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O chefe do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), solicitou uma retratação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por comparar a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. Ao discursar na sessão plenária desta terça-feira (20), Pacheco qualificou a declaração do petista como “equivocada”. “Mesmo que a resposta de Israel seja considerada desproporcional, excessiva, violenta e indiscriminada, não se pode estabelecer uma comparação com a perseguição sofrida pelo povo judeu no nazismo”, declarou o senador.
“Temos convicção de que essa manifestação equivocada não representa a verdadeira intenção do presidente Lula, um líder internacional conhecido por promover diálogos e construir pontes entre as nações. Por isso, consideramos que um pedido de retratação seria apropriado, pois as lideranças mundiais devem se concentrar na resolução do conflito entre Israel e Palestina”, acrescentou.
Pacheco afirmou que o Senado está acompanhando o conflito e “clamando pelo fim das hostilidades”. Ele ressaltou que a Casa condena os ataques terroristas do Hamas e “repudia reações desproporcionais e o uso de violência irracional que tenham ocorrido ou estejam ocorrendo na Faixa de Gaza durante a ofensiva israelense”. No entanto, o senador destacou que as ações de Israel devem ser analisadas pelas “instâncias apropriadas da comunidade internacional, como a Corte Internacional de Justiça da ONU”.
“Não podemos concordar com as afirmações que equiparam a ação militar em andamento na região neste momento com o Holocausto, o genocídio contra o povo judeu perpetrado pelo regime nazista na Segunda Guerra Mundial”, afirmou. “O governo brasileiro é conhecido em todo o mundo pela sua diplomacia moderada, portanto devemos mostrar nossa influência, nossa contribuição, para a pacificação do conflito de maneira equilibrada”, disse Pacheco.
Senador Omar Aziz questionou a “repreensão” de Pacheco a Lula
O senador Omar Aziz (PSD-AM), que é descendente de palestinos, reagiu ao discurso do presidente do Senado e criticou a morte de crianças na guerra. Aziz pediu para que Pacheco explicasse o significado de “30 mil inocentes mortos na região da Palestina”. Aziz afirmou que não se pode confundir o povo de Israel com o atual governo israelense.
“Não se pode comparar com o nazismo, é impossível. Mas o presidente Lula nunca apoiou uma deputada nazista… Fazer uma reprimenda ao presidente Lula? Isso não é aceitável!”, disse o senador.
Pacheco negou ter repreendido o mandatário. “Não houve de minha parte nenhum tom de polêmica, tampouco de repreensão ao presidente da República. É apenas um apelo em busca de pacificação e de reconhecimento de que comparar qualquer acontecimento desta natureza com o holocausto do povo judeu é completamente inadequado e merece um pedido de desculpas”, respondeu o presidente do Senado.
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