Precisamos “combater” aborto, substâncias ilícitas e ideologia de gênero, diz Michelle

Em discurso durante o encontro do PL Mulher em Salvador (BA), no sábado (10), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro convocou as mulheres de direita a participar de forma mais ativa na política. Durante sua fala, ela utilizou uma expressão em voga e afirmou que é fundamental “combater” a legalização das drogas, o aborto e a ideologia de gênero no Brasil.

“Nós precisamos nos posicionar, mulheres. Por muito tempo, nós negligenciamos, nós não quisemos vivenciar ou saber mais sobre política, e o mal foi lá e tomou conta. Nós precisamos nos envolver, sim, porque é o futuro das nossas crianças que está comprometido. Nós precisamos – como dizem aqui na Bahia –, nós precisamos ‘combater’… Mas é combater a legalização do aborto, combater a legalização das drogas. Nós vamos combater esta ideologia de gênero do mal. Vamos combater tudo aquilo que o inimigo e esta extrema-esquerda maldita, que é usada para o mal, querem implantar na nossa sociedade”, declarou Michelle.

Durante o Carnaval deste ano, a expressão “combater” virou meme na internet depois que um vídeo de uma conversa em um trio elétrico em Salvador entre as cantoras Ivete Sangalo e Baby do Brasil se tornou viral. No vídeo, Baby alertava a multidão sobre a volta de Jesus. “Nós entramos em Apocalipse”, disse a cantora, que é pastora evangélica. Ivete Sangalo respondeu à fala, afirmando que não permitiria isso acontecer. “Não tem Apocalipse quando a gente ‘combate’ o Apocalipse”, disse Ivete, em referência a uma música sua chamada “Combate”.

No discurso, Michelle também fez várias críticas ao presidente Lula e sua gestão, especialmente em relação ao tratamento dado às mulheres.

“Quanto descaso com a mulher… Logo aquele, o persona non grata, que diz que valoriza a mulher, não valoriza a mulher; de cara, já tirou mulheres do alto escalão, que na oportunidade que ele teve de indicar mulheres para o STF, poderia ter indicado Cristianas, Flávias, e não: indicou dois homens. Aquele que faz chacota com uma candidata na Venezuela [María Corina], que fala para ela parar de ficar chorando, que usa de misoginia com essa mulher, que faz descaso, que apoia um governo ditador, que mata mães, que expulsa mulheres do seu país, que expulsa freiras, que fecha igrejas. Esse é o povo que esse atual governo defende, que estupra, mata bebês, que corta a barriga da mulher e tira o bebê”, comentou.

A ex-primeira-dama também apontou hipocrisia na forma como Lula insere mulheres em sua gestão. “Não queremos a mulher somente por cota, queremos a mulher porque ela tem um olhar especial para a política. A mulher transforma as suas dores em causas, ela transforma a sua dor em pauta, e nós precisamos de mulheres de bem, mulheres que sabem cuidar”, afirmou.