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Na terça-feira (20), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a chancelaria israelense recorre “regularmente à deturpação de declarações e a mentiras” para contestar as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No último final de semana, o petista comparou a ação militar de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. O chanceler israelense, Israel Katz, classificou a manifestação de Lula como um “desrespeito aos judeus brasileiros”.
“É algo inusitado e revoltante uma Chancelaria dirigir-se dessa maneira a um Chefe de Estado de um país aliado, o Presidente Lula. É ofensivo e preocupante uma Chancelaria recorrer sistematicamente à deturpação de declarações e a mentiras. É uma vergonhosa página da história da diplomacia de Israel, com uso de linguagem grosseira e irresponsável”, afirmou Vieira ao sair da Marina da Glória, local de reuniões do G20, no Rio de Janeiro.
O ministro destacou que a postura “do governo Netanyahu e sua falta de diplomacia não representam o sentimento de sua população”. Nesta segunda-feira (19), Katz levou o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, ao Memorial do Holocausto de Jerusalém e disse que Lula seria considerado como uma “persona non grata” em Israel até que se retrate formalmente. A decisão foi transmitida em hebraico, idioma que Mayer não domina. O ato foi interpretado como uma repreensão pública por membros do Itamaraty. Lula chamou o embaixador de volta ao Brasil após o episódio. mais cedo
Vieira acusa chanceler israelense de deturpar posições do Brasil para fins políticos
Vieira expressou o desconforto e a surpresa do governo brasileiro com a conduta de Kantz durante uma reunião com o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, no início da noite de segunda-feira (19). Segundo o ministro brasileiro, “Katz distorce posições do Brasil buscando obter vantagens na política interna”.
“Apesar de ter atacado o nosso país em público, no mesmo dia, na conversa privada com nosso embaixador em Tel Aviv, afirmou ter grande respeito pelos brasileiros e pelo Brasil, que definiu como a mais importante nação da América do Sul. Esse respeito não foi demonstrado em suas manifestações públicas, pelo contrário. Não é aceitável que uma autoridade governamental aja dessa maneira”, declarou Mauro Vieira.
O chanceler brasileiro afirmou que o governo israelense busca criar uma “distração que encubra o verdadeiro problema do massacre em curso em Gaza, onde 30 mil civis palestinos já morreram”.
“Isso tem contribuído para o crescente isolamento internacional do governo Netanyahu, o que se reflete nas deliberações em andamento na Corte Internacional de Justiça. É este isolamento que o titular da chancelaria israelense tenta esconder. Não participaremos desse jogo. E não deixaremos de lutar pela proteção das vidas inocentes em risco. É disso que se trata”, ressaltou Vieira.
O ministro afirmou que a amizade do Brasil com o povo israelense “remonta à formação daquele Estado, e sobreviverá aos ataques do titular da chancelaria de Netanyahu”. Vieira destacou que o embaixador de Israel em Brasília e o governo Netanyahu foram “informados de que o Brasil reagirá com diplomacia, mas com toda a firmeza, a qualquer ataque que receber, agora e sempre”.
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