segunda-feira, 8 julho, 2024
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    Partido Liberal: Éder Mauro, político pré-indicado em Belém, não reconhece ser “contrário ao clima”


    O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro anunciaram no último domingo (30) a pré-indicação a prefeito de Belém (PA) do representante federal Delegado Éder Mauro (PL-PA). A carreata de motocicletas na capital do Pará com os seguidores do partido e com os apoiadores bolsonaristas marcou o início da jornada do casal pelo estado, participando de diversos eventos eleitorais até a última terça-feira (2).

    O político Éder Mauro deve protagonizar a competição pela prefeitura de Belém – cidade-sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30) – com o pré-indicado à reeleição Edmilson Rodrigues (Psol), que conta com o apoio do presidente Lula (PT), principal articulador político para que o país sediasse o evento sobre o clima.

    Além disso, o chefe do executivo do Pará, Helder Barbalho (MDB), também está aliado a Lula, tendo o irmão e presidente estadual do partido, Jader Barbalho Filho, como membro do alto escalão do governo federal. Barbalho Filho atua como ministro das Cidades e, apesar da parceria em Brasília, o MDB lançou o ex-secretário estadual Igor Normando, primo dos irmãos Barbalho, como pré-indicado a prefeito da capital nas eleições de 2024, após a falta de consenso com o PT e Psol sobre a coligação.

    A COP-30 deve se tornar um tema central no pleito em Belém, tanto pelas discussões sobre o meio ambiente na região amazônica quanto pela carência de infraestrutura para sediar o evento no Norte do Brasil. Rotulado como “contrário ao clima”, o pré-indicado por Bolsonaro critica a apropriação do tema ambiental pela esquerda e rebate “a narrativa construída” pelos adversários políticos no ano eleitoral, que antecede o evento em novembro de 2025.

    COP-30 vai gerar debates nas eleições municipais em Belém.

    “Não se restringe a essa questão em que eles constroem narrativas. Ninguém é ‘contrário ao clima’, nenhum brasileiro que tem amor pelo país. Existe uma diferença em ter uma discussão séria para manter a vegetação, os mares, nossas águas doces e nascentes sem prejudicar o progresso, o desenvolvimento [econômico] e a criação de empregos. Esse é o extremismo de quem se recusa a dialogar sobre a situação”, contrapôs o político pré-indicado Éder Mauro em entrevista ao Gazeta do Povo.

    “Queremos que as legislações sejam cumpridas para garantir a proteção ao meio ambiente sem prejudicar as pessoas que vivem da terra”, complementa. Nas redes sociais, o Psol de Belém atacou o representante federal pelo “negação bolsonarista” em postagem nesta semana após a entrevista do pré-indicado do PL ao jornal Folha de S.Paulo, onde ele afirmou que não há correlação entre o “aquecimento global e o desmatamento com as enchentes que ocorrem em Belém”.

    O prefeito do Psol, Edmilson Rodrigues, também criticou o opositor político. “Ele desconsidera que as comunidades tradicionais e o meio ambiente são fundamentais para nossa identidade. Ele ameaça a COP-30, evento pelo qual lutamos tanto para trazer à nossa capital, e que possibilitou à nossa prefeitura realizar obras importantes como saneamento no Mata Fome, Estrada Nova e São Joaquim, beneficiando mais de 500 mil belenenses”, declarou Rodrigues através da rede social X.

    No Congresso Nacional, Éder Mauro faz parte do grupo de parlamentares conhecido pela imprensa como “bancada do garimpo” e denuncia o governo petista por ser “antiagronegócio” ao defender supostos “indígenas e quilombolas” apoiados por organizações não governamentais com interesses comerciais na exploração de terras sem fiscalização estatal.

    “Eles têm o objetivo de oficializar nesta Casa a titulação das áreas quilombolas remanescentes, assim como fizeram com osa questão nativa, por uma questão monetária, utilizando os remanescentes de quilombos e distribuindo migalhas pela exploração de ouro e madeira. Se um agricultor limpa um terreno baldio para plantar uma mandioca, ele é perseguido por este governo antiagrário e contrário ao agronegócio”, discursou na Câmara dos Deputados.

    Durante a visita do casal Bolsonaro ao Pará, o ex-delegado também recorreu às redes sociais para criticar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que teria bloqueado uma rodovia em direção ao município de Parauapebas (PA), onde o ex-presidente e a ex-primeira-dama participaram de um evento político. “Essa é a democracia relativa e a ditadura que os comunistas que estão no poder querem instituir no estado do Pará”, disse em vídeo postado no Instagram.

    Éder Mauro menciona que a Conferência do Clima é bem-vinda e terá relação institucional com Lula

    Apesar da resistência ao presidente Lula e ao governador paraense, Éder Mauro afirmou que terá uma relação institucional com os demais poderes se for eleito prefeito de Belém. “Como gestor, eu não terei problema algum, de forma institucional e formal, de me reunir com o governador e com o presidente para tratar das pautas da minha cidade, para buscar recursos e debater as situações de Belém, capital que está desgastada, negligenciada e se apresenta como um lixão a céu aberto com graves problemas de saúde”, comentou ele.

    O pré-candidato também criticou a administração atual da cidade pela falta de infraestrutura turística para receber a cúpula do clima em novembro de 2025 e confirmou que “a COP-30 será bem-vinda”, caso ele seja o responsável por receber o evento na capital do estado, que espera cerca de 50 mil visitantes.

    “Eu tenho certeza da importância da COP-30 com líderes mundiais e cientistas presentes para debater problemas provocados pela questão climática. Espero que possamos discutir soluções não só para a questão da Amazônia, mas em relação ao mundo todo”, ponderou.

    Adversário do Psol, parlamentar coleciona episódios de tumulto na Câmara

    A polarização eleitoral entre PL e Psol na disputa eleitoral não será o primeiro embate entre o Delegado Éder Mauro e o partido de esquerda. Na Câmara dos Deputados, o deputado federal foi alvo de representações no Conselho de Ética por discussões acaloradas e tumultos envolvendo opositores políticos.

    Um dos principais desafetos de Mauro é o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ). Os parlamentares protagonizaram duas altercações na Câmara dos Deputados com troca de acusações. Em uma delas, Braga chamou Mauro de “miliciano” e disse que o deputado possuía uma milícia no Pará. O ex-delegado respondeu que “eliminou muitos criminosos, sim, para defender a família”.

    Em março deste ano, o deputado do PL declarou que “Marielle Franco acabou” durante a sessão da Comissão de Direitos Humanos na véspera do dia em que o assassinato da vereadora carioca do Psol completou seis anos. Após a confusão, a reunião foi suspensa.

    Éder Mauro também se envolveu em discussão acalorada com o deputado federal André Janones (Avante-MG), aliado de Lula nas eleições de 2022, que teve o processo arquivado por suspeita de “rachadinha” em sessão do Conselho de Ética, marcada por mais um tumulto na Câmara.

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