segunda-feira, 8 julho, 2024
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    Descoberta a temperatura da cratera após colisão que levou à extinção dos dinossauros


    Por meio de um tipo de termômetro para rochas, pesquisadores conseguiram determinar a temperatura da cratera de Chicxulub, formada pelo impacto do meteorito que resultou na extinção em massa dos dinossauros, instantes após a colisão catastrófica ocorrida há 66 milhões de anos.

    Os dados indicam que a temperatura máxima atingida foi de 330 ºC, marcando o fim do período Cretáceo (entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás). De forma curiosa, os resultados sugerem que a explosão do asteroide causador não liberou tanto dióxido de carbono na atmosfera quanto se pensava, provocando uma revisão de conceitos científicos sobre a extinção em massa.

    A cratera de Chicxulub e sua temperatura

    O famoso asteroide de 12 km de extensão atingiu a península de Yucatán, atual Golfo do México, a uma velocidade de aproximadamente 43.000 km/h. A cratera resultante tinha cerca de 200 km de diâmetro e foi rapidamente preenchida por ondas de tsunami que depositaram sedimentos nos minutos e horas subsequentes ao impacto. Desde então, camadas de rochas continuaram a cobrir o local.

    Conforme informações dos geólogos da Universidade Livre de Bruxelas, responsáveis pela pesquisa, isso dificulta um pouco a obtenção de amostras, mas, por outro lado, as preserva muito bem. A chave está em encontrar as rochas adequadas, o material apropriado e a técnica correta de análise.

    No ano de 2016, foram coletadas amostras do pico do anel de impacto, as quais foram analisadas com termometria de isótopos agrupados, técnica também conhecida como “paleotermômetro”. Esse método envolve a reconstrução das temperaturas antigas por meio da detecção de ligações de isótopos de carbono-13 e de oxigênio-18 em minerais carbonáticos (substâncias bastante densas).

    O impacto do meteorito teria gerado temperaturas da ordem de milhares de graus Celsius imediatamente, porém, tais valores não podem ser medidos atualmente devido à provável vaporização das rochas envolvidas no processo. Contudo, as temperaturas geradas nos momentos posteriores ao evento podem ser medidas.

    A máxima de 330 ºC foi identificada em rochas localizadas a 700 metros abaixo do leito oceânico. Essa temperatura é muito superior à máxima atingida pelo oceano no final do Cretáceo, em torno de 35,5 ºC, e àquilo que seria esperado de processos hidrotermais subaquáticos, os quais variam de 50 ºC a 200 ºC. Apenas o asteroide teria sido capaz disso.

    O processo poderia ter sido a descarbonatação térmica e a rápida reação reversa, onde o óxido de cálcio altamente reativo (CaO) reagiu com o dióxido de carbono (CO2) liberado pelas rochas carbonizadas, formando cristais de carbonato de cálcio (CaCO3).

    Nesse caso, menos dióxido de carbono teria sido liberado para a atmosfera, pois boa parte dele teria sido reutilizada na formação de carbonato de cálcio. Com a redução de CO2, o aquecimento global e a acidificação dos oceanos teriam diminuído durante a extinção em massa (incluindo a dos dinossauros) que se seguiu. Esse grande evento coincidiu com mudanças climáticas geradas pelo impacto, sendo ainda bastante debatido pelos cientistas.

    Os pesquisadores esperam que esse método seja aplicado em outras crateras ao redor do mundo, uma vez que, como o caso de Chicxulub evidencia, tais impactos exercem grande influência na evolução da vida no planeta.

    Fonte: PNAS Nexus com informações de Live Science

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