segunda-feira, 8 julho, 2024
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    Bons gráficos escondem defeitos do jogo


    O jogo Avatar: Frontiers of Pandora, distribuído pela Ubisoft, é um FPS em mundo aberto ambientado no universo dos renomados filmes de James Cameron, cujo lançamento ocorreu em 7 de dezembro de 2023. Ele apresenta alguns elementos tradicionais da desenvolvedora, especialmente da série Far Cry, como a jogabilidade em primeira pessoa e um amplo mapa para explorar. Contudo, o título oferece singularidades interessantes e inovadoras, possibilitadas pelo fato de que o protagonista é um verdadeiro Na’vi – a espécie azul já conhecida pelos fãs.

    A narrativa está diretamente relacionada com o enredo dos filmes, o que pode entusiasmar os apaixonados pela franquia, mas também deixar alguns jogadores desorientados e, de certa forma, entediados. O TechTudo testou Avatar: Frontiers of Pandora no PlayStation 5 (PS5), mas o jogo também está disponível para Xbox Series X, Xbox Series S e PC (via Ubisoft Connect) – além de ser acessível sem custos adicionais para os assinantes da Ubisoft+. A seguir, confira todas as nossas impressões sobre jogabilidade, enredo e gráficos.

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    O jogo Avatar: Frontiers of Pandora foi lançado em 7 de dezembro de 2023 para PS5, Xbox Series X/S e PC; confira o review completo do TechTudo — Foto: Divulgação/Ubisoft

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    Um começo de história acelerado

    Em Avatar: Frontiers of Pandora, os jogadores assumem o papel de um Na’vi que passa por um intenso processo de autoconhecimento. No início do jogo, o protagonista faz parte de um grupo de crianças da tribo Sarentu, um clã muito respeitado, mas que essencialmente foi dizimado – de maneira misteriosa. Elas estão sob controle da RDA (Resources Development Administration), a entidade maligna responsável pelos ataques às terras de Pandora. O objetivo do grupo é utilizar esses nativos para se infiltrar nas tribos da região, como se fosse uma missão civilizatória para facilitar o domínio. Eles são orientados pela professora Alma Cortez, uma humana em estado de avatar, ou seja, transformada em Na’Vi.

    Entretanto, logo nos primeiros minutos de jogatina, torna-se evidente que as crianças não estão felizes em estarem longe de sua terra natal. Não por acaso, elas tentam empreender uma fuga, que acaba resultando em um desfecho trágico. As primeiras cenas se passam no ano de 2146, e servem para ilustrar aos jogadores pouco familiarizados com a franquia o quão brutal a RDA pode ser para atingir seus objetivos – como se invadir um planeta inteiro e eliminar milhares de nativos para extrair recursos não fosse suficiente.

    O jogo Avatar: Frontiers of Pandora acompanha um protagonista Na’Vi de um clã dizimado; confira o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

    Após os primeiros eventos, há um saltoUm intervalo de oito anos marca o tempo em que os jovens Na’Vi se tornam adolescentes – apesar de alcançarem mais de dois metros de altura. Neste momento, começa a imperar a desordem no internato da RDA, pois a organização recebeu instruções para evacuar Pandora após uma revolução liderada por uma figura conhecida da série: Jake Sully, o protagonista dos filmes. Com isso, os jovens são condenados à morte por John Mercer, o principal antagonista da narrativa. Contudo, antes da execução, a professora Alma Cortez os salva e os submete a um estado de sono criogênico que perdurará por 16 anos.

    A introdução da história é excelente para situar e gerar empatia nos jogadores, pois estes também se sentem aprisionados pela RDA. O protagonista e seus amigos tiveram suas infâncias subtraídas pela organização, cujo propósito era apenas empregá-los como instrumentos descartáveis. Pode-se afirmar que o início de Avatar: Frontiers of Pandora está à altura das renomadas obras de James Cameron. Entretanto, até este ponto, os usuários devem se contentar apenas em observar, pois não há nenhum momento de jogabilidade efetiva.

    A RDA retorna na trama de Avatar: Frontiers of Pandora; confira a análise — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

    Aprendendo a viver como um Na’Vi
    Após o término do sono criogênico, a jogabilidade tem início em Avatar: Frontiers of Pandora. Os usuários precisam deixar as instalações da RDA para adentrar o mundo nativo da região, o que serve como uma introdução aos movimentos do jogo. Por ser um Na’Vi, a sensação é a de que estamos controlando um ser otimizado, ou seja, que corre mais rapidamente, salta mais alto e possui uma agilidade singular. É prazeroso mover-se como um nativo, em grande parte devido à fluidez que o game consegue transmitir, mesmo sendo um FPS.

    Ao deixar para trás as paredes cinzentas e mecânicas dos seres humanos, somos agraciados com as terras de Pandora. A transição entre os ambientes é uma explosão de cores, algo que encanta os olhos. Sem dúvida, o maior destaque de Avatar: Frontiers of Pandora são os seus visuais, tanto nos gráficos dos personagens quanto nos elementos naturais da região. Ainda assim, mesmo no PS5, há problemas de renderização, mas nada que diminua a beleza do jogo.

    Avatar: Frontiers of Pandora apresenta gráficos deslumbrantes e ambientação singular; confira a análise — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

    No mapa, podemos nos deparar com uma variedade de espécies animais e diferentes tipos de plantas. Além disso, Frontiers of Pandora apresenta um sistema de receitas semelhante ao de The Legend of Zelda: Tears of The Kingdom, no qual os usuários podem combinar diferentes ingredientes para criar comidas que proporcionam energia para o personagem e concedem certos bônus de movimentação ou resistência.

    Ademais, a região abriga algumas plantas especiais, denominadas Tarsyu, que preservam segredos da antiga tribo do protagonista. Ao abordá-las, é possível vislumbrar recordações dos antepassados dos Sarentu, o que auxilia o jogador a compreender melhor a história do clã. Isso também repercute na jogabilidade, visto que cada um desses pontos reserva novas Habilidades Ancestrais, úteis para movimentação ou combate.

    Habilidades Ancestrais conferem vantagens em movimentação e combate em Avatar: Frontiers of Pandora; confira a análise — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

    No entanto, o grande destaque do jogo é, inquestionavelmente, a capacidade de voar com seu próprio Ikran – a espécie alada que lembra.muito um pterodátilo. A sensação é incrível, como se estivéssemos dentro dos filmes, sendo um dos maiores divisores de água da vivência – algo que será comentado mais adiante.

    Aliás, para os entusiastas do “Salto de Fé” em Assassin’s Creed, é viável realizar algo parecido em Avatar, já que podemos convocar a montaria enquanto nos lançamos de penhascos imensos – algo que proporciona cenas verdadeiramente grandiosas. Além de ser divertido, o Ikran é extremamente útil para navegar no vasto mapa de Pandora.

    A ação de se descobrir um nativo pode ser considerada o tema central de Avatar: Frontiers of Pandora. Os enigmas por trás dos Sarentu são fascinantes para a trama, do mesmo modo que as Habilidades Ancestrais aprimoram a jogabilidade de maneira incrível. É interessante notar que o protagonista inicia o jogo completamente distante dos Na’Vi, mas se torna um guerreiro nativo com o decorrer da jogabilidade.

    A partir do momento em que nos acostumamos com a beleza do mapa e deixamos de lado o fato de estarmos jogando uma adaptação de uma franquia tão popular quanto a de James Cameron, fica fácil perceber os problemas de Avatar: Frontiers of Pandora. Sua narrativa começa muito bem, mas as missões, de forma geral, não são muito inventivas – especialmente as secundárias.

    Há momentos em que parecemos estar em um looping eterno, como se o jogo fosse um grande “simulador de caminhada”. Essa situação faz o meio do jogo ter um enredo lento, já que até chegarmos no ponto do mapa onde a história será desenvolvida, podemos ficar minutos percorrendo ambientes semelhantes. Por isso, as cenas são menos impactantes, as tarefas mais enfadonhas e o ritmo fica interrompido.

    Isso ocorre porque até liberarmos o Ikran, é preciso se movimentar a pé pelo mapa – obrigatoriamente, em alguns casos. No fim das contas, Pandora é uma grande floresta. Por mais bela que ela seja, árvores, cachoeiras e montanhas continuam idênticas umas às outras. Inclusive, para “domar” a criatura, precisamos subir em uma série de ilhas flutuantes, algo que demora um tempo considerável. E nesse caso, não é como se fosse uma bela experiência de autoconhecimento Na’Vi ou de contato com a natureza do local, mas sim quase 30 minutos de uma escalada sem fim, entediante e que parece não ter sentido. Felizmente, vale dizer que a experiência se torna outra após esse ponto da narrativa.

    Mesmo que a movimentação seja excelente, na qual podemos passar esse longo tempo de caminhada pulando alto, subindo cordas e se sentindo um verdadeiro Na’Vi na selva, andar grandes distâncias ainda é cansativo depois de um tempo. Claro que há pontos de viagem rápida no jogo, mas que só podem ser ativados depois de descobertos. Em outras palavras, prepare o analógico do seu joystick, pois ele irá sofrer.

    Quando o assunto é combate, o jogo não agrada a todos. Há duas principais formas de atacar os inimigos: com o uso de arcos típicosdos locais, ou com armas de fogo humanas. Estas são as ferramentas mais usadas durante a jogabilidade, mas geram sensações diferentes.

    O arco é prazeroso e intensifica o tema do jogo, que é o de se tornar um Na’Vi. O instrumento não é novidade no universo dos jogos, como visto em Horizon: Forbidden West e Tears of the Kingdom, mas a facilidade de coletar ou produzir flechas é notável. Afinal, estamos em Pandora, uma região em que galhos e árvores estão por toda parte.

    Avatar: Frontiers of Pandora apresenta uma variedade de arcos para serem utilizados como arma; veja a análise — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

    Por outro lado, o fuzil de assalto, a arma humana inicial do jogo, é “difícil” de se usar. Por algum motivo, as balas causam muito menos dano do que as flechas, e não é possível fabricá-las com recursos naturais. Além disso, a mira é bem diferente daquela que os fãs Far Cry já estão acostumados. Na realidade, ela é semelhante às presentes em jogos como Counter-Strike, Half-Life 2, Valorant e outros do gênero.

    A opinião irá variar dependendo do estilo do jogador, mas essa mudança da Ubisoft certamente surpreende inicialmente. Para mim, não foi do agrado, mas me motivou a jogar como um local por quase todo o tempo.

    Mira em Avatar: Frontiers of Pandora se assemelha a jogos como Counter-Strike; veja a análise completa — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

    Por fim, todos os inimigos parecem iguais. Na maioria das vezes, são soldados comuns, exoesqueletos gigantes ou alguma variação desses dois. O jogo também conta com os conhecidos Postos de Controle da Ubisoft, que são como quartéis-generais que precisam ser destruídos para reduzir a dominação dos vilões no mapa – e que seguem um padrão praticamente idêntico.

    Avatar: Frontiers of Pandora tem paisagens bonitas, mas carece de conteúdo; veja a análise — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

    Avatar: Frontiers of Pandora é um jogo que mantém a alcunha de “Far Cry de gente azul”. Portanto, não espere uma experiência completamente diferente da já conhecida franquia da Ubisoft. Isso pode ser positivo para os fãs, tanto da série de filmes quanto dos jogos de FPS em mundo aberto da empresa. No entanto, se procura um jogo com jogabilidade exemplar e missões variadas, existem muitos outros jogos que conseguiram se destacar nos últimos tempos.

    Por outro lado, os visuais são incríveis. A ambientação é tão impressionante quanto a de títulos como Hogwarts Legacy e Star Wars Jedi: Survivor, que se destacaram por trazer cenários marcantes no imaginário dos fãs das respectivas franquias cinematográficas. O jogo foi mais um teste de fogo para os consoles da geração atual, já que até o PS5 apresentou certas instabilidades pontuais na hora de carregar cenários e rostos de personagens.

    Avatar: Frontiers of Pandora tem problemas, mas é um jogo obrigatório para os fãs dos filmes; veja a análise — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

    É fã de Avatar? Este jogo deve estar em sua biblioteca. Gosta de Far Cry? É uma boa opção, mas não é indispensável. Ainda assim, o título da Ubisoft é um lançamento de destaque e com ideias excelentes, que podem ser mais exploradas em uma possível sequência. Apesar da história lenta em alguns pontos, Avatar: Frontiers of Pandora cumpre seu papel de inserir os usuários na pele de um Na’Vi.

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