Estudo da Ticket revela que vale-refeição só é suficiente para 12 dias do mês. Em uma década, houve aumento de 70% impulsionado pela região Sudeste
Conforme o estudo, levando-se em consideração o valor médio das refeições, o vale-refeição dura, em média, apenas 12 dias no mês. Sem esse benefício, o trabalhador gastaria R$ 1.025,20 para se alimentar durante os 22 dias úteis do mês, comprometendo 35% do salário somente com a alimentação no horário de trabalho. Isso porque a renda mensal média do brasileiro é de R$ 2.921, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O maior aumento dos últimos 10 anos ocorreu na região Sudeste, onde o custo subiu em 77,7%. Uma refeição completa, incluindo prato principal, sobremesa, bebida e café, tem custo médio de R$ 49,33. Já o valor mínimo, considerando apenas o prato principal e uma bebida, é de R$ 30,14.
O segundo maior aumento da década foi registrado na região Sul do país, onde a alimentação fora de casa ficou 66,5% mais cara. Nessa região, o preço médio pago por uma refeição completa é de R$ 42,81, enquanto o valor de um prato principal e uma bebida é de R$ 28,91.
Entretanto, os funcionários que pagam o custo mais elevado em relação à remuneração são os do Nordeste. A região possui o segundo valor mais alto do país e a refeição completa tem o valor de R$ 43,55. O combo comercial e uma bebida tem o valor de R$ 30,23. Considerando o salário médio da região, de R$ 1.986, 48% da renda seria utilizada se não houvesse o benefício do vale-refeição.
Os trabalhadores do Sudeste possuem a segunda remuneração mais alta do país, de R$ 3.299 mensais. A maior remuneração é a do Centro-Oeste, de R$ 3.396, onde foi registrado o menor aumento, de 60% em 10 anos. A refeição simples na região tem o valor de R$ 25,43 e a completa, de R$ 41,75, em média.
Os funcionários da Região Norte, pagam em média R$ 26,45 por uma refeição simples (comercial e bebida) e R$ 42,29 por uma refeição completa. Como a remuneração média é de R$ 2.316, o comprometimento da renda chegaria a 40% sem o benefício.
Uma grande parte do setor comercial, portanto, suportou os custos mais elevados, resultantes do cenário econômico durante e pós a pandemia de Covid-19, que gerou prejuízos com o fechamento dos estabelecimentos, aumento dos alugueis e demissão e readmissão de profissionais no retorno ao atendimento presencial
— Restaurantes e lanchonetes se esforçaram para manter os preços e a pesquisa auxilia as empresas a planejarem o valor do benefício para seus funcionários — afirma Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket.
Com base na pesquisa, a Ticket estabeleceu os valores para vale-refeição nas cinco regiões. O menor, de R$ 918,50, foi designado ao Centro-Oeste, e o maior, de R$ 1.085,26, ao Sudeste.