O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que prefere aguardar a investigação que será realizada pelas autoridades russas sobre a morte de Alexei Navalny, principal opositor de Wladimir Putin, na prisão antes de formar qualquer opinião antecipada.
O Ocidente imputou ao governo de Vladimir Putin a responsabilidade pela morte de Navalny, considerado um prisioneiro político. O governo brasileiro não emitiu posicionamento e Lula, em coletiva de imprensa neste domingo, 18, em Adis Abeba, na Etiópia, tampouco respondeu à indagação.
Indagado se considerava a morte suspeita, ele afirmou: “É uma questão de bom senso. Se a morte está sob suspeita, nós devemos primeiramente realizar uma investigação para esclarecer a causa do falecimento do cidadão. Vamos aguardar o parecer dos peritos para não fazer uma avaliação antecipada”, declarou. “Por que essa pressa em culpar alguém? Você sabe por quantos anos estou aguardando a identificação do mandante do crime da Marielle? Seis. E não estou com pressa em revelar quem foi.”
Ele continuou: “Não quero especulações: o indivíduo faleceu em uma prisão. Não sei se ele estava enfermo, se enfrentava algum problema, da mesma forma que faleceu um cidadão no avião que estava levando a delegação brasileira para a Etiópia. A quem vamos atribuir a culpa?”
Ao concluir a resposta, ele pontuou que compreende “os interesses de quem acusa imediatamente: Foi fulano! Mas esse não é meu foco.”
Ocidente culpa Rússia por morte de Navalny, opositor de Putin
Representantes de países do Ocidente reprovaram a Rússia pela morte de Alexei Navaly. Líderes destacaram a corajosa oposição de Navalny ao líder russo e manifestaram indignação diante de sua morte.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou indignação e culpou Putin pela morte de Navalny. Além dos Estados Unidos, a União Europeia também imputou a Putin a responsabilidade pela morte do ativista.
Até o momento, o Brasil não se pronunciou sobre o falecimento do líder da oposição russa. No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi criticado na mídia internacional por equiparar “agressor” e “agredido” na guerra da Ucrânia, invadida pela Rússia. Lula também afirmou que Vladimir Putin, o líder russo acusado de crimes de guerra, não seria detido se viesse ao Brasil.
O principal opositor de Putin faleceu na sexta-feira, dia 16. Ele estava detido na prisão de segurança máxima de Kharp, na Sibéria. O Serviço Penitenciário da Rússia declarou que Navalny passou mal e perdeu a consciência durante uma caminhada.
