segunda-feira, 8 julho, 2024
spot_img
Mais

    Últimos Posts

    spot_img

    Inflação do azeite aumenta e preço do produto atinge patamar mais alto em 7 anos

    Temperar a salada ou refogar legumes, entre outras atividades da cozinha, ficou mais dispendioso para os brasileiros que utilizam o azeite. O valor do óleo vegetal – feito com azeitonas, ou olivas – subiu consideravelmente nas prateleiras dos supermercados, com a inflação acumulada do produto em 12 meses alcançando 26,69%, conforme os dados de outubro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse é o nível mais elevado em sete anos.

    O aumento no preço médio do azeite no Brasil ocorre de forma oposta aos demais itens da cesta básica. No acumulado em 12 meses até outubro, a inflação oficial do País ficou em 4,82%, ao passo que alimentos e bebidas tiveram um acréscimo de apenas 0,48%.

    A má notícia para os apreciadores do azeite é que, possivelmente, o produto ainda não atingiu o pico de preço – em outras palavras, é provável que continue a subir. Entre os fatores que pressionam o custo estão as questões climáticas, que têm impactado as plantações de oliveiras, os efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia e também a questão cambial. Segundo especialistas entrevistados pelo Estadão, não há perspectiva de solução a curto prazo para nenhum desses casos.

    O professor do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), Felippe Serigati, recorda que o conflito geopolítico do leste europeu, iniciado em fevereiro de 2022, foi um dos primeiros fatores a contribuir para o aumento do preço do azeite, uma vez que Ucrânia e Rússia são os maiores exportadores de óleo de girassol do mundo, responsáveis por cerca de 80% da produção global. Com a guerra, a escassez do produto acabou pressionando o preço de outros óleos vegetais, incluindo o azeite. “O mercado de óleos vegetais foi fortemente impactado pelo conflito”, afirma Serigati.

    Outro fator que contribuiu para o aumento nos preços do azeite no Brasil foi o dólar. O professor da FGV aponta que a volatilidade da moeda americana em relação ao real também impactou o preço final do produto, considerando que a maioria do consumo nacional é de azeite importado. “O câmbio teve uma grande variação este ano. Nós vimos o câmbio operar abaixo de R$ 4,8, mas também perto de R$ 5,20. Toda essa volatilidade se refletiu no preço dos produtos”, avalia Serigati.

    Dados do Conselho Internacional de Azeite de Oliva demonstram que o Brasil é o terceiro maior importador global de óleo de azeite e azeite extra virgem, com 8% de toda a produção global, atrás apenas da União Europeia (17%) e dos Estados Unidos (35%), na segunda e primeira posição do ranking, respectivamente.

    Seregati observa que a produção local de azeite ainda é pouco significativa e, por isso, não teve impacto significativo na formação de preço do produto, apenas acompanhando as flutuações do mercado internacional. “O que o Brasil produz é apenas uma ‘franja’ do nosso consumo”, diz.

    Para o executivo-chefe de investimentos da TAG Investimentos, André Leite, este tem sido um ano com eventos diretos na variação cambial, e isso não deve ser pacificado no curto prazo. Em relação ao câmbio futuro, a relação comercial entre real e dólar dependerá bastante de fatores externos, como as decisões do Fed (o banco central americano) em relação aos juros. “Nós vamos ficar muito dependentes do cenário externo”, afirma Leite.

    Junto com a volatilidade do câmbio e o conflito internacional no leste europeu, um outro fator contribuiu para a pressão nos custos de produção dos azeites no mundo. A economista da Planejar, Fernanda Melo, acrescenta que, com as sanções econômicas impostas à Rússia, que é a maior produtora de defensivos agrícolas, o preço dos fertilizantes também subiu, tornando a safra das azeitonas ainda mais dispendiosa. “Este é outro fator que, associado a uma situação climática desfavorável, afeta o preço também”, declara.

    Um terceiro fator determinante na curva de preços do azeite em solo nacional é a mudança climática global e as ondas de calor extremo que atingem o globo, incluindo os principais produtores do óleo vegetal, como Espanha, Itália, Grécia, França e Portugal. Devido às mudanças climáticas, os produtores europeus enfrentam dificuldades para manter a produção de azeitonas, que sofrem com a seca e altas temperaturas.

    O professor da FGV explica que este ano o El Niño mais forte do que o normal foi um golpe adicional nas oliveiras, reduzindo a safra e deixando menos frutos para a produção do azeite. Ele também observa que a situação é semelhante à vivenciada no mercado nacional em 2015, quando o óleo também registrou aumentos significativos. “O ano de 2015 tem características semelhantes a 2023. O País também enfrentava problemas cambiais, além de uma seca grave causada, precisamente, pela incidência do El Niño.”

    Naquela época, em dezembro de 2015, o azeite fechou o ano com uma inflação acumulada em 12 meses de 22,75%, com uma trajetória de alta que se manteve nos primeiros meses do ano seguinte. Em julho de 2016, a alta acumulada em 12 meses atingiu 31,24%. De acordo com o professor da FGV Agro, essas semelhanças e as incertezas no mercado futuro podem resultar em novos aumentos no preço do azeite nos próximos meses. “Não seria uma surpresa se nos próximos meses nós registrássemos novos aumentos no preço do azeite”, diz.

    Temperar a salada ou refogar legumes, entre outras atividades da cozinha, ficou mais dispendioso para os brasileiros que utilizam o azeite. O valor do óleo vegetal – feito com azeitonas, ou olivas – subiu nas prateleiras dos supermercados, com a inflação acumulada do produto em 12 meses atingindo 26,69%, conforme os dados de outubro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse é o nível mais elevado em sete anos.

    O aumento no preço médio do azeite no Brasil ocorreu de forma oposta aos demais itens da cesta básica. No acumulado em 12 meses até outubro, a inflação oficial do País ficou em 4,82%, ao passo que alimentos e bebidas tiveram um acréscimo de apenas 0,48%.

    A péssima notícia para os apreciadores do óleo de oliva é que, possivelmente, o produto ainda não atingiu o ponto máximo de preço – ou seja, deve continuar aumentando. Entre os motivos que pressionam o custo estão os problemas climáticos, que têm prejudicado as plantações de oliveiras, os impactos causados pela conflito entre Ucrânia e Rússia e também a questão cambial. Em todos esses casos, de acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, não há previsão de solução a curto prazo.

    O professor do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), Felippe Serigati, recorda que o conflito geopolítico do leste europeu, que começou em fevereiro de 2022, foi um dos primeiros motivos para o aumento do preço do azeite, já que Ucrânia e Rússia são os principais exportadores de óleo de girassol do mundo, responsáveis por cerca de 80% da produção global. Com a guerra, a escassez do produto acabou elevando o preço dos demais óleos vegetais, como é o caso do azeite. “O mercado de óleos vegetais foi fortemente afetado pelo conflito”, declara Serigati.

    Outro fator que contribuiu para o aumento nos preços do azeite no Brasil foi o dólar. O professor da FGV aponta que a instabilidade da moeda americana em relação ao real também pressionou o preço final do produto, já que a maioria do consumo nacional é de azeite importado. “O câmbio teve uma grande variação este ano. Nós vimos o câmbio operar abaixo de R$ 4,8, mas também perto de R$ 5,20. Toda essa volatilidade se refletiu no preço dos produtos”, avalia Serigati.

    Informações do Conselho Internacional de Azeite de Oliva indicam que o Brasil é o terceiro maior comprador mundial de óleo de azeite e azeite extra virgem, com 8% de toda a produção global, atrás apenas da União Europeia (17%) e dos Estados Unidos (35%), na segunda e primeira posições do ranking, respectivamente.

    Seregati recorda que a produção local de azeite ainda é pouco significativa e, por isso, não teve impacto relevante no preço do produto, apenas seguindo as flutuações do mercado internacional. “O que o Brasil produz é apenas uma ‘fração’ do nosso consumo”, declara.

    De acordo com o executivo-chefe de investimentos da TAG Investimentos, André Leite, este tem sido um ano com eventos diretos na variação cambial, e isto não deve ser resolvido a curto prazo. Em relação ao câmbio futuro, a relação comercial entre real e dólar dependerá bastante de fatores externos, como as decisões do Fed (o banco central americano) em relação aos juros. “Nós vamos ficar muito dependentes do cenário externo”, afirma Leite.

    Alinhado à instabilidade do câmbio e ao conflito internacional no leste europeu, outro fator contribuiu para pressionar os custos de produção dos azeites no mundo. A economista da Planejar, Fernanda Melo, acrescenta que, com as sanções econômicas impostas à Rússia, que é a maior produtora de defensivos agrícolas, o preço do fertilizante também subiu, tornando a safra das azeitonas ainda mais cara. “Este é outro elemento que, combinado a uma situação climática desfavorável, acaba afetando o preço também”, afirma.

    Um terceiro fator determinante na curva de preços do azeite no Brasil é o aquecimento global e as ondas de calor extremo que afetam todo o mundo, incluindo os principais produtores do óleo vegetal, como Espanha, Itália, Grécia, França e Portugal. Devido às mudanças climáticas, produtores europeus enfrentam dificuldades para manter a produção de azeitonas, que sofrem com a seca e altas temperaturas.

    O professor da FGV explica que este ano o El Niño mais intenso do que o normal foi mais um golpe às oliveiras, reduzindo a safra e deixando menos fruto para a produção do azeite. Ele ainda lembra que a situação é semelhante ao cenário vivido no mercado nacional em 2015, quando o óleo também registrou grandes aumentos. “O ano de 2015 tem semelhanças com 2023. O País também enfrentava problemas cambiais, além de uma seca intensa causada, justamente, pela incidência do El Niño. ”

    Naquela época, em dezembro de 2015, o azeite fechou o ano com uma inflação acumulada em 12 meses de 22,75%, com uma trajetória de alta que se manteve nos primeiros meses do ano seguinte. Em julho de 2016, a alta acumulada em 12 meses atingiu 31,24%. Para o professor do FGV Agro, essas semelhanças e as incertezas no mercado futuro podem repetir o cenário de novos aumentos. “Não seria uma surpresa se nos próximos meses nós registrássemos novos aumentos no preço do azeite”, diz.

    spot_img

    Últimas Postagens

    spot_img

    Não perca

    Brasília
    céu limpo
    11.5 ° C
    11.5 °
    11.5 °
    82 %
    0.5kmh
    0 %
    seg
    28 °
    ter
    29 °
    qua
    30 °
    qui
    29 °
    sex
    28 °

    3.145.8.94
    Você não pode copiar o conteúdo desta página!