Um processo administrativo foi instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) para acompanhar uma investigação da Polícia Federal que analisa se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “perturbou” uma baleia jubarte durante um passeio de moto aquática no litoral de São Sebastião, em São Paulo, em junho deste ano. A informação foi divulgada no diário oficial do MPF nesta sexta-feira (17).
Segundo o documento, assinado pela procuradora da República Marília Soares Ferreira, Bolsonaro é suspeito de um “potencial crime de importunação intencional de espécies de cetáceos”, previsto em uma lei de 1987 que proíbe a captura de animais como baleias e golfinhos nas águas jurisdicionais brasileiras. O MPF destaca ainda que a situação foi registrada a partir de vídeos compartilhados em redes sociais, que mostram alguém conduzindo uma moto aquática a cerca de 15 metros da baleia jubarte. Bolsonaro seria o condutor da embarcação.
Em agosto, Wagner Teixeira (Avante), vereador de São Sebastião, recebeu uma multa de R$ 2,5 mil do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pelo mesmo motivo: “molestar de forma intencional uma baleia”.
Nas redes sociais, apoiadores do ex-presidente zombaram e condenaram a investigação. “Eu queria que fosse piada ou pegadinha… mas não… é verdade… vão investigar mesmo. A Dama do Tráfico, isso deixa quieto… foi engano… mas molestar a baleia, esse Bolsonaro foi longe demais. Esse é o nível de acefalia de dirigentes de nossas instituições. E o pior: esses caras são ‘autoridades’. Tem poder na caneta”, tuitou o senador catarinense Jorge Seif (PL).