Em reunião sobre florestas, presidente expressa que é mais relevante ouvir quem “veio ao mundo” no local do que um chefe do Poder Executivo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu mão de fazer seu pronunciamento no encontro “Florestas: Protegendo a Natureza para o Clima, Vidas e Subsistência”, realizado neste sábado (2.dez.2023) na COP28 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), e concedeu seu tempo de fala para a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).
Lula afirmou ser “incomum” ter um evento como aquele e que, “pela 1ª vez” a “floresta se expressa por si mesma”. Emocionado, o presidente disse que tinha um discurso pronto, mas que considerava ser mais efetivo que uma pessoa “que veio ao mundo na floresta” falasse à plateia.
“Eu, apesar de ser o presidente do Brasil, não vou discorrer sobre a floresta porque eu acho que esse encontro de hoje é uma reunião sem precedentes na história das COPs”, disse Lula. “Precisamos de 28 edições da COP para que, pela 1ª vez, a floresta viesse se manifestar por si própria. E eu não poderia utilizar a palavra e discorrer sobre a floresta se eu tenho no meu governo uma pessoa da floresta”, continuou.
“A Marina veio ao mundo na floresta, se alfabetizou aos 16 anos”, acrescentou, expressando achar justo que, “para discorrer sobre a floresta”, suba ao palco alguém que é “responsável pelo sucesso da política de preservação ambiental” implementada no Brasil ao invés de um presidente que “veio ao mundo em um Estado que não é na floresta”.
Marina citou diversas medidas do governo Lula para a proteção do meio ambiente e disse que a política ambiental brasileira no governo atual não é setorial, mas transversal, englobando todos os ministérios.
“A sua diretriz para proteger a floresta é mais que comando e controle, é uma diretriz de desenvolvimento sustentável nas suas 4 dimensões: na dimensão ambiental, na dimensão social, na dimensão econômica e na dimensão cultural”, disse a ministra ao presidente.
