segunda-feira, 8 julho, 2024
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    Camada da jabuticaba reduz inflamação e glicemia em indivíduos com síndrome metabólica

    Frequentemente descartada por seu sabor adstringente, de “amarrar a boca”, a camada da jabuticaba pode ser uma excelente aliada no tratamento da obesidade e da síndrome metabólica, sugere pesquisa publicada na revista Nutrition Research.

    Realizada por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a pesquisa demonstrou que o consumo diário de pelo menos 15 gramas da camada da fruta melhorou, ao longo de cinco semanas, os índices de inflamação e de glicose no sangue de pessoas com síndrome metabólica e obesidade.

    “Os compostos fenólicos e as fibras presentes na camada da jabuticaba têm o poder de modular o metabolismo da glicose. Já tínhamos observado esse efeito em estudos anteriores. Neste trabalho, no entanto, avaliamos o consumo prolongado e descobrimos que esse efeito na glicose acontece inclusive no período após a refeição, ou seja, na glicemia pós-prandial”, afirma Mário Roberto Maróstica Junior, docente da Unicamp e responsável pela pesquisa.

    De acordo com o pesquisador, mesmo em pessoas saudáveis a glicemia geralmente se eleva após as refeições, retornando posteriormente aos níveis normais.

    “Portanto, algo que possa reduzir a glicemia após uma refeição é interessante, pois faz com que o indivíduo tenha índices controlados de açúcar no sangue ao longo do tempo, o que resulta em uma vida mais saudável e parâmetros mais controlados”, explica.

    O estudo, financiado pela Fapesp por meio de três projetos, envolveu 49 participantes com síndrome metabólica e obesidade. Parte recebeu um suplemento diário com 15 gramas de camada de jabuticaba por cinco semanas, e os demais, apenas placebo.

    Todos foram submetidos a exames de sangue para monitoramento da glicemia.

    Também foram avaliadas as medidas antropométricas, como peso corporal e circunferência abdominal, além de pressão arterial e índices inflamatórios, como a proteína interleucina-6, considerada um marcador de inflamação relacionada à obesidade.

    “O estudo apresentou resultados positivos em relação à diminuição da glicemia pós-prandial e índices de inflamação no grupo que recebeu o suplemento. Contudo, vale ressaltar que a camada da jabuticaba não faz milagre, ela é apenas uma excelente forma de auxiliar a modulação da glicemia. Isso significa que a estratégia precisa vir acompanhada de outras medidas, como boa alimentação e exercício físico”, destaca o pesquisador.

    Compostos bioativos

    Entre os compostos fenólicos presentes na camada da jabuticaba estão as antocianinas, que, além de conferirem a coloração arroxeada à jabuticaba e a outras frutas, interferem no metabolismo da glicose, estimulando, principalmente, as células L-intestinais. “Quando essas substâncias chegam ao intestino, entram em contato com as células L, responsáveis pela liberação de um composto denominado GLP-1 (glucagon-like peptide-1), que estimula a liberação de insulina na célula pancreática”, diz.

    O pesquisador destaca que é a insulina liberada no pâncreas que aprimora a utilização da glicose. “Essa é uma das funções da insulina: chegando às células musculares – que são grandes captadoras de glicose – ela desencadeia uma sequência de sinais que facilita o transporte da glicose para dentro da célula”, relata.

    A síndrome metabólica é um conjunto de alterações metabólicas e hormonais que aumenta o risco do indivíduo desenvolver doenças cardiovasculares. Ela é caracterizada por pressão alta, obesidade abdominal, nível elevado de açúcar no sangue (hiperglicemia) e índices anormais de triglicerídeos e HDL-colesterol. No estudo, os 49 participantescom síndrome dismetabólica apresentavam ao menos três desses cinco fatores.

    O cientista destaca ainda que o sobrepeso em geral está ligado a níveis mais altos de substâncias pró-inflamatórias. “É como se a pessoa tivesse uma inflamação crônica e isso prejudica todo o funcionamento da insulina. Por isso, em geral, indivíduos com excesso de peso têm também resistência à insulina. Nessas situações, normalmente, apesar da produção de insulina, ela não age”, diz.

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