Depois que os Estados Unidos proibiram a exportação de peças de IA e HPC para a China, fábricas especializadas estão desmontando placas GeForce RTX 4090 para reutilizar componentes e desenvolver soluções de IA personalizadas. Durante esse processo, as GPUs AD102 e os módulos GDDR6X são retirados da placa original e soldados novamente em PCBs adaptados para IA, com uma solução de resfriamento mais compacta para ser instalada em paralelo.
Essa ação praticamente esgotou a disponibilidade das placas de ponta no mercado chinês, a maioria das quais foi importada antes da proibição, além de impactar o preço em outros mercados.
O mercado sempre encontra um jeito
Ainda que não tenham sido impostas sanções tão severas durante os surtos de criptomoedas, a estratégia das empresas no setor de IA é bastante similar. Assim como as primeiras GeForce RTX, que tiveram seus estoques esgotados globalmente para criar servidores de mineração, era esperado que os modelos de jogos mais recentes acabassem sendo usados em servidores em algum momento.
Isso simplesmente não ocorreu antes porque a estratégia das fabricantes de placas de vídeo era, desde o início, focar primeiro no segmento de HPC e Inteligência Artificial. Uma vez que as soluções para o mercado corporativo foram desenvolvidas e distribuídas, as tecnologias foram sendo adaptadas e incorporadas em produtos para uso doméstico, como GPUs para jogos e processadores.
Também vale ressaltar que a indústria chinesa é conhecida por utilizar engenharia reversa para criar seus próprios produtos voltados exclusivamente para o mercado local. As proibições de exportação de componentes especializados para Inteligência Artificial podem, de fato, atrasar o desenvolvimento desse setor na China, mas a crescente importância dessas tecnologias só vai incentivar a indústria local a se adaptar.
