A líder do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), voltou a disparar contra o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Em uma postagem no Twitter/X, neste domingo, 3, a parlamentar mencionou especialmente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa conceder autonomia à instituição bancária.
Segundo Gleisi Hoffmann, assegurar a independência do BC equivale a colocar o Brasil sob uma ditadura monetária. A política fez essa afirmação após Campos Neto afirmar ao jornal Folha de S.Paulo que planejava ampliar a autonomia do banco.
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“Os juros elevados do BC prejudicaram os investimentos e frearam o crescimento no segundo semestre”, argumentou a parlamentar, relacionando a política monetária do Banco Central com o desempenho econômico do país, que viu o Produto Interno Bruto (PIB) estagnar no final de 2023. O Brasil encerrou o ano com um crescimento de 2,9%.
Gleisi Hoffmann também questionou a cobertura da imprensa sobre o tema. No Twitter/X, lamentou que a Folha tenha dado voz ao presidente do Banco Central.
“É uma política monetária que continua ameaçando o país, porém não vemos uma única crítica na mídia a respeito disso”, afirmou a parlamentar. “Pelo contrário, a Folha hoje abre espaço para Campos Neto defender ainda mais autonomia para o BC.”
Governo @LulaOficial fez o PIB de 2023 crescer 3 vezes acima das previsões, mas os dados do IBGE mostram que os juros elevados do BC prejudicaram os investimentos e frearam o crescimento no segundo semestre. É uma política monetária que continua ameaçando o país, porém não vemos…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) 3 de março de 2024
Mais críticas de Gleisi Hoffmann a Campos Neto
Ao questionar a administração do presidente do Banco Central, a líder do PT afirmou que a taxa de juros no país está acima do aceitável.
Ainda de acordo com Gleisi Hoffmann, Campos Neto agiu de forma partidária em 2023. “Foi nitidamente político, uma verdadeira extensão do mandato de Jair Bolsonaro, que o indicou e para quem ele fez campanha eleitoral”, declarou.
Mesmo com as críticas, o presidente do Banco Central demonstrou otimismo em relação ao futuro econômico do Brasil. Na entrevista à Folha, ressaltou as previsões de crescimento para o início de 2024 e defendeu a importância da autonomia do BC como um meio de garantir uma política monetária robusta e independente.