Tornou-se uma situação habitual para os cidadãos brasileiros: ir ao mercado, gastar consideravelmente e retornar para casa com uma quantidade progressivamente reduzida de produtos A prática da “reduflação”, que implica na diminuição do porte ou da quantidade de um artefato enquanto seu valor se mantém inalterado, está se tornando cada vez mais frequente.
Mark Stiving, da Impact Pricing, uma entidade direcionada à instrução empresarial sobre tarifas, informou à BBC News que os consumidores tendem a notar mais os acréscimos de valores do que as reduções de dimensão dos itens. Consequentemente, as companhias estão empregando a tática da “reduflação” como uma forma de elevar os preços de maneira menos óbvia e, por conseguinte, menos impactante para os consumidores.
Ainda com essa estratégia, uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest indicou que a percepção sobre a economia no Brasil se deteriorou no decorrer dos últimos doze meses. Conforme os dados, 38% dos entrevistados identificaram uma piora no último ano. Em contrapartida, houve uma diminuição de oito pontos percentuais entre aqueles que manifestaram uma evolução no mesmo período, totalizando agora 26% em relação à pesquisa anterior, conduzida em dezembro do ano passado.
A visão de declínio econômico está estreitamente ligada à opinião de que Lula é o principal responsável por essa conjuntura.
Segundo um estudo do Instituto de Planejamento Estratégico (Ibespe) divulgado na última quarta-feira (3), 40,2% dos brasileiros acreditam que a administração de Lula é a principal causa do aumento nos preços dos produtos. Enquanto isso, apenas 0,9% dos entrevistados correlacionaram o aumento das despesas à gerência de Jair Bolsonaro (PL). Outros 10,6% associaram Lula ao encarecimento dos produtos, enquanto mais de 20% não souberam ou optaram por não responder.
A análise desfavorável do governo também teve um acréscimo de cinco pontos percentuais (34%).
O Sul lidera no apontamento de responsabilidade de Lula pelos aumentos, com 48% dos entrevistados. Em seguida, o Norte mostra 43,6%, o Nordeste 40,9%, o Sudeste 37,8% e o Centro-Oeste 36,5%.
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