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Matéria traduzida e adaptada do inglês, divulgada pela matriz americana do Epoch Times.
Mahatma Gandhi considerou a homeopatia como um “método refinado de tratar pacientes de forma econômica e não agressiva”, conforme a Faculdade de Medicina Homeopática de Ontário.
Apesar de ser bastante conhecida, utilizada com frequência e facilmente encontrada na maioria das farmácias europeias, parece que a homeopatia não conseguiu estabelecer uma posição sólida ao lado de outras práticas alternativas nos Estados Unidos.
Com o intuito de mudar essa situação, médicos homeopatas, médicos e cientistas se uniram a cineastas para produzir o documentário “Homeopatia – O Filme“.
O dilema da tendenciosidade
Por ser uma forma de cura altamente debatida, as pessoas geralmente se dividem em dois grupos – aqueles que acreditam em seus benefícios terapêuticos e aqueles que não acreditam. Isso dificulta aos cientistas encontrar participantes imparciais para estudos sobre a eficácia da homeopatia.
Ao longo dos anos, pesquisadores tentaram identificar o princípio comum pelo qual a homeopatia funciona.
Uma análise publicada na revista Systematic Reviews, examinou a homeopatia por meio de “estudos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo de tratamento homeopático não individualizado”.
Em geral, esses estudos são pequenos e começam com os pacientes participantes já tendo uma opinião preestabelecida sobre a homeopatia.
A análise englobou 75 ensaios clínicos randomizados, 49 dos quais foram considerados como tendo um “alto risco de viés” e 23 como tendo um “risco incerto de viés”. Apenas 54 estudos resultaram em informações úteis, mas “a qualidade do conjunto de evidências [ainda] era baixa”.
A homeopatia escapa das explicações biológicas
Com concentrações de um a um milhão, os remédios homeopáticos são vistos por muitos como simples placebos.
Para outros, como a U.S. Food & Drug Administration, a homeopatia e seu crescente setor de mercado de US$3 bilhões “exponibiliza mais pacientes a riscos potenciais relacionados à proliferação de produtos não comprovados e não testados e a alegações de saúde sem base”.
Um artigo de pesquisa de 2020 publicado no Sage Journals sugere que a validade da homeopatia se deve ao “trabalhode tempo argumentativo” — uma das ferramentas que os profissionais utilizam para cuidar de seus pacientes —, ou seja, eles simplesmente dedicam mais tempo ouvindo e “invocando um repertório cultural de valores”.
Uma publicação de 2019 no Journal of Evidence-Based Integrative Medicine explica que “o sino cultural parece estar tocando para a homeopatia”. As normas e regulamentações contra a homeopatia estão se tornando cada vez mais rigorosas. O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido encerrou o financiamento do tratamento homeopático em 2017.
A Itália, a Austrália e o Conselho Consultivo Científico das Academias Europeias divulgaram declarações de consenso “sobre a falta de evidências (além do placebo)”, e os Estados Unidos estão examinando os remédios homeopáticos e seu “lugar entre os produtos de saúde de venda livre”.
A condenação científica da homeopatia, no entanto, contrasta fortemente com os relatos pessoais de cura.
Relatos pessoais contrastam com as visões do governo
O apoio à homeopatia vem daqueles que experimentaram alívio ou cura utilizando remédios homeopáticos. Para alguns, esses eventos alteraram sua vida ao ponto de se tornarem profissionais da homeopatia.
Christine Donka é a diretora executiva do National Center for Homeopathy. Ela descobriu a homeopatia há mais de 18 anos, quando procurava uma alternativa para a cirurgia ocular de seu filho.
“Depois de uma dose de algumas bolinhas brancas, a cirurgia ocular não foi mais necessária, e [eu] estava determinada a aprender mais”, disse Donka em uma entrevista ao Epoch Times. Embora essa história em particular a surpreenda, ela também se lembra de muitas intervenções bem-sucedidas através da homeopatia em sua própria família e em seus pacientes.
Em outra ocasião, enquanto fazia uma caminhada de três dias com sua filha Rachel na Floresta Nacional Okanogan-Wenatchee, no estado de Washington, Donka tropeçou em uma raiz e caiu — por causa de sua mochila pesada — machucando os joelhos e o pulso, mas principalmente sentindo uma espessa névoa cerebral devido a uma possível concussão.
Como qualquer ajuda estava distante, ela instruiu a filha a usar seu kit homeopático de primeiros socorros: acônito para tratar choque, lesão súbita ou trauma, bem como arnica para lesões físicas. Duas horas após o tratamento, seu pulso, que havia dobrado de tamanho devido ao inchaço, voltou ao normal. A névoa cerebral havia desaparecido.
“Durante a semana seguinte, mais ou menos, se eu sentisse dores ocasionais nas articulações, tomava arnica”, disse Donka. “Não precisei de nenhum tratamento especial além de evitar levantar peso e fazer longas caminhadas por alguns dias até que todas as dores se resolvessem completamente.”
“Homeopatia – O Filme” — um documentário
Casey Garvin, que aparece como paciente em “Homeopatia – O Filme”, foi informada por seus médicos que provavelmente seria impossível engravidar. Mesmo assim, recém-casada, ela não queria se conformar.
Garvin viu a homeopatia como um último recurso contra seu distúrbio de tireoide, dores menstruais extremas e síndrome do ovário policístico. No final do filme, ela declarou que “a homeopatia deveria ser a primeira na lista [para que outras pessoas] pelo menos tentassem”, pois “acabou sendo o melhor recurso
admissível” para ela.
Outros casos apresentados incluíram um veterano militar que sofria de transtorno de estresse pós-traumático e exposição ao agente laranja, uma criança que foi tratada para autismo e epilepsia, além de um jovem com problemas de dependência. A eficácia da homeopatia nos cuidados veterinários também foi destacada.
Todas essas pessoas sentiam que a medicina convencional havia falhado com elas e, tal como Garvin, seu último recurso se tornou a melhor alternativa na forma de homeopatia.
Profissionais da saúde que apoiam a homeopatia
O Dr. Ronald Whitmont é um dos médicos e homeopatas clínicos certificados apresentados no documentário. Depois de se tornar médico em 1988, sua carreira o levou para Nova Iorque — o Hudson Valley — onde reside e trabalha atualmente. Whitmont também é um veterano da Marinha dos EUA, onde serviu como oficial médico geral, tanto no país quanto no exterior.
Whitmont cresceu em uma família que promoveu o que ele chama de “interesse vitalício em saúde e cura. […] Medicina, cura, filosofia, religião, política e história eram temas constantes durante as refeições em família ao longo de toda a minha infância”, disse ele ao Epoch Times em um e-mail.
“Desde cedo, eu acreditava que a base de conhecimento da medicina não deveria se restringir aos escalões superiores da sociedade, mas que deveria fazer parte do domínio público, ser ensinada a todos e incluída em todos os currículos educacionais.”
Whitmont praticou medicina convencional por mais de 20 anos antes de se tornar um médico homeopata. Descobri — com exceção da cirurgia, da medicina de emergência e do tratamento de traumas — que a maioria dos tratamentos médicos disponíveis para mim e para meus pacientes não passava de um “curativo” que melhorava temporariamente os sintomas, mas deixava meus pacientes mais doentes a longo prazo”, disse ele.
Como especialista em diagnósticos, Whitmont identifica o problema da assistência médica convencional: “Ele oferece pouquíssimas ferramentas de tratamento seguras, eficazes ou sustentáveis para ajudar as pessoas a se curarem e se recuperarem de doenças. As únicas condições tratadas medicamente que vi serem curadas foram aquelas que eram autolimitadas no início, e o gerenciamento médico geralmente as transformava em episódios recorrentes crônicos.”
Histórico da homeopatia nos EUA
Como a homeopatia parece estar sub-representada nos Estados Unidos, parece que ela simplesmente nunca chegou ao continente. Essa impressão está errada, de acordo com Whitmont.
“A homeopatia chegou aos Estados Unidos em 1825 e viajou para o oeste com os primeiros colonizadores. Em 1844, o American Institute of Homeopathy foi fundado na cidade de Nova Iorque e, três anos depois, a American Medical Association (AMA) foi fundada com o objetivo de combater a disseminação da homeopatia (porque ela havia se tornado muito popular, especialmente devido ao seu sucesso em doenças epidêmicas como cólera e gripe)”, disse Whitmont em um e-mail.
Dezenas de escolas médicas homeopáticas, incluindo hospitais homeopáticos, clínicas e centros de tratamento psiquiátrico, existiam nos Estados Unidos na virada do século XX.
O governo dos EUA até sancionou a construção de um monumento em homenagem ao médico alemão e fundador da homeopatia Samuel Hahnemann. O único memorial dedicado a um médico em Washington D.C. foi inaugurado em 1900 pelo presidente William McKinley. Atualmente, ele faz parte do National Park Service e fica no lado leste
da Alameda Scott.
Após sua formação em medicina, Hahnemann percebeu que certos remédios à base de plantas provocavam sintomas semelhantes aos das doenças, porém de forma mais suave. Ele deduziu que substâncias derivadas de plantas poderiam tratar as doenças que causavam.
Atualmente, esse conceito é conhecido como princípio da “semelhança” ou “similia similibus curantur”, que sugere que uma substância capaz de desencadear uma reação em pessoas saudáveis também pode tratar sintomas semelhantes em indivíduos doentes.
Entretanto, as forças contrárias não foram favoráveis ao “poder suave e grande”, como está registrado no memorial de Hahnemann.
Whitmont afirmou: “[Em] 1910, Abraham Flexner divulgou um relatório financiado pelas fundações AMA, Carnegie e Rockefeller com a intenção de desacreditar todas as faculdades de medicina não alopatas nos EUA”.
Os recursos financeiros foram cortados pelo governo e as instituições foram fechadas. “Esse acontecimento marcou o início de um eficaz lobby governamental por parte da indústria de saúde, que hoje é um dos maiores grupos de pressão nos EUA, gastando bilhões de dólares anualmente para controlar a alocação de verbas na área da saúde e quais pesquisas são financiadas”, relatou Whitmont em entrevista.
Ele faz questão de salientar que “a medicina tradicional, quando utilizada conforme os padrões estabelecidos, é a quinta principal causa de morte nos EUA. Por outro lado, o uso regular da homeopatia prescrita por um profissional qualificado não apenas é extremamente seguro e satisfatório, mas também promove de forma significativa a saúde”.
Devido à falta de consciência dos norte-americanos em relação à história e aos benefícios da homeopatia, há aqueles que trabalham incansavelmente na pesquisa contínua e na compilação de evidências científicas.
Pesquisas científicas sobre homeopatia
Rachel Roberts, líder executiva do Instituto de Pesquisa em Homeopatia no Reino Unido, gerenciou sua própria clínica por mais de uma década antes de se dedicar inteiramente à pesquisa científica nessa área. Ela é uma das profissionais destacadas no documentário “Homeopatia – O Filme”.
Roberts enfatiza a importância de as pessoas compreenderem que a alegação de que não há “nenhuma evidência” sobre a eficácia da homeopatia, feita em certos círculos, é completamente falsa. Até o momento, existem aproximadamente entre 300 a 400 estudos controlados e randomizados que investigam o tratamento homeopático utilizando os mesmos métodos empregados nos estudos clínicos da medicina convencional”, afirmou ela em um e-mail ao Epoch Times.
O Instituto de Pesquisa em Homeopatia (HRI) se dedica a realizar e divulgar evidências científicas nesse campo, além de conscientizar por meio da organização de conferências internacionais.
Em entrevista ao Epoch Times, Roberts fez uma observação respeitosa de que a maioria dos legisladores possui pouco ou nenhum conhecimento sobre homeopatia e muitas vezes formam suas opiniões com base em “reportagens típicas e imprecisas da mídia que afirmam não haver evidências da eficácia da homeopatia”.
Roberts e sua equipe no HRI frequentemente se deparam com o “viés de plausibilidade”, que é a tendência a rejeitar pesquisas que contradizem as crenças estabelecidas no momento.
Ela
te lembra de uma reunião com um professor que também era um crítico da homeopatia. “Mostrei a ele um estudo de pesquisa criterioso, publicado em uma revista científica de alto nível, que conclui que a homeopatia funciona melhor do que o placebo. Quando perguntei o que ele achava dos resultados, sua resposta foi: ‘Deve haver algo errado com o estudo, porque a homeopatia é impossível’.”
No desfecho, Roberts quer destacar aos leitores que “a homeopatia é praticada por centenas de milhares de médicos em hospitais e clínicas em países de todo o mundo por uma razão e apenas uma razão — porque esses médicos a veem trabalhar em seus pacientes dia após dia. E, ao final, isso é o que mais importa”.
Um apelo à autoeducação
Kim Elia, médico homeopata clínico há mais de 38 anos e professor assistente da Academy of Homeopathy Education, liderou a ideia de produzir um documentário. Ele enxerga como sua responsabilidade criar uma “biblioteca de entrevistas e apresentações gravadas com homeopatas de renome mundial sobre uma variedade de temas atuais e pertinentes”.
Em uma entrevista ao Epoch Times, Elia manifestou seu propósito de “unir a comunidade homeopática e contribuir para o aprimoramento de profissionais eficazes que levarão a medicina homeopática para a corrente principal”.
A equipe de “Homeopatia – O Filme” compartilha o objetivo de educar as pessoas para gerar saúde e cura autênticas. Eles esperam concluir suas negociações com a Netflix ou outra plataforma de exibição nos próximos meses. Até lá, os interessados podem se manter informados por meio do site da empresa ou assinar o boletim informativo.
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