O Brasil enviou 39,2 milhões de bolsas de café ao exterior em 2023, quantidade praticamente estável (-0,4%) em comparação com as 39,4 milhões registradas em 2022.
No que diz respeito à receita em moeda estrangeira, houve uma diminuição de 13% em comparação anual, com os envios totalizando US$ 8,041 bilhões ao longo do último ano.
De acordo com o líder do Cecafé, Márcio Ferreira, o desempenho dos envios no ano passado é positivo considerando as dificuldades enfrentadas por toda a cadeira produtiva.
“O primeiro semestre foi marcado por exportações mais contidas devido à menor disponibilidade de café após duas safras – 2021 e 2022 – menores impactadas por adversidades climáticas. Além disso, o segmento exportador continua enfrentando entraves logísticos, o que impacta a performance. Sem essas questões da logística, provavelmente exportaríamos até 2 milhões de sacas a mais”, projeta.
No ano passado, houve atraso nas embarcações de café em todos os 12 meses. De acordo com o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Cecafé, somente em dezembro foram registradas alterações em 76% das escalas de navios no Porto de Santos (SP), atingindo o segundo maior índice em 2023, atrás somente dos 81% apurados em novembro.
Café canéfora
Os envios de café canéfora (conilon e robusta) se destacaram no ano, com um aumento de 212% em volume e de 15,9% em receita em moeda estrangeira.
O total de 4,7 milhões de bolsas enviadas ao exterior é o segundo melhor desempenho da história, ficando atrás apenas de 2020, quando o Brasil colheu uma safra recorde.
China se destaca
A China saltou para o sexto lugar no ranking dos principais parceiros comerciais dos cafés do Brasil, importando 1,480 milhão de bolsas, quantidade que representou um substancial crescimento de 278,6% em comparação com os 12 meses de 2022.
Os Estados Unidos foram o principal destino dos cafés do Brasil de janeiro a dezembro do ano passado, apesar da queda de 24,2% em comparação com as aquisições realizadas em 2022. Os norte-americanos importaram 6,067 milhões de bolsas, montante que representou 15,5% dos envios totais.
A Alemanha, com representatividade de 12,8%, adquiriu 5,014 milhões de bolsas (-26,7%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vêm Itália, com a compra de 3,131 milhões de bolsas (-6,8%); Japão, com 2,386 milhões de bolsas (+27,4%); e Bélgica, com 2,201 milhões de bolsas (-24,6%).
Aumento das exportações de cafés diferenciados
Os cafés diferenciados, que são aqueles de alta qualidade ou com certificação de práticas sustentáveis, representaram 17,8% das exportações totais brasileiras do produto no acumulado de 2023, com o envio de 6,968 milhões de bolsas ao exterior.
Esse volume representa um aumento de 4% em comparação ao registrado entre janeiro e dezembro de 2022.