. Contudo, especialistas acreditam que migrar para os “setores de ações mais seguros” possivelmente trará benefícios limitados, tendo em vista a ampla volatilidade do mercado que pode ser experimentada ao longo do restante do verão.

Temores de recessão

As apreensões relacionadas a uma possível recessão e a hipótese de que o Fed possa ter cometido um equívoco de política levaram os investidores a buscar ativos considerados refúgio, como os títulos do Tesouro dos EUA e o ouro. A taxa de rendimento dos títulos do Tesouro de dois anos caiu na sexta-feira em 29,2 pontos-base, para 3,87% (os preços dos títulos e os rendimentos se movimentam em direções opostas) e se estabilizou no patamar mais baixo desde maio de 2023, conforme informado pelo Dow Jones Market Data.

É viável que os investidores tenham reagido exageradamente a essas notícias de indicadores econômicos mais frágeis do que o previsto e que a venda em massa desta semana tenha sido excessiva. A economia dos EUA criou apenas 114.000 empregos no último mês, enquanto a taxa de desemprego subiu de 4,1% em junho para 4,3% em julho, atingindo o patamar mais elevado em quase três anos, conforme divulgado pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho.

Foi esse aumento na taxa de desemprego que acionou o que é conhecido como Regra de Sahm, indicando o possível início de uma recessão. Quando a média móvel de três meses atual da taxa de desemprego ultrapassa a menor média móvel de três meses do ano anterior em meio ponto percentual ou mais, esse indicador de recessão emite um alerta vermelho.

A fragilidade econômica lenta porém constante persiste

Desde maio, os indicadores econômicos têm decepcionado, conforme apontado pelo Índice de Surpresa Econômica do Citi. Os indícios de desaceleração da economia dos EUA começaram a surgir antes da última reunião do Fed, na qual os membros mantiveram as taxas de juros inalteradas. O emprego regular doméstico começou a enfraquecer próximo ao final de 2023, e os casos de não pagamento em cartões de crédito têm aumentado consistentemente acima dos níveis pré-pandemia desde então, subindo ainda mais a cada mês.

Os principais indicadores econômicos também inspiram preocupação. O Índice de Novas Encomendas de Manufatura do ISM, por exemplo, encontra-se em contração e tem sido um indicador confiável na previsão de recessão no passado. Os pedidos de auxílio-desemprego alcançaram o nível mais elevado em 11 meses, as pequenas empresas têm reduzido seus planos de contratações e as empresas voltadas para o consumidor têm apresentado lucros aquém do previsto.

Estamos diante de uma possível recessão?

Uma recessão pode parecer improvável no momento, contudo a nossa economia não desacelera de forma linear. A perda de dinamismo econômico, que vem ocorrendo por um período prolongado—e é mais profunda do que muitos percebem—pode se transformar em uma espiral descendente autoalimentada. O desemprego, os casos de não pagamento, as falências e as circunstâncias financeiras ainda mais complicadas para o cidadão comum podem aumentar e se agravar. Os indícios de recessão estão aparecendo—não devem ser ignorados.

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