A Polícia Rodoviária Federal (PRF) planeja apresentar ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, um plano para retirar o “conteúdo militar” da formação dos agentes. A entrega do documento está agendada para esta terça-feira, dia 12.
Conforme o site, a proposta inclui alterações na formação de novos policiais, como a participação obrigatória em aulas de direitos humanos e cidadania.
Atualmente, a formação dos agentes da PRF segue diretrizes semelhantes às dos cursos das Forças Armadas, o que é encarado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva como uma maneira de fazer com que o policial enxergue o cidadão como um “adversário”.
Devido a isso, o governo atual tem a intenção de transferir para Brasília a Universidade da PRF, uma espécie de academia de instrução para policiais rodoviários federais. A construção dos prédios para a instituição, que atualmente está localizada em Florianópolis, está orçada em R$ 35 milhões. Pretende-se iniciar as obras em janeiro.
A ordem para reformular o curso da PRF foi dada por Dino em agosto
A reformulação do curso de formação dos policiais rodoviários federais começou por ordem de Dino em agosto, quando o ministro demitiu os três agentes envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, em Umbaúba (SE), em maio de 2022.
Neste ano, uma menina de 3 anos — Heloisa dos Santos Silva — acabou baleada durante uma ação no Rio de Janeiro da PRF, atualmente liderada por Antônio Fernando Oliveira, agente indicado para o cargo por Dino. Os três policiais envolvidos foram denunciados por homicídio — a menina faleceu depois de ficar nove dias internada no hospital.
A ação também acusa os agentes de tentativa de homicídio, já que além de Heloisa, estavam no carro os pais da menina, uma irmã, de 8 anos, e uma tia.