quarta-feira, 26 junho, 2024
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    A falta de gorduras pode contribuir para o transtorno bipolar, afirma pesquisa

    E se uma simples mudança na alimentação conseguisse auxiliar na proteção contra as oscilações do transtorno bipolar?

    Um novo estudo indica que a solução pode residir em um nutriente presente em alimentos comuns, como ovos, frutos do mar e frango. Indivíduos com níveis mais elevados de ácido araquidônico, uma gordura ômega-6 poli-insaturada, apresentam menor probabilidade de desenvolver essa condição de saúde mental caracterizada por oscilações entre a mania e a depressão.

    Os resultados proporcionam uma perspectiva sobre como ajustar os níveis desse nutriente essencial pode potencialmente prevenir ou reduzir os efeitos do transtorno bipolar.
    O enigma metabólico: ácido araquidônico e problemas psiquiátricos
    O ácido araquidônico, um componente essencial das membranas celulares, está majoritariamente presente em lipídios, substâncias insolúveis em água que englobam gorduras e gorduras. Este ácido é crucial para manter o funcionamento celular, favorecer a saúde cerebral e metabolizar lipídios.

    O novo estudo da Universidade do Sul da Austrália sugere que as flutuações nos níveis de metabólitos—moléculas pequenas envolvidas no metabolismo—são a base para o desenvolvimento do transtorno bipolar e condições psiquiátricas relacionadas. “Ao identificar metabólitos que desempenham papéis causais no transtorno bipolar, almejávamos destacar possíveis intervenções no estilo de vida ou na dieta”, declarou David Stacey, o principal pesquisador da universidade, em um comunicado à imprensa.

    Os cientistas examinaram dados genéticos de 14.296 indivíduos de origem europeia, abrangendo 913 metabólitos diferentes no sangue, a fim de avaliar possíveis conexões com o transtorno bipolar. Dentre esses, 33 metabólitos, principalmente lipídios, foram vinculados ao transtorno.

    Níveis superiores de lipídios contendo ácido araquidônico estavam associados a um menor risco de transtorno bipolar. Em contrapartida, níveis elevados de lipídios contendo ácido linoleico, uma gordura essencial, estavam relacionados a um risco aumentado. De acordo com a pesquisa, essa constatação sugere a relevância da via responsável pela transformação do ácido linoleico em ácido araquidônico na modulação do risco de transtorno bipolar.

    Os autores do estudo acrescentaram que as associações causais se aplicam exclusivamente ao transtorno bipolar e não se estendem a outras condições psiquiátricas intimamente correlacionadas, como esquizofrenia ou depressão.
    Estudos anteriores também indicaram associações entre a escassez de ácido araquidônico e um maior risco de desenvolvimento de esquizofrenia.

    Ingestão precoce de ácido araquidônico pode diminuir o risco de transtorno bipolar
    Os resultados destacam também o papel crucial do ácido araquidônico no desenvolvimento cerebral infantil. O leite materno constitui uma fonte natural de ácido araquidônico para os bebês, sendo frequentemente enriquecido na fórmula infantil juntamente com gorduras essenciais, como o ácido docosa-hexaenoico (DHA). Interrupções no metabolismo do ácido araquidônico nesse período fundamental podem contribuir para o aparecimento do transtorno bipolar e déficits cognitivos posteriores, conforme a pesquisa.

    A nutrição na primeira infância é imprescindível para promover o desenvolvimento cerebral ideal, segundo o Sr. Stacey, que preconiza intervenções de saúde personalizadas. Tais medidas garantem que bebês e crianças recebam quantidades adequadas de ácido araquidônico e outros nutrientes importantes, potencialmente reduzindo o risco de transtorno bipolar.

    Os resultados da pesquisa abrem portas para intervenções alimentares que possam prevenir ou reduzir a progressão do transtorno bipolar, especialmente entre indivíduos com histórico familiar. Embora o ácido araquidônico seja abundante em ovos, carne e frutos do mar, o organismo também tem capacidade para sintetizá-lo a partir de nozes, sementes e óleos vegetais. A suplementação pode ser necessária para aqueles com limitações na síntese natural ou restrições na alimentação.

    A professora Elina Hyppönen, coautora do estudo e diretora do Centro Australiano para a Saúde de Precisão, sugere mais pesquisas, incluindo estudos pré-clínicos e ensaios controlados randomizados, para compreender plenamente o potencial preventivo ou terapêutico da suplementação de ácido araquidônico contra o transtorno bipolar.

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