O chefe do Senado e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) intensificou nesta segunda-feira, 30, as críticas à afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de o país não atingir a meta de eliminar o déficit fiscal.
De acordo com Pacheco, desistir da meta “colocaria o país em grave situação”. O presidente do Senado ressaltou que o Congresso se esforçará para que o país continue perseguindo a meta fiscal.
“Devemos seguir a orientação e as diretrizes do ministro da Fazenda [Fernando Haddad], a quem está incumbida a importante tarefa de estabelecer a política econômica do Brasil”, escreveu Pacheco nas redes sociais.
“O parlamento tem essa compreensão e buscará contribuir com as aprovações necessárias, com as boas iniciativas e perseguindo o cumprimento da meta estabelecida.”
Afirmação de Lula
Lula mencionou a possibilidade de não atingir a meta de eliminar o deficit durante um café da manhã com jornalistas na sexta-feira 27, no Palácio do Planalto.
“Eu sei da disposição do Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição. Já adianto para vocês que é muito improvável que alcancemos a meta zero”, declarou Lula.
“Eu não quero cortar investimentos em obras. Se o Brasil tiver um deficit de 0,5%, o que é isso? De 0,25%, o que é isso? Nada. Vamos tomar a decisão correta e fazer o que será melhor para o Brasil.”
O Senado deve votar, nas próximas semanas, uma das medidas do governo para aumentar a arrecadação e diminuir o saldo negativo nas contas públicas, a tributação das offshores e dos fundos exclusivos.
O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados na quarta-feira 25.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também defendeu a manutenção da meta de eliminar o deficit fiscal até 2024, apesar dos desafios do cenário econômico.
“Não há, por parte do presidente, qualquer falta de comprometimento, pelo contrário”, afirmou Haddad.
“Se ele não estivesse preocupado com a situação fiscal, não estaria solicitando o apoio da área econômica para orientar as lideranças do Congresso.”