Uma análise recente da Embrapa Gado de Leite, em colaboração com o programa de aprimoramento genético da raça girolando, demonstrou que o calor extremo ocasiona perdas significativas na produção leiteira brasileira.
De acordo com o pesquisador Marcos Vinícius Silva, calcula-se que uma vaca pode excluir até 15 kg de leite por lactação devido ao estresse térmico, o que implica em uma diminuição de 25% na produção.
Os principais indícios de que um animal está sofrendo com o calor englobam ofegância, acréscimo da frequência cardíaca, salivação intensa e restrição na alimentação. Em situações extremas, o calor pode acarretar na morte do animal.
Além dos prejuízos na produção de leite, o estresse térmico também influencia a reprodução, prolongando o intervalo entre partos e diminuindo o potencial reprodutivo das vacas.
O levantamento também demonstrou que raças com maior composição genética zebuína, como o gir e o girolando, são mais resistentes ao calor do que as raças taurinas, como o holandês e o jersey.
A Embrapa está utilizando os desfechos da análise para elaborar recursos que auxiliem os produtores a identificar os animais mais resistentes ao calor e implementar medidas para diminuir o estresse térmico, como aprimoramentos nas instalações, oferta de água de superior qualidade e sombreamento nas pastagens.