[ad_1]
Uma descoberta realizada por pesquisadores da Universidade de Houston (EUA) revelou grande desequilíbrio energético em Saturno, trazendo nova perspectiva sobre a evolução planetária e desafiando os modelos climáticos existentes para os gigantes gasosos do sistema solar. A pesquisa foi publicada na Nature Communications.
“É a primeira vez que observamos um desequilíbrio energético global em escala sazonal em um gigante gasoso”, afirmou Liming Li, docente de física na Faculdade de Ciências Naturais e Matemática da Universidade de Houston.
“Esta descoberta não apenas nos fornece uma nova visão sobre a formação e evolução dos planetas, mas também nos obriga a reconsiderar a abordagem em relação à ciência planetária e atmosférica”, complementou Li.
Ao utilizar informações da missão da sonda Cassini, Xinyue Wang, um doutorando do terceiro ano do Departamento de Ciências da Terra e Atmosféricas do NSM, identificou um desequilíbrio energético sazonal significativo e, até então, desconhecido em Saturno.
“Cada planeta recebe energia do Sol na forma de radiação solar e perde energia ao emitir radiação térmica”, indicou Wang.
“Entretanto, Saturno, assim como os demais gigantes gasosos, tem uma fonte adicional de energia proveniente do calor interno profundo que influencia sua estrutura térmica e o clima”, acrescentou.
Origem da desigualdade em Saturno
- A desigualdade decorre da elevada excentricidade orbital de Saturno, que varia em quase 20% entre o afélio (ponto orbital mais distante do Sol) e o periélio (ponto orbital mais próximo do Sol);
- Esse fenômeno resulta em grandes variações sazonais na quantidade de energia solar absorvida;
- Á diferença de Saturno, a Terra não passa por uma desigualdade energética sazonal marcante devido à sua excentricidade orbital muito reduzida.
A Terra possui um orçamento energético mensurável, porém é principalmente determinado pela absorção de energia solar e pela emissão de energia térmica. O calor interno terrestre é insignificante e suas estações duram apenas alguns meses, em contraste com estações que se estendem por vários anos em Saturno.
Xun Jiang, docente de ciências atmosféricas
Os dados também sugerem que o desequilíbrio no orçamento energético de Saturno desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de tempestades gigantes, fenômeno climático predominante no sistema atmosférico do planeta. Esses dados também podem oferecer pistas sobre o clima na Terra.
“Até o momento, o papel do orçamento energético no desenvolvimento de tempestades úmidas e convectivas na Terra não foi devidamente analisado. Por essa razão, pretendemos investigar essa questão para verificar se há alguma correlação”, afirmou Wang.
A equipe de especialistas liderada por Li concentrará seus estudos nos demais gigantes gasosos do Sistema Solar, incluindo Urano, onde uma missão de sonda emblemática está prevista para a próxima década.
[ad_2]