Tumor colorretal em jovens adultos: alimentação, pressão e elementos de risco emergentes | tumor colorretal | Adultos jovens | Elementos de risco

Texto transposto e adaptado do inglês, publicado pela matriz americana do Epoch Times.

Ao longo dos últimos 20 anos, o tumor colorretal tem impactado cada vez mais indivíduos mais novos nos Estados Unidos. Estudos indicam um crescimento expressivo na taxa de ocorrência de tumor colorretal entre pessoas com menos de 45 anos, com um aumento cinco vezes superior entre crianças de 10 a 14 anos.

Essa tendência notável tem chamado ampla atenção, levando a recomendações para reduzir ainda mais a idade atual de detecção de 45 anos. Especialistas também incentivam o público a ampliar sua consciência sobre o tumor colorretal e a gerenciar elementos de risco modificáveis, como alimentação inadequada e hábitos de vida não saudáveis.

Conforme dados de 2023 da American Cancer Society, o tumor colorretal é o segundo tumor mais letal nos Estados Unidos, após o tumor de pulmão. Mais de 153.000 pessoas nos Estados Unidos receberam o diagnóstico de tumor colorretal e espera-se que 52.550 venham a falecer devido à doença. Dentre esses casos, 19.550 diagnósticos e 3.750 mortes envolvem pacientes com menos de 50 anos, classificados como tumor colorretal de início precoce.

Ainda mais inquietante é que pessoas mais jovens frequentemente recebem diagnóstico em estágio mais avançado, por estarem abaixo da idade de detecção. Nesse momento, o tumor colorretal tende a metastatizar e se disseminar, tornando-o muito mais complexo de tratar.

Relatório revela “tendências muito preocupantes”

Um estudo apresentado no evento Digestive Disease Week 2024, em maio, fez uso do banco de dados WONDER dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA para analisar as taxas de ocorrência de tumor colorretal de 1999 a 2020. As variações nas taxas de incidência de tumor colorretal para cada faixa etária são as seguintes:

•  Idades de 10 a 14: acréscimo de 500%
•  Idades de 15 a 19: acréscimo de 333%
•  Idades de 20 a 24: acréscimo de 185%
•  Idades de 25 a 29: acréscimo de 68%
•  Idades de 30 a 34: acréscimo de 71%
•  Idades de 35 a 39: acréscimo de 58%
•  Idades de 40 a 44: acréscimo de 45%

“Esses dados revelam algumas tendências muito preocupantes, particularmente em nossa população mais jovem, que normalmente não vem à mente quando se considera a detecção.para tumor colorretal (CRC)”, disse o Dr. Islam Mohamed, principal autor do estudo e residente em medicina interna na University of Missouri–Kansas City, em um comunicado à imprensa.

Identificando os sinais do Câncer Colorretal

O câncer é usualmente considerado uma enfermidade que atinge principalmente adultos mais velhos. Por vários anos, a faixa etária recomendada para detecção de câncer colorretal nos Estados Unidos era 50 anos. Entretanto, devido a preocupações crescentes com a elevação da ocorrência de câncer colorretal entre indivíduos mais jovens, a American Cancer Society reduziu a faixa etária recomendada para triagem para 45 anos.

Este estudo focalizou principalmente em pessoas com menos de 45 anos, pois elas não estão incluídas nas diretrizes atuais de triagem. Essa omissão aumenta a ameaça de perder ocasiões de detecção precoce e tratamento do câncer colorretal, especialmente entre crianças e adolescentes.

Mohamed declarou no comunicado à imprensa que, independentemente da idade, a possibilidade de câncer colorretal não deve ser desconsiderada se sintomas correlacionados estiverem presentes. “É crucial que o público esteja ciente dos sinais e sintomas do câncer colorretal”, acrescentou.

Pacientes com câncer colorretal embrionário podem vivenciar modificações nos hábitos intestinais, dor abdominal ou sangramento retal. Mohamed observou que, se esses sintomas surgirem, é crucial considerá-los seriamente e buscar avaliação oportuna.

Segundo a American Cancer Society, embora não exista um método definitivo para evitar o câncer colorretal, a triagem pode detectar células anômalas antes que progridam para câncer. Ademais, gerir fatores de risco mutáveis pode contribuir para reduzir o risco de desenvolver câncer.

O risco pode ser gerenciado por várias abordagens, incluindo a administração da alimentação, controle de peso e atividade física. Por exemplo, consumir mais verduras, frutas e cereais integrais, enquanto se reduz o consumo de carnes vermelhas e processadas, pode contribuir para diminuir o risco de câncer colorretal.

Além disso, evitar fumar e reduzir o consumo de álcool também pode contribuir para um menor risco. Nos Estados Unidos, o cconsumo de álcool está associado a aproximadamente 6% dos casos de câncer e 4% das mortes por câncer.

Fatores de risco principais para o Câncer Colorretal

Em abril, o Dr. John Marshall, diretor associado de cuidados clínicos no Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center e especialista em câncer gastrointestinal, enfatizou em uma entrevista com Katie Couric em um vídeo no YouTube a importânciade um ecossistema intestinal saudável na prevenção do câncer colorretal e na manutenção da saúde geral. Ele afirmou: “[Estilos de vida modernos] de alguma forma alteraram nosso próprio ecossistema interno… Acreditamos que isso é uma grande parte do nosso sistema imunológico.”

O ecossistema intestinal serve como uma barreira protetora contra agentes patogênicos e infecções no intestino e regula a inflamação influenciando o sistema imunológico. Essas funções desempenham um papel crucial no desenvolvimento do câncer colorretal.

Marshall também mencionou que os jovens em ambientes modernos estão expostos a mais fatores de risco para câncer colorretal, incluindo hábitos alimentares inadequados (como alto consumo de alimentos processados), obesidade e uso frequente de produtos que contêm microplásticos.

A American Cancer Society identifica a obesidade, o alto consumo de carnes vermelhas e processadas, fumar e o uso de álcool como fatores de risco modificáveis para o câncer colorretal. Em contraste, fatores genéticos, que são não modificáveis, representam apenas cerca de 5% dos casos de câncer colorretal.

Uma revisão sistemática de 2022 sobre o câncer colorretal de início precoce apoiou as recomendações dietéticas da American Cancer Society. O estudo descobriu que indivíduos com hábitos nutricionais inadequados — como alto consumo de alimentos fritos e processados, dietas ricas em gorduras e bebidas e sobremesas açucaradas, juntamente com baixa ingestão de folato e fibras — tinham uma probabilidade significativamente maior de desenvolver câncer colorretal antes dos 50 anos.

Fatores de risco adicionais

Além da alimentação, muitos outros fatores influenciam a ocorrência de câncer colorretal. O Dr. Jingduan Yang, CEO do Northern Medical Center em Nova Iorque, afirmou em uma entrevista ao The Epoch Times que a diminuição da função imunológica, o aumento do estresse psicológico, o sono inadequado e a atividade física insuficiente contribuem para complicações de saúde e elevam o risco de câncer.

Outro fator de risco emergente que tem atraído muita atenção são os microplásticos. Definidos como partículas de plástico menores que 5 milímetros de diâmetro, os microplásticos são onipresentes no ar, na água, nos alimentos e nos produtos do cotidiano. Quando ingeridos, podem causar alterações fisiológicas no intestino.

Um estudo descobriu que os microplásticos podem reduzir a espessura da camada de muco intestinal e danificá-la, prejudicando sua função de barreira. Isso facilita a penetração de agentes patogênicos e toxinas na mucosa colônica, aumentando o risco de desenvolver câncer colorretal.

Yang destacou que os microplásticos podem liberar substâncias cancerígenas, aumentar a inflamação, induzir danos oxidativos no corpo e até levar a mutações no DNA. Portanto, minimizar o uso de produtos que contêm microplásticos e nanoplásticos é aconselhável para reduzir os fatores de risco para o câncer colorretal e outras doenças.