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A líder nacional do PT, Gleisi Hoffmann, declarou que a Operação Lava Jato, que comemora 10 anos neste mês, deixou como legado político a vitória de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e por pouco não levou à reinstauração da ditadura no país.
A deputada argumenta que a operação, com 80 fases que revelaram uma extensa rede de corrupção envolvendo empresas estatais, políticos e partidos, tinha como alvo principal o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contribuiu para a desconfiança nas instituições democráticas.
“O legado político da Lava Jato, cujo foco principal era Lula, foi a eleição de um presidente de extrema-direita em 2018, que por pouco não restabeleceu a ditadura no país. Seu impacto institucional foi a desconfiança nas instituições, especialmente no Ministério Público e no Judiciário, que hoje trabalham para reconstruir sua credibilidade”, afirmou em uma publicação nas redes sociais (veja na íntegra).
Gleisi Hoffmann reiterou o discurso frequentemente utilizado por Lula de que a Lava Jato teve impactos significativos na economia, resultando na “destruição do estratégico setor de exportação de serviços, engenharia, petróleo e gás, na condenação de 4 milhões de pessoas ao desemprego e em prejuízos incalculáveis, mas imensos, para a economia do país”.
“Foi uma experiência dolorosa que, apesar dos
imensos danos causados ao país, ao estado de direito e à democracia, nos deixou
como lição a resistência heroica do presidente Lula e daqueles que o apoiaram
na defesa de sua inocência”, completou.
O início das investigações da Lava Jato, em abril de 2014, ocorreu a partir de um caso de lavagem de dinheiro em um posto de combustíveis e se desdobrou em um amplo esquema criminoso envolvendo fraude, corrupção e lavagem de dinheiro.
Um dos casos mais emblemáticos da Lava Jato foi a condenação de Lula em primeira instância por corrupção no caso do triplex de Guarujá pelo então juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. A prisão ocorreu em abril de 2018 após condenação em segunda instância.
Após mais de um ano – 580 dias –, Lula foi libertado em novembro de 2019, devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que revogou a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância.
A força-tarefa da Lava Jato, com base em Curitiba, encerrou suas atividades em fevereiro de 2021 após a publicação de uma portaria da Procuradoria-Geral da República (PGR) em dezembro de 2020. Posteriormente, cinco integrantes passaram a fazer parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), dando continuidade aos trabalhos até agosto de 2022.
Em agosto de 2022, o ministro Fachin, responsável por
casos da Lava Jato no STF, apresentou um balanço das ações da força-tarefa. Os
dados revelaram que durante a operação, o STF realizou 221 mandados de busca
e apreensão, 12 prisões preventivas, duas prisões temporárias, 29 denúncias, envolvendo
102 acusados, resultando em quatro condenações.
Já a força-tarefa do Paraná, que liderou as investigações, realizou 1.450 mandados de busca e apreensão, 132 prisões preventivas, 163 prisões temporárias, 130 denúncias, envolvendo 533 acusados, e resultando em 278 condenações.
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