No final da tarde deste sábado, 20, a especialista Jacqueline Tirotti disponibilizou ao público a avaliação dos vídeos que exibem o padre Júlio Lancellotti se estimulando de forma indevida na presença de um menor de idade. A autenticidade das imagens, gravadas em 26 de fevereiro de 2019, foi confirmada recentemente.
O caso veio à tona após uma reportagem exclusiva da Oeste, que teve acesso ao relatório completo.
Análise Técnica Audiovisual – Padre Júlio Lancellotti [Concluído] por Revista Oeste no Scribd
No relatório, que possui agora 81 páginas, Jacqueline analisa o estado de conservação dos arquivos, examina cada quadro dos vídeos, conduz as análises prosopográficas (técnica identificadora das características faciais e do ambiente), verifica os áudios e, por fim, atesta a integridade dos mesmos.
Os vídeos foram registrados pelo adolescente, que tinha 16 anos quando ocorreram as interações com Lancellotti. Na sequência inicial, é mostrada a tela de um celular com trocas de mensagens no aplicativo WhatsApp. Em seguida, a videochamada tem início e a câmera alterna entre partes íntimas e o rosto do padre.
(Clique nas imagens para vê-las em tamanho real)
Em 2020, tais imagens circularam por um período nas redes sociais. Na ocasião, o perito Onias Tavares de Aguiar confirmou a veracidade do vídeo. No entanto, o Ministério Público (MP) encerrou a investigação alegando “falta de materialidade”.
Perícias desse tipo implicam em um veredito após a verificação de diferentes elementos: contorno facial, altura da calvície, inclinação do nariz, acessórios, mobílias. Todos esses elementos foram comparados com imagens do padre em outras situações, como em entrevistas para emissoras de televisão, por exemplo.
Ao corroborarem todas as semelhanças e ao não identificarem evidências de adulteração dos arquivos, Reginaldo e Jacqueline concluíram que Júlio Lancellotti é o indivíduo presente nas imagens.