Aglomerado em aspecto de árvore-de-natal está localizado a 2.500 anos-luz da Terra
Novas imagens capturadas por dois telescópios espaciais revelam como a luminosidade de estrelas jovens pode embelezar o universo com a alegria do Natal.
Aglomerados estelares que remetem a uma árvore de Natal iluminada e a um globo de neve cintilante brilham em recentes observações feitas pelo Observatório de Raio-X Chandra e pelo Telescópio Espacial Hubble, respectivamente.
Ambos pertencem à Nasa, que recentemente divulgou novas imagens do planeta Urano capturadas pelo telescópio James Webb.
NGC 2264, situado a aproximadamente 2.500 anos-luz da Terra, também é chamado de Aglomerado da Árvore de Natal, onde um grupo de estrelas jovens circundadas pela nuvem gasosa de uma nebulosa evoca uma decorada cósmica eternamente verde com luzes cintilantes.
As estrelas têm entre 1 e 5 milhões de anos e variam em tamanho: algumas são menores e outras maiores que o nosso sol. A nova imagem composta, girada 160 graus no sentido horário para que o topo da árvore fique na vertical, inclui diferentes comprimentos de onda de luz detectados pelo Chandra, bem como pesquisas terrestres.
Em uma versão animada da imagem, luzes azuis e brancas cintilantes representam a luminosidade de raios-X de estrelas jovens detectadas pelo Chandra.
Enquanto isso, a nuvem de gás semelhante à árvore festiva brilha em luz óptica verde, como visualizada pelo telescópio WIYN de 0,9 metros da National Science Foundation em Kitt Peak, no deserto do Arizona-Sonoran.
As estrelas brancas que irradiam em toda a imagem foram reveladas por observações no infravermelho com o Two Micron All Sky Survey, que operou entre 1997 e 2001.
O estudo de estrelas jovens, como as do Aglomerado da Árvore de Natal, fornece informações sobre a sua natureza volátil. Estrelas jovens podem liberar erupções intensas, mais poderosas do que as do nosso Sol. Os astrônomos continuam a investigar o fenômeno.
Um globo de neve estelar
O Telescópio Espacial Hubble teve que buscar um pouco mais longe para encontrar um cenário celestial do inverno. O Hubble observou os bilhões de estrelas que brilham dentro de uma galáxia anã chamada UGC 8091, que está a 7 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Virgem.
O aglomerado galático das estrelas apresenta-se um tanto quanto desarrumado e lembra fios de luzes caoticamente enrolados que foram apressadamente guardados no final de uma temporada de férias. A desorganização é resultado de UGC 8091 ser uma galáxia irregular que não apresenta a estrutura característica de uma galáxia espiral ou elíptica.
Não existem duas galáxias irregulares iguais e elas se manifestam em uma diversidade de tamanhos e formas. A morfologia irregular de uma galáxia pode ser o desfecho de interações com outras galáxias, além de turbulência interna causada por corpos celestes, como estrelas em explosão.
A Wide Field Camera 3 do Hubble e a Advanced Camera for Surveys observaram UGC 8091 em diferentes comprimentos de onda de luz. Os dados foram coletados entre 2006 e 2021.
A luminosidade azul retratada em uma imagem composta destas observações é proveniente de estrelas recém-nascidas, enquanto manchas rosa-avermelhadas brilhantes podem ser moléculas de hidrogênio que se aqueceram após interagirem com a luminosidade das estrelas jovens e energéticas.
Outras características brilhantes na imagem incluem estrelas mais antigas e galáxias distantes de fundo.
As galáxias anãs eram comuns nos primórdios da história do universo e, eventualmente, uniram-se para criar galáxias maiores e mais estruturadas. Os astrônomos podem obter insights sobre a evolução galáctica ao estudar galáxias anãs distantes e suas estrelas.
