Um conjunto de 11 entidades ligadas aos segmentos do comércio e dos serviços irá lançar, nesta terça-feira, 21, uma iniciativa para defender a possibilidade de parcelamento de compras no cartão de crédito sem a incidência de juros.
Intitulado de Parcelo Sim, o movimento prevê ações de comunicação e busca por apoio à proposta.
Entre as associações participantes estão a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomercio-SP) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Pagamento parcelado
Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostram que 90% dos varejistas oferecem o parcelamento sem juros. Uma pesquisa do Datafolha revelou que 75% dos brasileiros usufruem desse tipo de pagamento.
De acordo com o grupo, caso haja a cobrança de taxas nessa modalidade, 42% dos consumidores provavelmente reduzirão seus gastos pela metade.
As entidades enfatizaram que o movimento não possui cunho partidário, mas almeja sensibilizar as autoridades dos poderes Executivo e Legislativo para impedir o que consideram como “exploração” por parte dos grandes bancos aos comerciantes e consumidores, conforme comunicado.
Debates entre entidades e instituições financeiras
O setor do comércio e de serviços defende a manutenção do parcelamento sem juros na forma atual, sem regulamentação quanto ao número máximo de parcelas.
Por outro lado, as grandes instituições bancárias desejam impor limites a essa modalidade de modo a reduzir os juros do crédito rotativo, no qual se enquadram os clientes que não quitam a fatura do cartão.
O debate entre as duas posições tem ocorrido em meio às ações do governo, do setor financeiro e do Banco Central (BC) no sentido de reduzir os juros do crédito rotativo, que ultrapassam os 400% ao ano.
O BC chegou a sugerir um limite de 12 parcelas para o parcelamento, o que foi considerado insuficiente pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e como anticoncorrencial por fintechs, maquininhas independentes e pelo comércio.