A Comissão Europeia estendeu por mais 10 anos a permissão para o uso do glifosato na União Europeia (UE), após os 27 países-membros novamente não chegarem a um consenso.
Os representantes dos Estados não conseguiram tomar uma decisão no mês passado, e uma nova votação por um comitê de apelação foi novamente inconclusiva nesta quinta-feira (16). O agroquímico, amplamente utilizado no bloco, tinha aprovação no mercado da UE até meados de dezembro.
A proposta de extensão de dez anos feita pela Comissão Europeia requeria uma “maioria qualificada”, definida como 55% dos 27 membros representando pelo menos 65% da população total da UE, que é de cerca de 450 milhões de pessoas. Com a abstenção de diversos países, esse número não foi alcançado.
Novas disposições para o uso do glifosato
Diante do impasse, o braço executivo da UE anunciou que vai apoiar sua própria proposta e renovar a aprovação com novas condições.
“As restrições incluem a proibição do uso pré-colheita como dessecante e a necessidade de medidas específicas para proteger organismos que não são alvo”, afirmou em comunicado.
Nos últimos dez anos, o glifosato, utilizado em produtos como o Roundup, tem sido alvo de discussões científicas sobre seus impactos no meio ambiente e na saúde humana. O herbicida foi introduzido pela Monsanto em 1974 como um método eficaz para eliminar ervas daninhas. A Bayer adquiriu a Monsanto por US$ 63 bilhões em 2018 e tem enfrentado reivindicações e processos relacionados ao Roundup. Em 2020, a empresa concordou em pagar até US$ 10,9 bilhões para resolver cerca de 125 mil reivindicações.
Em 2015, a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer, localizada na França e fazendo parte da Organização Mundial da Saúde, classificou o glifosato como “provável carcinógeno humano”.