Neutralidade ou valores
O tema da suposta imparcialidade do jornal The New York Times tem sido bastante discutido recentemente, gerando intensas discussões na imprensa brasileira e internacional.
O Poder 360, por exemplo, destacou alguns argumentos de James Bennet, ex-chefe de opinião do NYT, que alega que a orientação editorial do jornal veta opiniões conservadoras ou de direita, impedindo a diversidade de ideias. Em um artigo publicado pela revista Economist, Bennet afirma que o principal periódico dos Estados Unidos se tornou uma publicação “não liberal”.
O editor do NYT, A.G. Sulzberger, respondeu afirmando que “valores” não são suficientes e que o que realmente importa são o “processo operacional” e a “liderança”. No centro do debate está um dos princípios do jornalismo moderno, que é a imparcialidade e a premissa de relatar todos os lados da mesma notícia.
Em seu texto, Bennet revela os bastidores do processo que resultou em sua demissão forçada. Ele autorizou a publicação de um artigo de opinião do senador pelo Arkansas Tom Cotton (link para assinantes), o qual foi considerado inadequado por leitores, colaboradores do jornal e pelo Sindicato dos Jornalistas de Nova York.
No artigo que gerou controvérsia, o senador republicano defendia o uso da Guarda Nacional para conter crimes e ações violentas em meio a manifestações após o assassinato de George Floyd (1973-2020).
Na mídia norte-americana, há um grupo que defende a busca pela imparcialidade, reservando espaço para versões divergentes e explicando os fatos da maneira mais neutra possível.
Outro grupo, por sua vez, acredita que a busca tradicional pela imparcialidade falhou diante da abundância de opiniões e informações proporcionadas pela internet. Nesse contexto, ouvir todos os lados relacionados à mesma notícia seria inútil, e os veículos deveriam se preocupar com a falsa equivalência e com a defesa de valores democráticos.
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