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Artigo traduzido e adaptado do idioma inglês, divulgado pela matriz estadunidense do Epoch Times.
Os horários irregulares do intestino, especialmente a obstipação e a diarreia, são tão habituais que as pessoas geralmente os enxergam como meros aborrecimentos. Entretanto, uma nova pesquisa sugere que eles podem aumentar o risco de enfermidades duradouras.
“Propomos que a prisão de ventre crônica ou a diarreia podem ser fatores subestimados de danos em órgãos e enfermidades duradouras, mesmo em populações saudáveis”, escreveram os pesquisadores na pesquisa, publicada em 16 de julho na publicação Cell Reports Medicine.
Os autores identificaram que as pessoas que evacuam menos de uma vez por dia têm níveis mais elevados de toxinas urêmicas, que estão associadas a enfermidades renais crônicas, inflamação e estresse oxidativo. Por outro lado, a evacuação de um a dois movimentos intestinais por dia estava ligada a mais bactérias benéficas. Ainda descobriram que as pessoas que sofrem de diarreia frequente apresentam marcadores elevados de inflamação e bilirrubina, o que pode indicar danos ao fígado.
Uma vasta quantidade de literatura associa a frequência atípica do intestino a enfermidades como Parkinson e enfermidade renal crônica. Contudo, a nova pesquisa indica ligações causais entre a saúde do intestino e as enfermidades duradouras. “Não se sabe se essas anomalias estão influenciando causalmente o desenvolvimento de enfermidades duradouras ou se são meramente uma coincidência”, mencionou Sean Gibbons, docente associado do Institute for Systems Biology (ISB) de Seattle, um dos autores da pesquisa, ao Epoch Times.
Os pesquisadores utilizaram um conjunto abrangente de dados biológicos, de saúde, alimentação e estilo de vida de 1.425 participantes saudáveis da extinta empresa de bem-estar científico Arivale para explorar as relações entre a frequência dos movimentos intestinais e fatores como a composição do microbioma intestinal e as proteínas no sangue em indivíduos saudáveis.
A obstipação e a diarreia impactam a saúde no intestino
A obstipação afeta o ecossistema intestinal e está conectada a enfermidades duradouras.
“O ecossistema intestinal foca principalmente na fermentação de fibras alimentares. Essa é a principal função do microbioma; ele pega as fibras e as fermenta em ácidos [graxos] orgânicos”, esclareceu o autor correspondente, Sean Gibbons.
Gibbons destacou que, caso as fezes permaneçam por muito tempo no intestino, os microrganismos acabam com as fibras alimentares e começam a consumir proteínas da camada de muco. Essa transição para a ingestão de proteínas resulta na produção de muitas toxinas conhecidas por afetarem nossos órgãos, ele explicou. Um desses venenos frequentemente gerado na obstipação é o indoxil sulfato (3-IS), que está relacionado a uma função renal mais debilitada. Tal desequilíbrio intestinal ocasiona a produção reduzida de ácidos graxos orgânicos a partir das fibras alimentares, contribuindo para a saúde enfraquecida e a progressão de enfermidades duradouras.
“Ao observarmos pessoas com diarreia, constatamos que os marcadoresde distúrbio hepático e inflamação apresentavam níveis mais altos”, afirmou Gibbons.
Um microbioma intestinal saudável previne a inflamação e a colonização por patógenos, mas a diarreia perturba o microbioma, aumentando a inflamação. Gibbons sugere que a diarreia também pode afetar o fígado, já que o rápido movimento das fezes impede a absorção dos ácidos biliares, que o fígado produz para auxiliar na digestão das gorduras da alimentação.
Essa perda sobrecarrega o fígado para a produção adicional de ácidos biliares, contribuindo para a desordem hepática.
Abundância de bactérias relacionada aos movimentos intestinais
Os cientistas investigaram como as variações na frequência dos movimentos intestinais (BMF, na sigla em inglês) impactam diferentes moléculas no organismo, o funcionamento dos órgãos e as enfermidades.
A BMF dos participantes foi dividida em quatro categorias: obstipação (evacuação uma ou duas vezes por semana), regular baixo (três a seis vezes por semana), regular alto (um a três vezes por dia) e diarreia (quatro vezes por dia).
Os pesquisadores observaram que bactérias intestinais específicas são mais ou menos abundantes dependendo da frequência com que as pessoas evacuam. Por exemplo, as bactérias benéficas relacionadas à fermentação da fibra alimentar eram mais abundantes nas pessoas que evacuavam de uma a duas vezes por dia. Por outro lado, as pessoas que sofriam regularmente de obstipação e diarreia apresentavam maior quantidade de bactérias potencialmente prejudiciais no trato gastrointestinal superior.
Os movimentos intestinais estão associados à alimentação, ao modus vivendi e ao estado mental
Os cientistas também examinaram as potenciais relações entre o BMF e fatores demográficos, como idade, sexo, índice de massa corporal (IMC) e estado mental. Os resultados evidenciaram o seguinte:
– Maior consumo de lanches foi ligado à BMF regular baixa.
– Maior consumo de frutas e vegetais, movimentos intestinais mais suaves e diarreia mais frequente foram associados à BMF regular alta.
– Indivíduos com menor lipoproteína de baixa densidade (colesterol mais saudável) relataram ingerir mais frutas.
– Aqueles com menor proteína C-reativa (menos inflamação) relataram consumir mais vegetais.
O estudo também constatou que pessoas com irmãos ou familiares com histórico de depressão ou ansiedade apresentavam frequência intestinal anômala. Da mesma forma, indivíduos com histórico pessoal de depressão ou transtornos de ansiedade foram associados a uma frequência intestinal baixa e normal.
Esses resultados estão em conformidade com pesquisas recentes que indicam que a obstipação está vinculada a um maior risco de depressão e ansiedade.
Modificações no modus vivendi para favorecer a saúde intestinal
O estudo enfatizou que “alterações na dieta e no modus vivendi sensatas, como o acréscimo da ingestão de frutas e vegetais, podem auxiliar na normalização do BMF e possivelmente reduzir o risco
Vínculado à BMF”.
Gibbons destacou que os microorganismos do intestino atuam como um propulsor, convertendo o que ingerimos em massa orgânica para o corpo. No entanto, esse propulsor não opera de maneira limpa e gera subprodutos nocivos. “Nosso organismo foi desenvolvido para lidar com a toxicidade, mas se ela sobrecarrega nossos mecanismos de enfrentamento, então causa danos.”
Por sorte, as pessoas podem otimizar a frequência das evacuações por meio da alimentação.
Gibbons explicou que alimentar os microorganismos com bastante fibras pode auxiliar na correção dos processos fisiológicos relacionados ao aumento do perigo de enfermidades”. Ingerir prebióticos e probióticos, como alimentos fermentados como iogurte, chucrute e kimchi, também são boas fontes de probióticos.
Ele também sugeriu uma dieta à base de alimentos integrais variados em vários vegetais, frutas e legumes, evitando uma dieta rica em proteínas. “É amplamente reconhecido no campo da nutrição que as dietas realmente enriquecidas em proteínas são, na realidade, bastante prejudiciais para o organismo”, mencionou ele. Para aqueles que seguem uma dieta rica em proteínas, ele indicou a complementação com carboidratos complexos e fibras.
O estudo trouxe uma ampla gama do que é considerado habitual, onde a faixa de volume habitual vai desde defecar em períodos alternados até quase diariamente. Quando o Epoch Times questionou sobre um ritmo intestinal ideal, Gibbons recomendou que evacuar em períodos alternados até duas a três vezes ao dia é uma faixa adequada. Vale ressaltar que os estudiosos notaram em um comunicado para a imprensa que as bactérias intestinais fermentadoras de fibras, frequentemente associadas à vitalidade, pareciam florescer em um estado de equilíbrio de BMF, onde as pessoas evacuavam uma ou duas vezes por dia.
No presente momento, as pessoas – e até mesmo os especialistas da área médica – não enxergam os desvios nas evacuações como motivo de inquietação. “Acredito que nosso estudo está demonstrando que, de fato, talvez seja um aspecto importante que necessita ser gerenciado em nossos cuidados com a saúde”, afirmou Gibbons.
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