segunda-feira, 8 julho, 2024
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    O totalitarismo teve uma má recepção de Moscou a Harvard


    (J.R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 10 de dezembro de 2023)

    Cada vez que o Brasil atinge um novo nível de declínio moral e as pessoas expressam o desejo de deixar o país, é importante observar os supostos paraísos de primeiro mundo e os altos padrões de civilização atribuídos a eles pelo imaginário brasileiro. Isso não diminui em nada os problemas do Brasil, mas evidencia que não estamos sozinhos em nossas tragédias e que a ideia de um mundo ideal lá fora é apenas uma ilusão. As conquistas extraordinárias dessas sociedades estão sendo desmanteladas por uma ofensiva sem precedentes contra os direitos fundamentais das pessoas – da liberdade de pensamento à liberdade de discordar. Agora, tentam até mesmo diminuir o direito à vida.

    Grupos de estudantes de três das mais prestigiadas universidades dos Estados Unidos – Harvard, MIT e Penn State, com mensalidades próximas a R$ 300 mil e laureados com Prêmios Nobel – estão defendendo publicamente o genocídio da população de Israel. Alegam que essa é a única solução para a “questão palestina”. É chocante ver que jovens que frequentam as mais elevadas esferas da educação mundial apoiam o assassinato em massa de judeus, comparável à Alemanha de Hitler. Mas ainda mais preocupante é o respaldo que recebem por parte da administração das universidades em que estão matriculados. Convocados para depor perante uma comissão de inquérito do Congresso americano, os presidentes de Harvard, MIT e Penn State recusaram-se, repetidamente, a afirmar que a promoção do genocídio em seus campi era contrária aos estatutos e aos princípios éticos das universidades que dirigem.

    Se não se manifestam contrariamente ao genocídio, qual conclusão se pode tirar? Os presidentes tentaram mostrar neutralidade, como se pudessem manter uma posição imparcial diante do homicídio em massa. É evidente que só conseguiram provocar um escândalo – que, é claro, não chegou às manchetes, mas continua sendo um escândalo. Durante seus depoimentos à comissão, repetiram insistentemente que a condenação das propostas de genocídio de judeus dependia do “contexto”. Como assim? Pregar a morte de seres humanos pode não ser condenável, dependendo do “contexto”? Isso é o que afirmam os reitores. Segundo eles, a defesa do genocídio só poderia ser objeto de objeções se passasse do “discurso para a ação”; enquanto se tratar apenas de uma questão de “opinião pessoal”, está tudo bem. Isso significa que, para receber uma punição disciplinar, o aluno teria de matar fisicamente um judeu? Essa é a conclusão a ser tirada.

    Segundo especialistas, alguns vinhos “não viajam bem”. Da mesma forma, certas visões de mundo também. O totalitarismo teve uma má recepção de Moscou a Harvard.

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