domingo, 30 junho, 2024
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    Descubra nova variedade da Embrapa

    Especialistas desenvolveram uma diversidade de pessegueiro que possibilita colheitas além do período da safra, suprindo assim uma falta de oferta no mercado da fruta.

    O BRS Sarau é ideal para comer cru e tem elevada qualidade, consistência firme, sabor adocicado e baixa acidez.

    Com índice de produção, estima-se em 20 toneladas por hectare, é recomendada para ser cultivada nas Regiões Sul e Sudeste do país, tradicionalmente produtoras de frutas para consumo direto.

    A Embrapa está em busca de viveiristas interessados em reproduzir e comercializar a nova cultivar para os fruticultores. Por esse motivo, levará algum tempo até que a nova fruta esteja disponível nas prateleiras dos mercados.

    Apresentação e oferta aos viveiristas

    A apresentação da cultivar está agendada para o 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura, que acontecerá de 6 a 10 de novembro, no Centro de Eventos Fenadoce, em Pelotas (RS).

    Os viveiristas interessados já podem se candidatar para multiplicar e vender esse material por meio do edital de licenciamento disponível no site da Embrapa.

    O comunicado de oferta nº 15/2023 para o material propagativo do pêssego BRS Sarau está aberto para manifestação de interesse.

    Os interessados devem enviar um e-mail até às 17 horas do dia 17 de novembro de 2023 com o assunto “Comunicado de Oferta nº 15/2023”, seguindo as informações detalhadas no edital.

    A nova cultivar

    A BRS Sarau amadurece seus frutos, em média, em dez dias após a cultivar mais comumente utilizada atualmente na região de Pelotas (RS). Embora produza frutos menores, eles possuem um sabor superior, o que, juntamente com o momento de maturação, a torna uma excelente opção para colheita contínua e oferta de frutas de qualidade ao mercado consumidor.

    Espera-se que o novo material substitua a antiga cultivar de pêssego Chiripá.

    “Estima-se que a cultivar BRS Sarau ocupe 3% da área total plantada com pêssego de mesa no país, após cinco anos de seu lançamento e consolidação no mercado”, afirma o pesquisador Elbio Treicha Cardoso, encarregado pela supervisão nas negociações das tecnologias da Embrapa Clima Temperado (RS).

    Ele comunica que apenas o Rio Grande do Sul, o maior estado produtor de pêssegos, registra uma produção de 110,2 mil toneladas anuais.

    Conforme os dados da pesquisa, a variedade tem um alto rendimento, possuindo uma vasta faixa de adaptação no Sul e Sudeste do país.

    O tamanho e o formato do fruto satisfazem as demandas do mercado. “Uma das questões necessárias no mercado de frutas de caroço, no caso do pêssego, era fornecer um fruto com uma estação de maturação tardia. A BRS Sarau possibilitará que o consumidor possa ter acesso à fruta por mais tempo em sua dieta, visto que ela amadurece bem mais tarde, em uma época em que não havia oferta de frutas de alta qualidade”, declara o cientista Rodrigo Franzon, que participou do estudo.

    A cientista Maria do Carmo Bassols Raseira, líder da pesquisa, menciona que uma das grandes vantagens do novo cultivar é o fruto de qualidade em tempo tardio, quando já não há muitas opções de frutas no mercado. “Ela é uma cultivar adequada para as festividades do fim de ano, com frutos vigorosos em dezembro, quando chegam o Natal e as celebrações de Ano Novo”, comenta.

    A BRS Sarau é um cultivar com bom estado fitossanitário, apresentando uma incidência relativamente baixa de doenças e fungos. A cultivar é suscetível à bacteriose, quando cultivada em áreas expostas a ventos intensos, para as quais os estudos recomendam o uso de quebra-vento.

    Na avaliação econômica, a BRS Sarau é adequada para a produção voltada aos empreendimentos rurais dedicados à cultura do pêssego, aos agricultores de base familiar e às empresas do setor atacadista de frutas de caroço. “Existe uma projeção para que o produtor de frutas fature em torno de 30 mil a 40 mil reais por hectare, com a utilização do novo cultivar”, projeta Cardoso.

    O pêssegono Brasil

    Ainda que tenha ocorrido uma redução na área plantada com pêssegos no período de 2008 a 2017, de 21 mil hectares (ha) para 17 mil ha, a produção se manteve estável, em cerca de 240 mil toneladas anuais. “Isso se deve à adoção de técnicas de manejo aprimoradas e à introdução de novas variedades no mercado”, considera Cardoso.

    O país está cada vez mais importando frutas de caroço. De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, nos anos de 2016, 2017 e 2018, foram importadas, respectivamente, 11 mil, 9 mil e 10,6 mil toneladas de pêssegos frescos para consumo in natura. Somente em 2018, o valor dessas importações ultrapassou os US$ 13 milhões.

    “A quantidade importada indica um aumento na demanda por frutas de caroço. Por isso, o desenvolvimento de uma variedade de pêssego contribui para reduzir a importação e, consequentemente, aumentar a renda dos produtores. Isso também afeta positivamente a cadeia de fornecimento da fruticultura, movimentando a economia”, avalia o pesquisador.

    No entanto, segundo ele, tudo dependerá da aceitação da nova variedade e de como o mercado de frutas de caroço se comportará nos próximos anos.

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