domingo, 7 julho, 2024
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    Experiência de consórcio entre café e arroz é realizada no Sul de Minas

    Minas Gerais já foi um significante fornecedor de arroz no território nacional, mas ao longo das últimas décadas a cultura perdeu espaço para outras plantações.

    Através de uma ação conjunta da Emater-MG, Epamig, Ufla e Embrapa Arroz e Feijão, o cultivo do cereal pode voltar a ganhar força no Sul de Minas.

    Na região de Guaxupé, unidades demonstrativas de arroz de sequeiro em consórcio com o café foram implantadas em 2023 e essa novidade tem agradado os produtores.

    A iniciativa faz parte do Programa de Melhoramento Genético de Arroz de Terras Altas de Minas Gerais, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que pretende testar 18 variedades de arroz em cidades do Sul de Minas, Vale do Jequitinhonha e Campo das Vertentes.

    Na Unidade Regional da Emater-MG (Uregi) em Guaxupé, foram implantadas unidades demonstrativas de arroz em Guaranésia, Monte Santo de Minas, Arceburgo, São Sebastião do Paraíso, São Tomás de Aquino, Jacuí, Bom Jesus da Penha e Guaxupé. Já na Uregi de Alfenas, foram criadas unidades demonstrativas em Lambari, Fama e Alfenas.

    “Diversos produtores estavam interessados em utilizar uma planta de cobertura no meio do cafezal para melhorar o solo. Durante a Expocafé (2023), comentei sobre essa demanda com a pesquisadora da Epamig, Janine Guedes, e vimos a oportunidade de testar o arroz na região. Ao contrário do milho e soja, o cereal tem sido bem valorizado no mercado e, quando plantado na entrelinha do cafezal, proporciona uma renda adicional para o cafeicultor”, destaca o extensionista da Emater-MG, Geraldo José Rodrigues, que atua no programa Certifica Minas Café.

    Vantagens do consórcio

    Os técnicos da Emater-MG selecionaram os produtores para a instalação das unidades demonstrativas, que receberam as sementes e demais insumos sem custo. “Houve grande interesse pelo programa. O arroz é uma excelente alternativa, principalmente para o agricultor familiar. Se o cereal é plantado entre as linhas do café recém-plantado, ele atua como proteção contra pragas e doenças. Já quando o café está crescendo, serve como palhada e proporciona um alto teor de nitrogênio, o que é positivo para os sistemas de produção”, explica Janine.

    O plantio das unidades demonstrativas foi realizado em outubro e a colheita está prevista para março. O trabalho conta com o apoio do Programa “Melhor Arroz” da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Pesquisadores e estudantes estão acompanhando a produtividade, adaptabilidade, desenvolvimento e rentabilidade dos materiais. Nas unidades, também serão avaliadas a altura, floração, tombamento e possíveis doenças. Após a colheita, algumas amostras serão levadas para avaliações na UFLA. “Assim, poderemos identificar quais materiais se adaptaram melhor às condições de clima e solo, e também quais tiveram melhores respostas às tecnologias disponíveis em cada propriedade”, destaca a pesquisadora da Epamig.

    Renda para o cafeicultor

    O cafeicultor João Eduardo de Paula Vieira, de São Sebastião do Paraíso, plantou 300 metros de linha de arroz e afirma que a plantação está se desenvolvendo bem. “Eu plantei o arroz antes do café. Estou entusiasmado, pois está tudo bonito. O arroz está alto e provavelmente estará pronto para a colheita no próximo mês. Será para consumo da família, mas poderia ser vendido, gerando uma renda até o café crescer. Então, isso auxilia o produtor”, comenta João Eduardo.

    O extensionista da Emater-MG menciona que a produção também poderá ser adquirida pelas prefeituras para abastecer o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). E dependendodo avanço do projeto na localidade, a cientista da Epamig afirma que, mais adiante, será viável a plantação de tipos de arroz especiais (escuro, rubro e perfumados), os quais possuem um valor de mercado mais elevado.

    Mercado em expansão

    A produção do arroz de áreas elevadas aumentou significativamente nos últimos dois anos, devido à elevação dos preços do produto nos mercados. No momento, o saco do grão (50 Kg) está sendo comercializado por cerca de R$180, enquanto em 2023 era cotado a R$ 90. “Minas Gerais já foi o 3º maior estado produtor de arroz do Brasil e, atualmente, está na 18ª colocação. Perdemos muitas áreas de arroz no estado, as quais foram substituídas pela soja”, explica Janine.

    Outro aspecto favorável à revitalização da cultura do arroz no estado é a alteração na legislação, que se tornou mais rígida, favorecendo o arroz de sequeiro, em oposição às áreas de arroz alagado, que emitem muitos gases responsáveis pelo efeito estufa e podem contaminar os rios. No momento, 80% do arroz brasileiro provém do Sul do País, onde o cultivo é 100% irrigado. Em Minas Gerais, são produzidas, em média, 10,3 mil toneladas de arroz em uma área de 3,2 mil hectares.

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