sábado, 14 setembro, 2024
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    Perito afirma que Lula ofendeu ’16 milhões de judeus do mundo’

    André Lajst, especialista em Oriente Médio, afirmou que as últimas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foram um ataque contra a “ala radical” de Israel, mas sim ao “Estado de Israel” e aos “16 milhões de judeus do mundo”.

    No final da semana, o presidente petista classificou a defesa de Israel contra o grupo terrorista Hamas — que invadiu o país em 7 de outubro e iniciou um conflito que resultou na morte de 1,2 mil pessoas — de “genocídio” do povo palestino.

    Lula comparou a reação israelense ao Holocausto, o maior genocídio da história, que vitimou 6 milhões de judeus a mando de Adolf Hitler, que governava a Alemanha Nazista.

    André Lajst diz que fala de Lula sobre Holocausto foi condenada inclusive pela “esquerda e extrema esquerda” de Israel

    “Ignora que o Brasil não é mais governado por um fascista como ele”, disse Gleisi sobre Netanyahu | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

    “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico”, disse Lula. “Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus.”

    Líderes judeus brasileiros como Lajst, que é presidente-executivo do braço brasileiro do StandWithUs, organização que combate o antissemitismo em todo o mundo, rechaçaram as acusações.

    “A comunidade Judaica no Brasil é a segunda mais importante da América Latina, atrás da Argentina e à frente do México, com 120 mil judeus entre os 204 milhões de brasileiros, ou seja, 0,06% da população”, ressalta a Confederação Israelita do Brasil (Conib).

    Líderes petistas como Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmaram que Lula criticou a “ala radical de Israel” e o “governo fascista” do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas Lajst refutou os argumentos.

    “O que ele [Lula] falou não foi contra o governo de Israel, foi contra o Estado de Israel”, disse Lajst em um vídeo publicado na última quarta-feira, 19, em suas redes sociais. “Foi contra as pessoas que vivem em Israel. E também contra 15, 16 milhões de judeus do mundo.”

    O cientista político judeu gravou o vídeo direto de Israel, e disse que “diferentemente das justificativas que muitos têm tentado dar, a fala de Lula comparando Israel a Hitler não foi uma ofensa direcionada apenas ao atual governo israelense”.

    “Em Israel, o pronunciamento foi condenado por amplos espectros políticos da sociedade”, disse Lajst. “Inclusive pela oposição, até pelos partidos de esquerda e de extrema esquerda.”

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