A Federação da Agropecuária de Santa Catarina (Faesc) manifestou, em comunicado, o apoio à possibilidade de estabelecer obstáculos à aquisição de leite como uma das políticas para conter a crise de preços baixos no setor.
“Talvez uma das soluções seja regular a aquisição, criando gatilhos e obstáculos para que seu exagero não prejudique as cadeias produtivas organizadas existentes”, afirmou a instituição.
A Faesc também apoia a formulação de uma política pública que englobe a diminuição da tributação, o combate às fraudes, a criação de mercado futuro para os principais produtos lácteos, a manutenção de medidas anti-dumping e a consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo.
Além disso, ressaltou a importância da utilização de leite e produtos derivados de origem nacional em programas sociais.
A Faesc também reconheceu que medidas como a regra tributária que impede incentivos para indústrias que adquirem produtos estrangeiros pelo Programa Mais Leite Saudável, do Ministério da Agricultura, já estão sendo adotadas. “Embora bem-intencionadas, as medidas são insuficientes”, avaliou a associação.
No ano passado, o pequeno produtor de leite chegou a receber menos de R$ 1,80 por litro, segundo informações do Centro de Inteligência do Leite (CILeite) da Embrapa.
O levantamento também mostrou que, de janeiro a setembro de 2023, enquanto a produção cresceu 1,4% em relação ao igual período de 2022, a disponibilidade de leite no mercado subiu 5,3%, resultado do grande volume de importações, que chegaram a representar 10% do consumo doméstico.