segunda-feira, 1 julho, 2024
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    Lula busca influir cessar-fogo entre Israel e Hamas


    Durante a próxima semana, em sua visita ao Egito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja discutir uma solução de pacificação na Faixa de Gaza com o presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. A iniciativa do petista de ganhar relevância na resolução do conflito ocorrerá mesmo após as críticas feitas a Israel e de ter afirmado, em outubro do ano passado, que a resposta do país aos ataques do Hamas se tratava de “genocídio”.

    Junto a outros países árabes, o Egito tem desempenhado um papel crucial nas conversações entre Israel e o Hamas desde que o grupo terrorista iniciou um conflito em outubro do ano passado.

    Lula partirá rumo à África na quarta-feira (14) e já no dia seguinte terá um encontro bilateral com Al-Sisi. Segundo o Ministério de Relações Exteriores, o petista pretende abordar as negociações sobre um cessar-fogo em Gaza e se colocar à disposição para uma solução do conflito. Conforme informações do embaixador e secretário de Oriente Médio do Itamaraty, Carlos Sérgio Sobral Duarte, Lula deseja reforçar o apoio do Brasil à solução de dois Estados e às negociações para libertação de reféns, bem como a continuidade da assistência humanitária do Brasil às áreas afetadas pelo conflito.

    “O Egito é um país árabe influente em questões do Oriente Médio e o Brasil manteve diálogos com o país referente à crise em Gaza nos últimos meses no mais alto nível e também entre ministros”, destacou Sobral. A influência do Egito no conflito se dá principalmente pelo fato de o país, além de Israel, fazer fronteira com a Faixa de Gaza. Cairo foi um importante mediador na saída de brasileiros e seus familiares do enclave e tem sido, juntamente com outros países, um negociador para o fim do conflito.

    O Hamas enviou uma nova proposta de cessar-fogo nesta semana. O acordo enviado pelos militantes propõe um plano que levaria pouco mais de quatro meses para encerrar o conflito e solicita que Israel reconstrua Gaza.

    O governo israelense, que declarou há poucas semanas que o conflito só terminaria quando o grupo fosse eliminado, ainda não respondeu à proposta do Hamas. De acordo com especialistas consultados pela Gazeta do Povo, é improvável que o governo israelense aceite a proposta do Hamas.

    Após os ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, o Brasil tentou ser um agente ativo no conflito, mas não obteve muito espaço nas negociações. À frente do Conselho de Segurança, a diplomacia brasileira apresentou uma proposta de mediação do conflito no dia 18 de outubro. O texto, no entanto, foi vetado pelos Estados Unidos por não incluir o “direito de Israel de se defender dos ataques cometidos pelo Hamas”.

    Lula fez várias críticas a Israel

    Sem destaque nas negociações de paz para o conflito no Oriente Médio, Lula fez uma série de críticas a Israel nos últimos meses. Além de não categorizar o Hamas como um grupo terrorista, em uma de suas declarações, em outubro do último ano, chamou de “genocídio” a resposta de Israel aos ataques do Hamas.

    “É muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio, ou seja, não se trata de ficar discutindo quem está certo, quem está errado, de quem deu o primeiro tiro, quem deu o segundo. O problema é o seguinte aqui: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, afirmou Lula.

    Em janeiro, Lula também respaldou uma denúncia contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Apresentada pela África do Sul, a denúncia pede que a CIJ inicie uma investigação contra Israel pelo suposto crime de genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza. A investigação, no entanto, não chegou a um veredito sobre as ações de Israel.

    Viagem de Lulaà África tem um caráter “fundamentalmente político”

    De acordo com as informações do Palácio do Itamaraty, a visita de Lula ao continente tem uma natureza “fundamentalmente política”. Além disso, tanto o Egito quanto a Etiópia foram convidados em 2023 para aderir ao Brics (bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e a União Africana tornou-se membro do G20 neste ano.

    Além das negociações sobre o conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio, a visita ao Egito também comemora o centenário das relações diplomáticas entre os dois países. Durante sua estadia no país, os líderes também discutem a expansão das relações bilaterais.

    Carlos Duarte informou em coletiva de imprensa: “O Egito foi o país africano com o qual o Brasil teve maior intercâmbio nos últimos anos. Além disso, uma série de avanços recentes visando aprimorar a relação comercial entre os dois países tem sido discutida para aumentar o fluxo comercial”. Os dois países estão negociando a abertura de uma rota aérea direta para Cairo com partida de São Paulo.

    Durante o itinerário na África, Lula também espera encontrar aliados em discussões que o Brasil tem buscado promover durante sua presidência no G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). Carlos Duarte afirmou: “Essa visita [de Lula ao Egito e Etiópia] representa a prioridade que Lula deu à agenda internacional do Brasil. Esses países têm muito em comum com o Brasil e as agendas coincidem”.

    Este ano, é o Brasil que dita a pauta do G20, e a agenda prioritária do governo é baseada em três pilares de discussões: sustentabilidade e transição energética; combate à fome e à desigualdade social; e reforma das lideranças e dos organismos globais. A União Africana, representando os 55 países africanos, foi recentemente incluída ao grupo.

    Desde que assumiu seu terceiro mandato, Lula tem reiterado o desejo de se reaproximar das nações africanas. No ano passado, Lula passou quase uma semana em uma turnê pelo continente, visitando a África do Sul, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

    Encontro com Guterres e Mahmoud Abbas

    Após a passagem pelo Egito, Lula segue para a Etiópia, onde participará da Cúpula da União Africana nos dias 17 e 18. No país, além dos compromissos estabelecidos pelo evento, o petista terá uma série de reuniões bilaterais com líderes africanos. No entanto, o destaque deve ser o encontro que está sendo planejado entre o brasileiro, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

    A reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) também será discutida entre Lula e Guterres. Este será o quarto encontro entre os dois desde que o petista assumiu seu terceiro mandato. Eles já se encontraram em outras três ocasiões: à margem da Cúpula do G7, em maio, no Japão; durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, nos Estados Unidos; e durante a COP 28, em dezembro, nos Emirados Árabes Unidos.

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