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O mandatário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estabeleceu uma comparação nesta terça-feira (9) entre a tentativa fracassada de golpe na Bolívia e os eventos de 8 de janeiro de 2023 no Brasil, afirmando que a região não deve mais “tolerar desvios autoritários e golpismos”. O presidente proferiu um discurso ao lado do presidente boliviano, Luis Arce, após completar sua agenda no país vizinho.
“Em 2022, o Brasil comemorou o bicentenário de sua independência em um dos momentos mais sombrios de sua história. Em vez de celebrar, fomos envolvidos por uma onda de extremismo que culminou no 8 de janeiro”, mencionou.
“O povo boliviano já tinha experimentado desse amargo sabor com o golpe de Estado de 2019 e agora se deparou com a tentativa de 26 de junho. Às vésperas de celebrar seu bicentenário em 2025, a Bolívia não pode retroceder nessa cilada. Não podemos permitir devaneios autoritários e golpismos”, acrescentou Lula.
Em 26 de junho, o então chefe do Exército da Bolívia Juan José Zúñiga liderou a tentativa de golpe, porém acabou sendo detido. Já em 2019, em meio a uma crise política, Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia.
Na época, Evo deixou o país e se dirigiu ao México após aceitar a proposta de asilo político do governo de Andrés Manuel López Obrador. Lula evitou mencionar o ex-presidente boliviano diretamente em seu discurso, Evo e Arce são adversários no momento atual.
O presidente do Executivo ainda destacou que a “desunião das forças democráticas tem favorecido a extrema-direita” em todo o mundo. “Os casos recentes na França e no Reino Unido evidenciam a necessidade de superar diferenças em prol de um objetivo comum”, destacou o presidente em relação à vitória da esquerda e dos trabalhistas nestes países.
“Isso também se aplica à união regional. Quanto mais sólida for nossa colaboração, menor será a atração daqueles que pregam divisões”, salientou.
“Integração é uma urgência de sobrevivência”, exprime Lula
O mandatário brasileiro reiterou o apoio à integração “não existe solução individual para nenhum país da América do Sul”. Lula mencionou os pactos firmados com o governo boliviano “para elevar a qualidade de vida” nos dois países.
“A integração é uma imprescindibilidade de sobrevivência dos países da América do Sul, do Brasil e da Bolívia. É necessário dar uma oportunidade no século 21 para que Brasil, Bolívia e outros países da América do Sul deixem de ser tratados como países em desenvolvimento”, afirmou.
O presidente ressaltou que a “união física e energética da região passa obrigatoriamente” pelo Brasil e pela Bolívia. Lula citou como exemplo o fornecimento de gás natural pela Bolívia ao Brasil, a importação de fertilizantes e a possibilidade de exploração de minérios nos dois países.
“Além do excelente relacionamento bilateral, Bolívia e Brasil compartilham visões de mundo convergentes, o que nos torna colaboradores naturais em diversos assuntos”, reforçou.
Lula apoia retorno da Venezuela ao Mercosul
O petista também defendeu o regresso da Venezuela, liderada pelo ditador Nicolás Maduro, ao Mercosul. Desde 2017, a Venezuela está suspensa do bloco por “quebra da ordem democrática”.
“A normalização da vida política venezuelana representa estabilidade para toda a América do Sul. Por isso, torcemos para que as eleições transcorram de modo pacífico e que os resultados sejam reconhecidos por todos”, afirmou Lula. As eleições venezuelanas estão marcadas para o dia 28 de julho.
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