sexta-feira, 28 junho, 2024
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    Culpa de um buraco de senhor escuro atravessando a Terra?


    No período da manhã de 30 de junho de 1908, ocorreu uma explosão imensa que abalou a localidade do rio Podkamennaya Tunguska, na atual Krai de Krasnoyarsk, Rússia. A intensidade desse acontecimento, estimada entre 10 e 20 megatons, arrasou 2.150 km quadrados de floresta, sendo milhares de vezes mais poderosa do que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 1945. 

    Representação artística do Evento de Tunguska baseada em elementos fornecidos pela NASA. Crédito: Gabinete Maximillian – Shutterstock

    Pessoas que estavam a centenas de quilômetros de distância sentiram ondas de choque e ouviram explosões que lembravam o som de canhões. Descrições assustadoras foram feitas por moradores. “De repente, ficou muito claro, como se um segundo sol tivesse aparecido”, menciona uma testemunha. “Os meus olhos arderam, parecia um relâmpago. Em seguida, ouvi um trovão estrondoso. A manhã estava ensolarada, e então apareceu um segundo Sol!”.

    Outras pessoas relataram a observação de um “cilindro” azul no céu. O fato de não ter sido encontrada uma cratera de impacto, mesmo após anos de investigação, intrigou os cientistas. Diversas teorias foram sugeridas, desde a explosão de um asteroide na atmosfera até a passagem de um buraco de senhor negro primordial pela Terra.

    Evento de Tunguska
    Parte da devastação causada pelo Evento de Tunguska em 1908. Crédito: Academia Soviética de Ciência

    Buracos negros pequenos da origem do Universo podem atravessar a Terra diariamente

    Os buracos negros geralmente se formam quando estrelas massivas colapsam sob sua própria gravidade. Porém, buracos negros primordiais são hipotéticos, sugeridos para terem surgido nos primeiros segundos do Universo, quando a matéria estava densamente compactada. 

    De acordo com a NASA, esses buracos negros poderiam variar em massa desde 100 mil vezes menos que um clipe de papel até 100 mil vezes a massa do Sol.

    Caso esses buracos negros estejam presentes, podem estar em movimento pelo Universo. Alguns cientistas especulam que buracos negros pequenos da origem poderiam atravessar a Terra diariamente sem ocasionar danos, ao passo que buracos negros maiores poderiam transitar a cada mil anos ou mais.

    Em 1973, um grupo de físicos sugeriu em um artigo publicado na revista Nature que o evento de Tunguska talvez tenha sido causado por um buraco de senhor negro primordial atravessando o planeta. Eles argumentaram que um buraco de senhor negro com a massa de um grande asteroide poderia explicar a ausência de um impacto visível em Tunguska e a luz azul percebida por testemunhas. 

    De acordo com a equipe, a radiação da frente de choque estaria no ultravioleta, sendo reemitida em comprimentos de onda mais extensos, resultando no plasma visível em azul intenso.

    Explicação mais aceita para o evento de Tunguska é a explosão de um asteroide

    Os cientistas propuseram uma maneira de testar a hipótese: buscar indícios de saída do buraco de senhor negro do outro lado do planeta. Eles sugeriram que o buraco de senhor negro teria penetrado na Terra sob um ângulo de 30°.e atravessado pelo Atlântico Norte, entre 40º-50° N e 30-40° O. Caso a suposição estivesse correta, seriam encontradas marcas de ondas de choque e perturbações no mar nessa área.

    Ainda que a teoria do buraco negro seja fascinante, a comunidade científica ainda não dispõe de evidências que comprovem a existência de buracos negros primordiais, e muito menos que um deles tenha ocasionado o incidente de Tunguska.

    A explicação mais amplamente aceita para o evento de Tunguska na atualidade é a de que um asteroide com cerca de 50 a 80 metros de diâmetro explodiu a aproximadamente 12 km de altitude. Esse tipo de explosão, conhecido como evento de impacto aéreo, seria capaz de provocar a devastação observada sem deixar uma cratera de impacto.



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