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O ex-mandatário Jair Bolsonaro esteve em uma transmissão ao vivo, no último sábado, 4, no Spaces do Twitter/X. Durante a live, o ex-líder do Poder Executivo foi abordado pelo influenciador australiano Mario Nawfal e pelo pesquisador e docente Sulaiman Ahmed. Mais de cem mil usuários simultâneos acompanharam a conversa.
Bolsonaro abordou o tema mais discutido no país desde a campanha eleitoral para as eleições de 2022: a censura.
Ao longo da transmissão, o ex-presidente também recordou da repressão contra perfis de direita nas plataformas digitais, lamentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível para o próximo pleito e afirmou que o proprietário do Twitter/X, Elon Musk, pode auxiliar na restauração da liberdade de expressão no Brasil — desde que compareça ao Congresso dos EUA, em 7 de maio, e revele como o TSE agiu para cercear a livre manifestação de ideias no país.
Por qual motivo o senhor foi acusado de tentar estabelecer uma ditadura no país?
Passei quatro anos sendo alvo de acusações de constantemente buscar a censura, algo que não se concretizou. Um magistrado da Suprema Corte [Alexandre de Moraes] partiu para a censura em relação a páginas de posicionamento direitista. Durante a campanha eleitoral, quase todas as páginas removidas ou desmonetizadas me apoiavam nas eleições. A censura persistiu e foi intensificada. A meta do governo é a extinção da direita no Brasil. Felizmente, surgiu um apoio vindo dos EUA, já que o governo Joe Biden não cumpriu sua parte para que a liberdade de expressão pudesse prevalecer no Brasil. Pessoas foram perseguidas. Algumas obtiveram asilo nos EUA. Outras foram detidas. Outras tiveram suas residências invadidas pela Polícia Federal. Tudo com o intuito de silenciar a direita no Brasil.
Qual é a sua opinião sobre a mídia brasileira?
A esquerda conta com o apoio da imprensa tradicional, enquanto nós não dispomos desse respaldo. Para nós, restaram apenas as plataformas de mídias sociais. A grande mídia convencional tende a favorecer a esquerda. Para nós, sobraram as redes sociais. Para nos silenciar de vez, deslegitimaram políticos de orientação direitista. Isso ocorreu durante o pleito, com a exclusão de páginas. E as personalidades influentes do meu lado, quase todas, foram alvo de censura. Temos diversos exemplos, como os empresários que foram tachados de golpistas por trocas de mensagens no WhatsApp. Luciano Hang nunca foi golpista, mas conseguiram retirá-lo do ar. Impediram que outros empresários participassem das eleições.
Os Estados Unidos foram cúmplices da censura no Brasil?
Creio que a restrição veio dos EUAs até aqui, com o intuito de apoiar o governo de ideologia de esquerda aqui. Isso será esclarecido nos depoimentos no Congresso norte-americano. Acredito que essas evidências têm que ser apresentadas por vocês. Existe a percepção de que isso ocorreu. As provas têm que vir do Congresso estadunidense e do próprio Elon Musk, caso seja convocado para depor.
Como a mídia enxerga o desempenho do senhor?
Inicialmente, cheguei à Presidência com apenas um celular em mãos. Meu filho foi quem coordenou minha campanha. No Brasil, era inesperada essa possibilidade, pois eu era apenas um deputado sem afiliação partidária ou verba partidária. A mídia era contrária a mim. Isso mobilizou o sistema contra mim, para evitar que alguém com meu perfil se tornasse presidente. Todas as acusações contra mim não passam de um enredo fictício.
Por que acusaram o senhor de tentativa de golpe?
O 8 de janeiro aqui foi similar ao Capitólio. Vandálicos invadiram prédios públicos, não havia liderança ou organização. Não há desculpa para uma tentativa de golpe.
Qual é o legado do governo Bolsonaro?
Ao longo do meu mandato, conseguimos despertar a consciência política do povo brasileiro. Comigo, a população entendeu o significado da política e o potencial do Brasil. Fizemos a maioria dos brasileiros se sentirem felizes. Continuamos a mobilizar multidões pelo Brasil, enquanto o atual presidente não consegue reunir nem 5% disso nas ruas.
A repressão no Brasil afeta apenas um lado ideológico?
A trajetória recente do Brasil tem mostrado que indivíduos de tendência mais à direita têm sido alvos de repressão. Meu caso ocorreu em setembro de 2018. A investigação da Polícia Federal não conseguiu determinar o mandante por trás disso.
O que o senhor aguarda da audiência do próximo dia 7 de maio?
Espaeramos que nessa audiência no Congresso dos EUA consigam avançar nas investigações. Acredito que os depoimentos dos brasileiros e de Michael Shellenberger, bem como a possível participação de Elon Musk no Congresso dos EUAs, são cruciais. Eles devem abordar o cenário envolvendo a liberdade de expressão no Brasil. É possível que as redes sociais tenham sido pressionadas a aceitar certas imposições e censurar indivíduos no Brasil. A censura foi direcionada majoritariamente à direita.
O senhor pode mencionar exemplos de cidadãos reprimidos no Brasil?
Tivemos casos no passado, como o de Jason Miller, detido no aeroporto. Também temos o caso de Sergio Tavares, de nacionalidade portuguesa. O objetivo era impedir que ele cobrisse um evento na Avenida Paulista, em São Paulo.
Existe liberdade de expressão no Brasil?
Há obstáculos à liberdade de expressão no Brasil. O depoimento no Congresso dos Estados Unidos no dia 7 pode trazer esclarecimentos sobre essa questão no Brasil. Esperamos que Elon Musk apresente evidências de restrição à liberdade de expressão no Brasil, que impacta a vida das pessoas.
Por que o senhor foi considerado inelegível?
Fui declarado inelegível por ter me reunido com embaixadores no Brasil. Foi essa a justificativa dada pelo presidente do TSE. O motivo é insignificante, porém a maioria do TSE é influenciada por interesses partidários. Caso haja possibilidade de reverter essa decisão, será por meio do Congresso.
Existe uma democracia no Brasil?
Nossa democracia está sob ameaça há algum tempo. Algumas autoridades desrespeitam as leis em nome da democracia. Além disso, elegeram uma pessoa que possui amizade com ditadores de diversas partes do mundo [Lula].
Qual é a opinião do senhor sobre Elon Musk?
Quando Elon Musk visitou o Brasil, eu o considerei um símbolo da liberdade. Na minha visão, não há base para essa acusação contra Elon Musk. Isso parece visar a soberania brasileira e ameaçar nossa democracia. Sem liberdade de expressão, não há espaço para o Starlink nem para a verdadeira democracia.
O STF apresenta parcialidade?
Os membros da Suprema Corte são indicados pelos chefes do Executivo, o que gera uma quebra de imparcialidade. A maioria dos ministros foi nomeada por presidentes com viés de esquerda, influenciando, assim, nos julgamentos realizados.
Os Estados Unidos deveriam auxiliar o Brasil?
Os Estados Unidos possuem grande influência global e ainda mantêm a liberdade de expressão. Eles são defensores da democracia. É importante que participem do evento de 7 de maio, para que a censura seja combatida globalmente. Sem liberdade de expressão, não há democracia.
Por que defender a liberdade de expressão é importante?
Não é possível mudar as convicções das pessoas rapidamente; esse é um trabalho que cabe às instituições de ensino. É preciso conviver e demonstrar por meio de exemplos qual é o lado correto. Apesar da minha derrota em 2022, a maioria da população deseja o meu retorno. Apenas com liberdade de expressão conseguimos superar os desafios.
Por que o senhor acredita que os EUA se envolveram nesse caso do Twitter Files Brasil?
Na América do Sul, temos a Venezuela, que vive uma ditadura. Acredito que os norte-americanos não desejam que o Brasil siga para a esquerda. Talvez essa seja a intenção por trás. Sem as redes sociais, é impossível vislumbrar a liberdade de expressão no Brasil.
Os brasileiros receiam a censura?
Uma pesquisa recente mostrou que dois terços dos brasileiros temem se expressar, temendo, portanto, a censura. Isso evidencia que a censura é uma realidade no Brasil.
Qual mensagem o senhor gostaria de transmitir ao mundo?
As transformações não ocorrem abruptamente, é um processo gradual. Quando percebemos, não há mais retorno. Temos a chance de restaurar a normalidade no Brasil, baseada no que for revelado no Congresso dos Estados Unidos sobre os acontecimentos no Brasil. Atualmente, não vivemos em condições normais. A liberdade de expressão está ameaçada no Brasil.
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