sexta-feira, 28 junho, 2024
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    Ministra designada por Milei deseja firmar tratado Mercosul-UE

    A ministra Diana Mondino se encontrou com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e expressou o desejo de concluir o acordo “o mais rapidamente possível”

    A futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, indicada pelo presidente eleito Javier Milei, reconheceu neste domingo (26.nov.2023) a importância do tratado entre o Mercosul e a União Europeia e manifestou o interesse em finalizar as negociações com celeridade.

    “Antes que me questionem, estamos dialogando sobre a relevância de assinar o Mercosul o quanto antes. Mercosul-União Europeia e eventualmente com outros países, como Singapura”, declarou após se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

    O pronunciamento indica que a Argentina pretende permanecer no Mercosul, apesar das críticas feitas ao bloco por Javier Milei durante a campanha presidencial. Ele já afirmou que a participação do país no Mercosul é um “entrave” econômico e que o Estado “não deve intervir em relações comerciais”.

    Segundo Mondino, também discutiram a relação entre os dois países, ressaltando a importância da parceria e destacando o interesse do governo Milei em manter a proximidade com os brasileiros.

    “A conversa foi excelente, muito amistosa. Creio que a principal mensagem é que somos países irmãos, vamos continuar sendo e precisamos trabalhar muito para fazer crescer os dois países”, disse.

    Indagada sobre as críticas feitas por Milei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes da eleição argentina, Mondino afirmou ser imprescindível separar críticas ideológicas das críticas de cunho pessoal. Também declarou que haverá separação entre o governo e as pessoas.

    A declaração é uma aproximação ao governo Lula e veio acompanhada de um convite oficial para que o petista participe da posse de Milei, em 10 de dezembro. O governo brasileiro havia afirmado que o presidente não compareceria. Agora, Vieira assegurou que transmitirá o convite a Lula.

    “Reitero o que já repeti muitas vezes na Argentina. Uma coisa são as críticas à ideologia e outra são críticas à pessoa. Isso é totalmente distinto. Devemos separar o Estado, o governo e as pessoas. A parceria continuará o mais ágil e positivamente possível”, afirmou Mondino.

    A chanceler disse que Milei está convidando todos os presidentes da região e quem mais tenha demonstrado apoio ao próximo governo argentino.

    “Convidamos todos os presidentes da região e também muita gente que manifestou apoio à Argentina. A recepção será excelente para todos”, declarou.

    Mondino afirmou não ter conversado com Vieira sobre a possível entrada da Argentina no Brics. Disse, entretanto, que o futuro governo Milei não enxerga ainda vantagens em fazer parte do bloco, mas que isso pode mudar.

    “Até agora não compreendemos o Brics para a Argentina, com todos os problemas econômicos que já temos, qual seria a vantagem que teríamos. Por outro lado, se houver [vantagem econômica], nós participaríamos”, declarou.

    O Brics anunciou, em agosto, o início do processo de expansão do bloco, com a entrada de mais 6 países. Além da Argentina, integrarão o grupo a partir de janeiro de 2024 a Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Irã.

    Em discurso no Conselho das Américas à época, Milei disse que não se alinhará “com comunistas”, e sim com países ligados ao Ocidente, como Estados Unidos e Israel.

    CARTA DE MILEI A LULA

    Mondino entregou um convite (leia a íntegra do conteúdo abaixo) para que Lula participe da posse de Milei, prevista para 10 de dezembro. Na reunião, os chanceleres debateram as relações bilaterais entre os países e as negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

    Imagens do encontro foram publicadas nas redes sociais pelo Itamaraty e também pela futura chanceler.

    Na carta, Milei faz acenos ao governo brasileiro e pede que o período compartilhado com Lula nas chefias de Estado de ambos os países seja uma “fase de trabalho produtivo e de construção de laços que fortifiquem o papel que Argentina e Brasil podem e devem desempenhar na comunidade internacional”.

    Leia a íntegra da carta, em português:

    “Estimado Sr. Presidente:

    “Envio esta mensagem com o objetivo de lhe transmitir o convite para se juntar a mim, no próximo dia 10 de dezembro, nos eventos que acontecerão aqui por ocasião da minha posse presidencial.

    “Eu sei que você conhece e valoriza completamente a importância deste momento de transição para o percurso histórico da República da Argentina, do seu povo e, naturalmente, para mim e para a equipe de colaboradores que me acompanhará na próxima gestão do governo.

    “Ambas as nações têm muitos desafios pela frente e estou convencido de que uma mudança econômica, social e cultural, com base nos princípios da liberdade, vão nos posicionar como países competitivos nos quais os seus cidadãos poderão desenvolver ao máximo suas capacidades e, assim, escolher o futuro que desejam.

    “Nós sabemos que os nossos dois países estão intimamente ligados pela geografia e história e, a partir disso, desejamos seguir compartilhando áreas complementares a nível de integração física, comércio e presença internacional que permitam que toda essa ação conjunta se traduza, para os 2 lados, em crescimento e prosperidade para argentinos e brasileiros.

    “Desejo que nosso tempo juntos como presidentes e chefes de governo seja uma etapa de trabalho produtivo e de construção de laços que fortifiquem o papel que Argentina e Brasil podem e devem desempenhar na comunidade internacional.

    “Na esperança de encontrá-lo nesta próxima ocasião, aceite minhas saudações com estima e respeito, 

    “Javier Milei.”

    Brasil x Argentina

    A eleição de Javier Milei, em 19 de novembro, trouxe preocupações a respeito do futuro das relações bilaterais Brasil-Argentina.

    Em 8 de novembro, Milei chamou Lula de “comunista” e “corrupto”. Disse que, na presidência, não se reuniria com o brasileiro. Também acusou Lula de interferir na campanha eleitoral argentina e de financiar parte dela. Depois de eleito, contudo, moderou o discurso. Disse que Lula seria “bem recebido” se quisesse ir à sua posse.

    O petista torcia pela vitória do peronista Sérgio Massa, que saiu derrotado. Neste ano, Lula recebeu Alberto Fernández 5 vezes e encontrou-se com Massa duas vezes.

    Em entrevista ao Globo publicada na 2ª feira (20.nov), o assessor-especial da Presidência, Celso Amorim, disse achar “muito difícil” que Lula vá à posse de Milei, mas afirmou que o país será representado no evento.

    Bolsonaro, por outro lado, já foi convidado pelo libertário em uma chamada de vídeo e confirmou presença. Além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele levará o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, e o ex-secretário de Comunicação e atual assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten.

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