segunda-feira, 1 julho, 2024
spot_img
Mais

    Últimos Posts

    spot_img

    Estudo científico de tilápias avança com a pesquisa de cientistas moçambicanas

    Um time de pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está dedicado, há 15 anos, ao aprimoramento genético de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus), a espécie de peixe mais cultivada e de grande relevância econômica no Brasil.

    Recentemente, o Programa de Melhoramento Genético de Tilápias do Nilo (Tilamax), que é conduzido pelo grupo de Pesquisa PeixeGen da universidade, teve progressos com as dissertações de mestrado de duas pesquisadoras de Moçambique, Carla Finiosse e Nareta Figueiredo.

    As investigações impulsionaram avanços nos estudos para o desenvolvimento de material genético que elimine a necessidade de reversão na criação.

    No momento, o método mais comum para a produção dessa espécie é o monossexual – apenas machos – devido ao peso das fêmeas ser de 70% a 75% do peso dos machos.

    O trabalho das pesquisadoras africanas demonstra a redução da discrepância de pesos entre os animais ao utilizar o material genético no acasalamento: as fêmeas passaram de 72% para 82% do peso dos machos em tanques escavados e para 80% nos tanques-rede.

    “Conseguimos aumentar em dez pontos percentuais, o que mostra que há uma possibilidade de reduzirmos a desigualdade”, destaca o orientador delas, Carlos Antonio Lopes Oliveira, professor da graduação e pós-graduação do Departamento de Zootecnia da UEM.

    Os mestrados das moçambicanas foram estudos adicionais dentro do Programa de Pesquisa PeixeGen.

    Nareta Figueiredo investigou o “Dimorfismo sexual para o peso corporal de tilápias do Nilo” e conseguiu aprimorar a metodologia para o processo de seleção de famílias reprodutoras, reduzindo a diferença entre macho e fêmea.

    Já Carla Finiosse analisou a “Avaliação do dimorfismo sexual para a velocidade de crescimento em tilápia do Nilo em dois sistemas de produção”. Ela testou o material genético em tanques-rede e viveiro escavado, contribuindo para o aumento do peso das fêmeas.

    As pesquisadoras são colaboradoras do Centro de Pesquisa em Aquicultura (Cepaq), em Chókwè, Moçambique, que produz tilápias da espécie moçambicana e da espécie nilótica (a mesma produzida no Brasil).

    Finiosse supervisiona a Unidade de Alevinagem de tilápias-do-nilo e Figueiredo é técnica no setor de melhoramento genético de tilápia Moçambicana. Oliveira ressalta que a parceria foi iniciada pelo zootecnista Humberto Todesco, ex-aluno da UEM, que atua como consultor no Cepaq.

    “Para mim, essa pesquisa foi muito enriquecedora, pois anteriormente eu tinha experiência principalmente do meu local de trabalho. Na prática, é possível aprender mais, identificar problemas e soluções, além de ter um grande mentor ao nosso lado. Volto ao meu país com um conhecimento sólido em aprimoramento genético”, comenta Carla.

    “Eu já possuía conhecimento em tecnologia de produção, porém voltado para a tilápia de Moçambique. Aqui pude ampliar minha expertise ao trabalhar com tilápia Nilótica e diferentes sistemas de produção. Levarei essa bagagem para o meu país e aplicarei as novas tecnologias de produção que adquiri aqui. Estou extremamente satisfeita por ter participado dessa instituição, desse programa de pós-graduação e também por ter sido orientada pelo professor Carlos Oliveira”, diz Nareta.

    A parceria de transferência de conhecimento entre os dois países teve início há dois anos, em fevereiro de 2022, quando foi firmado um acordo de cooperação internacional entre o Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPZ) da UEM e a organização norueguesa não governamental Norges Vel, por meio do Escritório de Cooperação Internacional (ECI). A vinda e permanência delas foi viabilizada pela ONG e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que concedeu bolsas de estudos no último ano.

    Figueiredo e Finiosse concluíram o mestrado e retornaram a Moçambique na última semana, levando o material genético desenvolvido na UEM para distribuição pelo Cepaq aos alevinocultores e piscicultores do país africano.

    Tilamax

    O programa Tilamax teve sua origem na Estação Experimental de Piscicultura da UEM, que desempenha, desde 1996, um papel crucial na pesquisa de alto nível para a piscicultura brasileira, envolvendo estudantes da graduação, mestrado e doutorado. Localizada no distrito de Floriano, a 20 quilômetros de Maringá, no Noroeste do Paraná, a Estação abriga o primeiro centro público da América Latina de pesquisa sobre aprimoramento genético de tilápias do Nilo.

    São 20 tanques de 6m³, nos quais são avaliadas anualmente representantes de 50 a 90 famílias, resultando em aproximadamente 3 mil peixes. De cada grupo familiar, são escolhidas as quatro melhores fêmeas e os dois melhores machos, que serão os progenitores da próxima geração.

    spot_img

    Últimas Postagens

    spot_img

    Não perca

    Brasília
    céu limpo
    15.5 ° C
    15.5 °
    15.5 °
    59 %
    1.5kmh
    0 %
    seg
    27 °
    ter
    27 °
    qua
    27 °
    qui
    27 °
    sex
    20 °

    3.147.205.220
    Você não pode copiar o conteúdo desta página!