O MST invadiu uma região da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Juazeiro, Bahia. A ocupação da estatal ocorreu no último domingo, 20.
No seu site, o movimento relata que os ocupantes manifestam contra a falta de cumprimento de um pacto para o assentamento de mil famílias do Estado. Trata-se de um compromisso firmado em 2008, no qual a Codevasf e o Incra teriam concordado em destinar 13 mil hectares de suas terras para assentamentos do MST.
O grupo protesta pela escassez de água para a plantação no acampamento Terra Nossa, onde habitam as 300 famílias que ocuparam a região da Codevasf. Segundo eles, seria responsabilidade da companhia prover a água necessária.
Em comunicado, a Codevasf afirmou que a água “é destinada aos agricultores devidamente instalados”. “A maioria dos produtores atendidos pelo projeto pratica a agricultura de caráter familiar. São 255 produtores familiares e 68 produtores empresariais, que atuam em 5,1 mil hectares. A outorga de água emitida pelo órgão regulador é específica para uso na área do Projeto Salitre”, afirmou a estatal, em comunicado à Folha de S.Paulo.
O MST também reclamou da demora no avanço das políticas de reforma agrária do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira, 8, eles ocuparam uma região em Minas Gerais.
Na última quarta-feira, 6, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), militante do MST, discursou no Congresso e advertiu sobre novas ocupações. “Isso é uma preocupação”, disse o parlamentar, no discurso. “Nos assentamentos falta água, falta estrada, não há desapropriação.”
O movimento também alega que a Codevasf impede o acesso à água de um projeto de irrigação que fica a 800 metros do acampamento Terra Nossa.