segunda-feira, 8 julho, 2024
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    O Comando Vermelho e sua ligação com ‘Dama do Tráfico’

    A partir do Ministério da Justiça do governo Lula, a organização criminosa Comando Vermelho (CV) se tornou um dos tópicos mais discutidos no Brasil desde a segunda-feira 13.

    A participação da “Dama do Tráfico”, esposa do líder do CV, em encontros com a equipe de Flávio Dino, virou notícia nos principais meios de comunicação, e também nos bastidores do poder. Mas de onde vem tamanha influência da organização criminosa mais antiga e a segunda mais poderosa do Brasil?

    O Comando Vermelho surgiu na década de 1970, no presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande (RJ). Foi formado por remanescentes da antiga organização Falange Vermelha, que lutava pelo fim do regime militar.

    Inicialmente defendendo a “paz, justiça e liberdade”, seus fundadores encontraram no tráfico da cocaína uma maneira de expandir seu poder. A partir daí, o Brasil entrou definitivamente na rota do tráfico, tornando-se ponto de distribuição para o mercado europeu.

    Nos anos 1990, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, tornou-se um símbolo de ascensão para a organização. Ele e seus comparsas adquiriam drogas diretamente no Paraguai e na Colômbia e fortaleciam os negócios do grupo, com base no Rio de Janeiro.

    Preso desde 2001, Fernandinho Beira-Mar acumula penas que totalizam 320 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios. Atualmente, ele está na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

    Expansão do tráfico

    A prisão do chefe não impediu que o CV expandisse seu poder. Segundo um mapeamento traçado pelo Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense (UFF), a organização domina hoje 24,2% dos bairros cariocas. Ela fica apenas um pouco atrás das milícias, que comandam 25,5% do território.

    A organização cresceu a ponto de sua atuação se tornar endêmica no país. De acordo com o Fórum Brasileiro da Segurança Pública, não há um único lugar no Brasil em que o Comando Vermelho não esteja presente.

    Mapa do crime organizado no Brasil

    Apesar de ter se originado no Rio de Janeiro, o grupo mantém 53 grupos criminosos sob seu comando, em 13 Estados e no Distrito Federal.

    Sua força concentra-se especialmente no Centro-Oeste, onde estão as disputadas rotas de tráfico nas fronteiras entre o Brasil e a Colômbia, Bolívia e Peru.

    CV no Estado do Amazonas

    Porém, na região Norte, a organização também impera. No Estado do Amazonas, controla o tráfico e as prisões desde janeiro de 2020.

    Num ato de violência, o CV promoveu em Manaus vários ataques no mês de junho. Em represália ao assassinato de um líder do tráfico pela Polícia Militar (PM), os criminosos depredaram delegacias, viaturas policiais, agências bancárias e ainda incendiaram ônibus e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

    Manaus é a terceira capital mais violenta do Brasil, com 53,4 homicídios por 100 mil habitantes. E é justamente este o reduto do traficante Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas.

    Ele ganhou destaque no começo da semana depois que a imprensa noticiou que a sua esposa, Luciane Barbosa Farias, de 37 anos, foi recebida em dois momentos por assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino. As reuniões ocorreram este ano, na sede do Ministério, em Brasília.

    Casados há 11 anos, Tio Patinhas e Luciane foram condenados, em segunda instância, por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa.

    Pego pela polícia portando identidade falsa, quase R$ 10 mil em espécie e 200 tabletes de maconha, o traficante está preso desde dezembro do ano passado e cumpre pena no presídio de Tefé (AM).

    Sua esposa não só recorre em liberdade, como encontra as portas do Ministério da Justiça abertas quando precisa atuar com sua ONG, a Associação Instituto Liberdade Amazonas, em favor dos presidiários.

    Boulos e Janones

    Assessores do Ministério da Justiça e Segurança Pública não foram as únicas autoridades a receber a “Dama do Tráfico” em Brasília.

    Em maio, Luciane Barbosa Farias teve reuniões com o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) e com representantes da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, de Silvio Almeida. Além disso, posou para foto ao lado do deputado federal André Janones (Avante-MG).

    Luciane costuma circular por Brasília acompanhada da advogada Camila Guimarães de Lima e da ex-deputada estadual pelo PSOL Janira Rocha (RJ).

    Condenada em 2021 por fazer “rachadinha” com os salários de seus assessores na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Janira voltou a aparecer na mídia ao assumir a defesa da ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza, condenada pelo assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo.

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